A manhã do domingo, dia 09 de dezembro, foi bastante especial. Brasília serviu como palco de mais uma etapa do campeonato brasileiro de stock car. Muitas pessoas foram para o autódromo da cidade assistir à prova. Eu também estive lá. Esta foi minha primeira ida a um grande prêmio automobilístico. Tive a felicidade de ir como convidado de Ney e Marilde, casal amigo muito envolvido com as corridas. De quebra, ganhei uma credencial que me permitiu ir aos boxes das equipes falar com os pilotos, circular entre os jornalistas, gente como Reginaldo Leme, que aparece comigo mais o casal que me levou.
A corrida foi disputada sem grandes complicações. J. Ricardo, que havia conseguido a pole no treino classificatório, foi o vencedor da prova. Em nenhum momento saiu da liderança. Ninguém o ameaçou. Ricardo mereceu a vitória, não há como negar. Palmas para ele que, por sinal, foi o vencedor da temporada. Todavia ele não mereceu as atenções sozinho.
Quem estava se despedindo das pistas da stock car, era Ingo Hoffman (o cara que divide o espaço comigo na foto), com 12 títulos, o super-campeão da categoria. O Alemão, como é chamado por alguns, decidiu que era a hora de pendurar o capacete e assistir às corridas como chefe de equipe, consultor ou assumir qualquer outra função. Muitas homenagens foram feitas para ele. Todas justas. O cara é muito legal. valeu Ingo!
Como não há muito que comentar sobre a corrida em si, meu olhar me fez voltar ao tempo da adolescência. Quando morava em Macapá, minha terra natal, no antigo território do Amapá (AP). Junto com meus irmãos Célio, Beto; mais os primos Guara, Preto, Oscar, Emerson, Helder, Alan e Daniel. Éramos garotos com alguma informação e um desejo imenso de conhecer o mundo e dialogar com as suas situações.
Apesar de Macapá ser uma cidade capital, éramos desprovidos de muitas possibilidades. As notícias chegavam com atraso, os fatos pareciam bem distantes. Mesmo assim, nós procurávamos aprender com esse pouco. Ouvíamos rock na única rádio Fm da cidade. Víamos os clipes numa emissora que dedicava 15 minutos para o som jovem. O cinema exibia filmes sempre com atraso. Filmes que, muitas vezes, eram parecidos com os exibidos na sessão da tarde.
Além da cultura, nossos olhos se voltavam para o esporte. O futebol carioca atraía a atenção da maioria de nós. Mas também era legal assistir aos grandes prêmios de fórmula 1 que a Globo transmitia aos domingos. Galvão Bueno narrava e o Reginaldo fazia os comentários. Oferecíamos nossa torcida para Nelson Piquet, Ayrton Senna, Maurício Gugelmin, Roberto Puppo Moreno, entre os pilotos que consigo recordar.
O tempo passou e diversas situações modificaram nossas vidas. A Constituição de 1988 transformou o Amapá em estado. Nós também mudamos. Eu, meus irmãos e a maioria dos primos, fomos morar em Belém, no vizinho Pará. Fomos nos preparar para o vestibular. Entramos para a vida universitária. Ampliamos nossos olhares. Nos tornamos pessoas do mundo.
Belém nos inseriu na vida jovem. Nos fez superar nossos espantos, compreender nossas limitações. Chegamos meninos e lá nos tornamos homens. Posteriormente, na idade adulta, começamos a definir os rumos que nossas vidas tomariam até os dias atuais. No meu caso, vim para Brasília.
Belém nos inseriu na vida jovem. Nos fez superar nossos espantos, compreender nossas limitações. Chegamos meninos e lá nos tornamos homens. Posteriormente, na idade adulta, começamos a definir os rumos que nossas vidas tomariam até os dias atuais. No meu caso, vim para Brasília.
As recordações citadas nos parágrafos anteriores me vieram à mente durante minha estada no autódromo. Só uma vez senti emoção semelhante: foi em 1999 quando vi o show de retorno da formação original da Plebe Rude. Foi bom ter ido ao grande prêmio de stock car. Deu para relembrar a adolescência. Fez enorme bem para minha alma. A felicidade só não foi, de fato, completa, porque não estava acompanhado de meus irmãos e meus primos.
Harold
7 comentários:
Aroldo
gosto fas festas que vc faz e das histórias que vc coloca vivenciando tudo por onde passas,
gostei do texto sobre 'o portugues'
beijinhos
paola
Lendo o texto fiquei um pouco emocionado também. Lembrar daquele tempo, mesmo com as dificuldades de Macapá, é sempre bom. Hoje fico triste é de não ter compartilhado mais momentos assim contigo, quando morei em Brasília... talvez pelas vidas corridas que levamos aí.
Oi Paola!
Obrigado pelo comentário. Fico grato porque sei que vem do fundo do seu coração.
Legal você ter gostado do texto que escrevi sobre a reforma da língua portuguesa.
Tenha uma bela semana.
Beijos e saúde!
Caro Daniel!
Sem dúvida, dá uma saudade daquele tempo lá de Macapá. Muito do que somos hoje foi aprendido enquanto estávamos lá. Neste sentido, fico orgulhoso por dizer que sou macapaense.
Quanto ao fato de não compartilharmos muitas coisas belas por aqui, não lamente. Eu só comecei a conhecer, de verdade, este lado mais pulsante há cinco anos. Antes, estava por demais envolvido numa relacionamento amoroso. Depois que acabou, então fui alargando minha visão para os eventos desta cidade.
Quando você vier por aqui, arranjaremos uma situação que lhe permita se divertir um pouco.
Saudações enzísticas!!!!
muito bom relembrar pessoas q marcaram nossas vidas.. fico feliz em saber q vc tem muito esse lado de nunca esquecer ds pessoas q te fizaram feliz... beijos primo!
Lucyana Cabral
Se você assistir, que o verde vença!
Que só não acerte contra o Timão.
Seu post me fez lembrar Airton Senna.
Beijos.
Ola harold, deve ser muito bom esta ao lado de pessoas assim
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