Notícia boa ecoando no país após a mídia ter ocupado nossas mentes com o mensalão as eleições municipais: a banda carioca Barão Vermelho anunciou seu retorno aos palcos, que aconteceu no dia 20 do mês passado, na Fundição Progresso Após cinco anos de descanso, Roberto Frejat, Guto Goffi, Rodrigo Santos, Fernando Magalhães e Peninha, ao lado de Maurício Barros (eterno convidado especial), vão botar o pé na estrada na turnê "+ 1 Dose". que, até março de 2013, passará pelas capitais. Para os amantes do bom rock, as pedras vão rolar!
Este retorno tem motivo cerimonial: comemorar os 30 anos da existência baronesca. A banda nasceu em 1981 e, lógico, queria fazer essa farra no ano passado, oferecendo para o país 30 shows gratuitos. Fez um projeto, enviou para organismos oficiais que incentivam a cultura, Projeto aprovado, momento de captar recursos. Nenhuma empresa respondeu com aceno de patrocínio. Por isso, a turnê será curta e bancada do bolso de cada membro.
No contexto dessa comemoração haverá o relançamento do primeiro disco do Barão. Mas não será um simples relançamento. Os músicos remixaram todas as faixas e, ainda, colocaram um bônus, a balada inédita Sorte e Azar. Também gravada nas sessões de 1981, a faixa foi deixada de lado, esquecida. Quando começaram os trabalhos de mixagem, foi encontrada nos arquivos da gravadora Som Livre. Então a banda decidiu dar um presente para os fans: preservaram a voz de Cazuza e criaram um novo arranjo, gravado neste ano pela formação original do Barão Vermelho: Frejat, Goffi, Barros, Cazuza e Dé (baixo).
A parada da banda não significou recesso total para seus integrantes. Pelo contrário, seus integrantes foram desenvolver projetos solos ou colaborar nos trabalhos de outros artistas. Volta e meia, chegava alguma notícia da movimentação de algum dos músicos. Mas Barão que era bom, nada! Por hora cessa o exercício da individualidade, o som e a fúria da banda tomarão conta de nossos ouvidos e de nossas vidas.
Infelizmente, a turnê comemorativa não garante a volta definitiva do Barão ao circuito. Frejat indicou que, provavelmente, em março, depois do último show, haverá novo recesso. Pena que seja assim, pois a banda, ainda, tem muito que tocar para as novas gerações que, com pouquíssimas exceções, conhecem bandas que para tocar na mídia, se perderam na areia movediça do pop nebuloso.
Definitivamente: o Barão Vermelho faz falta. E muita! Seu rock autêntico é uma arma contra a monotonia que ouvimos nas rádios e vemos nos clipes da MTV. Por isso, junto com as demais pessoas que amam o bom e velho rock’n’roll, torço para que esse retorno seja duradouro e frutuoso.
Aroldo José Marinho