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30 abril 2015

Violência próxima e também institucional


Bom dia!

Dois fatos violentos me chamaram atenção no dia de ontem (29/04). Um na esfera mais próxima de mim, o assalto sofrido por uma pessoa amiga residente em Belém, capital do Pará. O outro, num contexto mais amplo, a repressão aos professores em Curitiba, Paraná. A violência tomou conta e nos botou a questionar e refletir.

Não curto ação repressora policial nem bandidagem. Nem penso em justificar a ação de assaltantes. A falta de oportunidade social não deve ser entendida como permissão para alguém fragilizar a vida de outra pessoa e levar seus pertences. Alguns destes foram adquiridos a duras penas, com o suor de anos, etc.

Mas, apesar de ser um tema muitas vezes batido, não se pode deixar de apontar o dedo para o culpado geral das situações de violência: a falta de investimento na educação, que gera uma inclusão social digna e ética (no sentido real da palavra). Todavia, ao lembrarmos do modo como o governador Beto Richa orientou a polícia militar de seu estado para massacrar professores, dá para perceber que o descaso continuará entre nós comodamente.

Causa espanto a postura de Richa mandando as forças de segurança reprimirem os trabalhadores da educação. Detalhe: ele apareceu na televisão justificando o procedimento dos policiais. Parece que alguma coisa perdeu sentido. Só falta agora que pessoas que, assim como este governador, cobram postura do governo federal, banalizem as violências citadas aqui como sendo fruto da presença de populares nos espaços que as elites consideram ser suas propriedades por direito divino.



O que resta aos homens novos e mulheres novas que querem renovar o mundo? Rezar, pedir ao bom Deus o perdão ao agressores da pessoa amiga em Belém e ao agressor do povo paranaense. Mas, além disso, creio que cada um de nós deve dá contribuição para que a sociedade seja um lugar de oportunidades gerais. Não adianta só falar de reforma política (que eu apoio). Aqui lembro de uma canção que ouvi nos anos 70, que afirma: " não se muda aquela enorme que se tem no coração."


A solução é investir na educação para que amanhã a amiga assaltada em Belém, as pessoas próximas dos leitores e das leitoras e demais brasileiros não fiquem expostas à violência. 


Adeus discursos pseudoeticos, falsa indignação, passeatas reacionárias. Melhor mesmo é arregaçar as mangas e mostrar que conhecemos outra humanidade e queremos implantá-la nos espaços de nossas convivências.

Aroldo José Marinho