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03 maio 2009

Dois textos de Quintana


Penso que não é necessário apresentar para meus leitores e minhas leitoras a figura de Mário Quintana (1906-1994). O senhor aí da foto. Gaúcho de Alegrete, ele é nada mais nada menos do que um melhores poetas deste país.

Ludicidade e musicalidade são coisas fáceis de encontrar na sua obra. Dá gosto de ler seus textos. Depois relê-los.

Em 2004, devido motivos profissionais, estive em Porto Alegre. Num dia de folga, fui passear pela cidade. Um dos lugares visitados foi o prédio da antiga Livraria e Editora Globo. Lá há um pequeno museu onde vi o escritório de trabalho de Quintana, que, durante muito tempo, atuou como tradutor naquela casa.

Quem desejar saber mais sobre sua obra, pode acessar o site www.laudano.com.br/escritores/mario-quintana.
Seguem dois poemas do mestre gaúcho.
Harold


Os degraus.
Mário Quintana

Não desças os degraus dos sonhos
para não despertar os monstros.
Não subas aos sótãos- onde
os deuses, por trás das suas máscaras,
Ocultam o próprio enigma.
Não desças, não subas, fica.
O mistério está é na tua vida!
E é um sonho louco este nosso mundo.



Canção da ruazinha desconhecida
Mário Quintana

Ruazinha que eu conheço apenas
Da esquina onde ela principia?
Ruazinha perdida, perdida?
Ruazinha onde Marta fia?
Ruazinha em que eu penso às vezes
Como quem pensa numa outra vida?
E para onde hei de mudar-me, um dia
Quando tudo estiver perdido?
Ruazinha da quieta vida?
Tristonha? tristonha?
Ruazinha onde Marta fia
e onde Maria, na janela, sonha?




2 comentários:

Lêda Maria disse...

Sempre bom,ler e lembrar de nosso querido Quintana ;)

Harold disse...

Oi Maria!
Você tem razão. A obra de Quintana é uma coisa boa. Ela é atemporal.
Beijos!