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21 dezembro 2011

Seleção brasileira termina ano em 6º no ranking da Fifa

O futebol brasileiro precisa iniciar 2012 com boas e profundas reflexões.
Que o texto que segue abaixo, extraido do site estadao.com, sirva como estímulo.

Harold


Seleção brasileira termina ano em 6º no ranking da Fifa

A seleção brasileira de futebol encerrará o ano na sexta colocação do ranking da Fifa, atualizado nesta quarta-feira. Ao fim de uma temporada irregular, o time de Mano Menezes termina 2011 duas posições atrás do quarto lugar registrado em dezembro do ano passado.

À frente do Brasil segue as seleções da Espanha, Holanda, Alemanha, Uruguai e Inglaterra. Ao encerrar o ano na liderança, com larga vantagem, a equipe espanhola foi eleita a melhor da temporada pela quarta vez consecutiva. Holandeses, alemães e uruguaios seguem em uma apertada disputa pelo segundo lugar. Somente 56 pontos separam as três seleções no ranking.

A última lista do ano consolidou o Uruguai como o melhor time da América do Sul. O atual campeão da Copa América desbancou o Brasil, seleção sul-americana mais bem colocada ao fim de 2010. Em grande fase, os uruguaios saltaram do sétimo para o quarto lugar em comparação a dezembro do ano passado.

Sem mudanças no Top 10 em relação a novembro, o ranking teve como principal destaque neste mês a Bósnia-Herzegovina, que ganhou três posições e subiu para o 20º lugar. A seleção de País de Gales também se sobressaiu, ao ser eleita a equipe que mais evoluiu no ano. O time galês subiu duas posições e figura agora na 48ª colocação.

Confira o ranking final de 2011:


1.º - Espanha, 1564
2.º - Holanda, 1365
3.º - Alemanha , 1345
4.º - Uruguai, 1309
5.º - Inglaterra, 1173
6.º - Brasil, 1143
7.º - Portugal, 1100
8.º - Croácia, 1091
9.º - Itália, 1082
10.º - Argentina, 1067
11.º - Dinamarca, 1035
12.º - Rússia, 971
13.º - Chile, 970
14.º - Grécia, 964
15.º - França, 915
16.º - Costa do Marfim, 912
17.º - Suíça, 898
18.º - Suécia, 891
19.º - Japão, 884
20.º - Bósnia-Herzegovina, 869

Rede TV! afasta jornalista que cobra o próprio salário

A postagem que segue foi feita por Gui Barros, do blog Pronto Falei. O texto denuncia um fato grave que merece o repúdio do povo brasileiro. Sugiro um boicote à programação da Rede Tv.

Harold


Rede TV! afasta jornalista que cobra o próprio salário

Gui Barros


A apresentadora do "RedeTv" News", Rita Lisauskas (foto), foi afastada ontem da emissora após reclamar no Facebook sobre o atraso de salários. Segundo a Folha de São Paulo, a emissora ainda não se pronunciou sobre o assunto, mas tratou logo de colocar uma apresentadora substituta no lugar de Rita.

"Queria só entender como tem empresário que consegue colocar a cabeça no travesseiro e dormir, sabendo que há centenas de profissionais sem salário há no mínimo 2 meses bem na semana do Natal. E o pior: como tem assessor de imprensa (ou seja, coleguinha) que se digna a desmentir o óbvio com a seguinte pérola: 'É mentira desses funcionários, pois os salários estão em dia.' Aos colegas que pensarem em me enviar mensagem pedindo para que me cale nem percam seu precioso tempo. Sou profissional, tenho dignidade, mas não tenho estômago."

É, não tá fácil para ninguém....

20 novembro 2011

O Papa e o Papão

O texto que segue abaixo foi escrito por Syanne Neno. Ela é uma das mais competentes jornalista esportiva do estado do Pará. Quando morava em Belém, dava gosto abrir o caderno de esportes para ler as crônicas escritas por ela.

No texto que segue, Syanne fala com reverência e carinho de duas figuras expressivas à alma paraense: um santo e um time.

Vale a pena e se emocionar.

Tudo de bom sempre!

Aroldo José Marinho




O Papa e o Papão 

“Querido papa, eu sou aquela garotinha de short vermelho e camiseta branca que deu adeus pro senhor, na porta da Assembléia Paraense. Queria lhe pedir pra falar com papai do céu e pedir pro meu time voltar a ser campeão daqui. Ele não ganha título há um tempão! Obrigada, papa.”

A carta foi escrita em 1980, logo depois da visita de Karol Wojtyla a Belém. A autora da singela carta foi uma garotinha, na época com 8 anos, que teve a doce ilusão de ser reconhecida e lembrada pela maior autoridade religiosa mundial. Ora bolas, como o papa poderia esquecer “aquele” short vermelho e “aquela” camiseta branca que vestiam a pessoinha mais “importante” entre as milhares que estavam na rua vendo o papa passar? Entreguei a carta à minha irmã, com a promessa que ela chegaria ao Vaticano. Se chegou ou não, o que importa é que meu pedido foi atendido. O Paysandu daquele ano voltou a fazer a garotinha de camiseta branca sorrir e assim gastar menos chutes nas canelas dos moleques do colégio, que insistiam em lhe tirar do sério com encarnações.

Exatos vinte e cinco anos depois, o papa se foi. Se não era um santo, era quase e como tal, deve ter ido diretinho pro tal céu que nós, os católicos, aprendemos a visualizar. Não precisou de nenhum acerto de contas para repousar finalmente de uma longa e angustiante batalha pela vida. No dia seguinte, por uma dessas prazerosas coincidências que motivaram esse texto, o Paysandu era novamente campeão paraense depois de dois anos e meio sem saber o que é um título. E fiquei eu, aqui a lembrar, do tal dia em que a garotinha de short vermelho fez o papa conhecer o Papão da Curuzu através de uma carta.

Minha irmã não lembra se chegou a enviar a cartinha para o Vaticano, mas hoje, eu tenho certeza que sim. Se o indefectível tabu e a perda do jogo para o Boca nos fazem duvidar que Deus é bicolor, o Deus dos gramados, o profano, tão invocado por Nelson Rodrigues em suas crônicas, ahhh, esse é ahhh, esse é bicolor de quatro costados de asinhas. Afinal, mesmo com um título insosso, conseguido graças à ineficiência de um atacante adversário com nome de inseto, fez-se justiça no Mangueirão.A equipe com 8 pontos de vantagem em cima do rival, a de melhor elenco, foi a campeã! E a garotinha, que já não tem 8 anos, mas continua acreditando em sonhos embrulhados em papel, hoje tem essa história pra contar.

18 novembro 2011

A imprensa e a pureza das intenções

A imprensa divulgou notícias sobre mais um caso de corrupção envolvendo nomes de ministros do governo brasileiro. A bola da vez é Carlos Lupi, titular da pasta do Trabalho. Uma revista de circulação nacional deu a entender que ele usou de sua influência para favorecer terceiros. A denúncia deu ânimo à oposição de centro-direita, que exigiu à ida de Lupi ao parlamento para se explicar.

Lupi, é óbvio, negou todas as acusações. Procurou mostrar força quando, reunidos com políticos do Partido Democrático Trabalhista (PDT), disse que só sairia do governo abatido à bala. Também negou conhecer as pessoas que a revista indicou serem suas parceira na  suposta corrupção. Depois fez alguns reparos no discurso. Foi o bastante para que começassem a correr boatos sobre sua iminente queda.

Se há denúncias, convém investigá-las. Se houver comprovação da veracidade dos fatos, será necessário punir os culpados. Assim funciona a justiça nos países desenvolvidos e democráticos. Contudo, boas doses de serenidade são necessárias à oposição e à imprensa.

Parece estranho que os partidos contrários ao governo de Dilma Rousseff façam o discurso da ética. Sinceramente, não recordo se eles assumiam esta postura nos períodos anteriores à era Lula, quando, com seu apoio, ajudavam a decidir os destinos da nação. Será que o discurso moralizante é apenas uma atitude oportunista?

Novamente, a imprensa tenta assumir o papel destinado à justiça. Cabe a imprensa divulgar os fatos, estimular o debate e as investigações. Mas a função de julgar, absolver ou condenar é própria dos representantes da lei. Quando a imprensa dá a si própria funções judiciárias, passa a ser um organismo tendencioso. Por isso, convém desconfiar das suas intenções quando faz determinadas denúncias.

A construção da democracia passa pela ética, pela moralidade e construção do sentimento de justiça. Não há necessidade de botar o cinismo e o oportunismo na ordem do dia. Que essa seja uma lição rapidamente assimilável em todos os setores da sociedade brasileira.

Aroldo José Marinho

11 novembro 2011

Depois da tempestade, vem a bonança

Assim como muitos de vocês, no mês passado, soube da captura e morte de Muammar Kadhafi pelos rebeldes líbios. Pessoalmente, não sou a favor do justiçamento feito por mãos populares. Porém não nego que a notícia da morte do tirano não me trouxe nenhuma tristeza. Penso que foi um alivio para o mundo.

Lembro que, por volta das 09:00 (horário de Brasília) estava lendo alguns e-mails quando, acessei um site de notícias. Lá estava escrito que, numa incursão das tropas rebeldes, na cidade de Sirte, houve a captura do ditador. A fonte da notícia era o Conselho Nacional de Transição (CNT), que havia tirado o ditador do poder. Porém, não havia confirmação da Otan, dos Estados Unidos ou de outras fontes. O que só ocorreu lá pelas 15:00. Era verdade, uma nova história iria começar a ser escrita na Líbia.

Creio que muitas pessoas no mundo tiverm motivos para levantar os braços aos céus e agradecer a Deus o passamento do tirano. Ele mandou prender, torturar e matar qualquer pessoa que fizesse oposição à sua política megalomaníaca. Este é uma dos motivos que justificam a emoção sentida por muitos de seus compatriotas quando já não havia mais nenhuma dúvida sobre sua morte. Não sei se minha atitude é apropriada. Porém a festa dos líbios, em várias partes do mundo, me lembrou as festas que foram feitas quando o Brasil conquistou a Copa do Mundo de futebol, em 2002.

Todavia, depois da festa, vem a serenidade. Logo será comemorado o primeiro mês da morte de Kadhafi. A Líbia já assimilou a notícia, enterou o passado e começa a pensar no futuro. Um governo democrático será constituído na primeira eleição presidencial num período de 42 anos. Por isso, me uno a diversas pessoas para torcer que o novo governo ofereça liberdade concreta ao povo.

Que, em breve, possamos ouvir citações sobre a Lìbia sem que, necesariamente, o nome do país seja associado ao fantasma do ditador morto.

Aroldo José Marinho

Em novo drama, Brasil vira sobre a China e segue vivo na Copa do Mundo

A notícia que segue abaixo foi postada há pouco no site G1 (www.globoesporte.globo.com/volei/noticia/2011/11/em-novo-drama-brasil-vira-sobre-china-e-segue-vivo-na-copa-do-mundo.html). Faz referência ao jogo Brasil x China pela Copa do Mundo de vôlei, que se realiza no Japão. Novamente, a jogadoras brasileiras tiveram que aliar talento e garra.


Harold







11/11/2011 06:30 - Atualizado em 11/11/2011 06:33


 

Em duelo muito equilibrado e, mais uma vez marcado pela emoção, o Brasil derrotou a China por 3 a 2 (parciais de 25/23, 25/27, 21/25, 25/20 e 17/15), na manhã desta sexta-feira, em Sapporo, pela 6ª rodada da Copa do Mundo de Vôlei, que está sendo disputada no Japão. Com mais uma virada sensacional (tal como aconteceu contra Coreia e Sérvia), a seleção mostrou força na luta pelo título da competição e de uma vaga para os Jogos Olímpicos de Londres, em 2012.

As meninas brasileiras voltarão à quadra na virada de sexta para sábado (meia-noite) contra a líder Itália, que venceu todos os seis compromissos disputados e soma 17 pontos, cinco a mais que as brasileiras.

Diferentemente dos jogos anteriores, o Brasil começou “ligado” e, com destaque para Sheilla, abriu 5/0 e depois 14/6, também contando com o bloqueio da muralha Thaisa. O jovem time chinês, no entanto, buscou se encontrar e reagiu no set. Voltando a mostrar inconstância, a seleção viu às adversárias encostarem.

Com o placar em 23/22, o árbitro americano errou em um lance de ataque do quadro oriental, dando ponto para o Brasil, quando na realidade a bola desviou em Mari antes de tocar na antena. O lance acabou sendo capital, pois bastou manter a vantagem para o time de José Roberto Guimarães fechar em 25/23.

O panorama da segunda parcial foi de equilíbrio. Após iniciar com 2/0 contra, as brasileiras viraram e lideraram o marcador até 13/12, quando o quadro da China novamente igualou e depois virou em 18/17. Os instantes finais do set foram com as equipes se revezando na liderança do placar até as chinesas fecharem em 27/25.

Sob o comando da oposta Junjing Yang, a China começou avassaladora a terceira parcial, fazendo logo 5/0. A equipe nacional, por sua vez, parecia sentir a derrota no set anterior, e tinha em Mari uma peça destoante. Como nas partidas anteriores na competição, a excelente atacante não cumpria boa atuação, porém mostrou um saque poderoso, que levou o Brasil a uma reação, reequilibrando o duelo e ajudando a igualar a contagem em 9/9.
 
Novamente retomando as ações com jogo de muita velocidade, as chinesas voltaram à dianteira, abrindo 15/10. Mesmo com boa performance nos bloqueios, as meninas brasileiras não suportaram e, com seguidos erros no ataque, acabaram caindo por 25/21, levando a virada na partida.
 
 
O quarto set foi marcado pelo equilíbrio, com o Brasil finalmente passando à frente em 16/15 e depois ampliando para 18/15. Com defesas sensacionais, as brasileiras buscaram a vitórias e, em um ataque de Fabiana, definiram a parcial em 25/20.
 
Como reflexo do embate, o tie-break também foi marcado pelo equilíbrio. Após empate em 7/7, a China retomou a ponta, porém, em mais uma reação espetacular, a seleção brasileira venceu por 17/15 e matou o jogo, mostrando estar mais firme do que nunca na luta pelo título da Copa do Mundo e por uma vaga à Londres 2012. 

05 novembro 2011

Caroline Celico fala sobre música e religião no 'Programa do Jô'

Faço uma confissão. Sempre pensei que Caroline Celico, esposa de Kaká, jogador de futebol do Real Madrid, fosse uma protestante fanática e alienada. Mas as situações mundanas e negativas envolvendo os donos da igreja renascer devem ter feito ela repensar a vida. Pelo menos é o que sugere a declaração dela ao site The Christian Post (www.portuguese.christianpost.com/noticias/20111103/caroline-celico-revela-por-que-deixou-a-renascer-eu-me-achava-superior/):

“Não penso mais como aquela Carol, mais imatura, influenciável. Quero seguir o meu caminho com as minhas próprias pernas. Esse foi o motivo pelo qual saí da Renascer. Amadureci em coisas que eram tabu para mim. Eu me achava superior. E essa é das piores características que já tive na vida.” 

A notícia que li há pouco no site Uol (www.caras.uol.com.br/noticia/caroline-celico-fala-sobre-musica-e-religiao-no-programa-do-jo#image0) me obriga a repensar a opinião. Parece que algo bom aconteceu na vida dela. Vou torcer pelo êxito de Carol.

Segue o texto para a apreciação de vocês.


Harold




Caroline Celico fala sobre música e religião no 'Programa do Jô'

Em passagem pelo Brasil, Caroline Celico (24), esposa do jogador de futebol Kaká (29), participou na noite desta sexta-feira, 4, do Programa do Jô. Entre os assuntos abordados pelo apresentador, temas como: família, música e religião.

“Quando estava na igreja, eu pensava que só eu estava certa, não acreditava em nenhuma outra religião, hoje me sinto uma pessoa mais respeitosa com os outros e sei que a igreja de Cristo está em qualquer um”, revelou Carol, que pretende afastar de si qualquer rótulo. “Não sou evangélica, eu sou cristã. Hoje minha igreja é minha casa”.

Durante a entrevista a jovem também falou do CD e DVD que acaba de lançar. Kaká participou da música Presente de Deus e Claudia Leitte (31) cantou Mesma Luz. O trabalho foi gravado entre a Europa, Estados Unidos e Brasil e traz doze faixas. Toda a renda será destinada a um projeto chamado Amor Horizontal. “Mas não quero fazer show e não quero cantar, eu cantei”, explicou.

No programa, Carol contou que a família está sempre muito reunida, mesmo com a rotina de muitos treinos do marido.“Durante o tempo de recuperação do Kaká tivemos mais tempo para curtir a família, normalmente são muitos treinos e jogos, ele só tem trinta dias de férias, que acontece em julho”.

Uma coisa é uma coisa

Cabe a imprensa informar à sociedade civil fatos que acontecem no contexto desta e que podem ser pertinentes para  que a opinião pública possa se posicionar. Pelo menos, assim deveria ser. Porém o que se percebe é algo diferente. A imprensa assume o papel da justiça, julga os fatos e pressiona para receber o apoio da sociedade.

É neste contexto que acontece o escândalo da hora envolvendo Agnelo Queiroz, atual governador do Distrito Federal (DF), e Orlando Silva, ex-ministro dos esportes. Os dois foram associados a um esquema de corrupção e desvio de verbas de projetos federais envolvendo o Ministério dos Esportes com diversas Organizações Não Governamentais (ONGs) que atuam na área do desporto.

Se o governador Queiroz cometeu irregularidades, quando era o titular do ministério, é bom investigá-lo. Caso haja comprovação de culpa, deve ser punido na forma da lei. Assim deveria ser. Mas a imprensa não pensa dessa forma. Faz a denúncia de forma agressiva, quase determinando a culpabilidade do governador do DF. Essa atitude irresponsável dá pano para manga aos adversários do PT local, principalmente, os simpatizantes do ex-governador Joaquim Roriz.

Não acredito que Roriz e sua turma tenham coerência moral para cobrar postura ética de quem quer que seja. Essas pessoas, muitas vezes, vivenciaram situações confusas, constrangedoras e estranhas na hora de utilizar a coisa pública. Um exemplo didático da prática rorizista aconteceu em 2007, quando o então senador foi flagrado pela polícia civil do DF. Nas conversas, gravadas com autorização judicial, Roriz e o proprietário de uma importante companhia aérea, falavam ao telefone sobre duvidosas e altas somas de dinheiro.

Parece de bom tamanho que o cidadão comum faça crítica ou questione a postura de Queiroz. Todavia esse critério não é válido para muitas pessoas que participaram das decisões dos três últimos governos distritais. Lhes falta a credencial ética necessária. Coerência e vergonha na cara não devem nunca sair de moda.

No que diz respeito a Silva, a coisa foi mais pesada. As denúncias contra ele foram divulgadas numa revista de grande circulação. A fonte da revista foi um sujeito, ex-militante do partido de filiação do ex-ministro, que tinha sérias diferenças pessoais com ele. Todavia, em vez mostrar provas que respaldassem as acusações, a revista apenas acusou. Até o momento nenhuma gravação de imagem ou áudio ou documentos impressos atestando a culpa do ex-ministro foram apresentadas.

Enfim, a revista disseminou uma falação irresponsável, que acabou contagiando a opinião pública. Esta começou a fazer o linchamento moral do ex-ministro. Porém a coisa não pode acontecer dessa maneira. Se Silva é culpado, que as provas sejam todas apresentadas na justiça. Que a sua condenação ou absolvição aconteça dentro dos trâmites constitucionais. Se não for dessa maneira, ficaremos expostos à voracidade de uma imprensa tendenciosa, irresponsável e fascista. Sem nenhum compromisso com a sociedade civil.

Aroldo José Marinho

04 novembro 2011

USP está virando uma terra de ninguém

O texto que segue abaixo foi publicado em 04/11/11, no blog Balaio do Kotscho, (www.noticias.r7.com/blogs/ricardo-kotscho/2011/11/04/usp-esta-virando-uma-terra-de-ninguem/), editado por Ricardo Kotscho.

Boa leitura!

Harold



USP está virando uma terra de ninguém

As cenas de vandalismo, ocupação de prédios públicos, enfrentamentos com a polícia e o desrespeito à Justiça repetem-se todos os anos, tão previsíveis como o Natal e o Carnaval.

Os motivos podem variar de um ano para outro, mas os personagens desta zorra total são sempre os mesmos: parcelas minoritárias de estudantes, funcionários e professores, que transformaram o campus da Universidade de São Paulo numa terra de ninguém.

Estamos falando de uma comunidade de 200 mil pessoas: 5,5 mil docentes, 15,5 mil funcionários e 80 mil estudantes, além de 100 mil pessoas de fora que frequentam diariamente a Cidade Universitária em busca de suas atividades de lazer, educativas e culturais.

Desta vez, os revoltosos em busca de uma causa protestam, desde o dia 27 de outubro, contra a prisão de três estudantes de Geografia que a Polícia Militar pegou em flagrante fumando maconha.

Como acham que a Cidade Universitária é um território livre, sem lei e sem ter que dar satisfações a ninguém, as hordas radicalizadas ocuparam primeiro o prédio da administração da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, a popular FFLCH, onde estudei na década de 70, quando os estudantes lutavam contra a ditadura militar e enfrentavam a polícia sem capuzes em defesa da democracia.
***
Em assembleia geral na última terça-feira (1º), por 559 votos a 458, a maioria dos estudantes reunidos em assembleia decidiu desocupar o prédio.

Mas a minoria derrotada não se conformou e resolveu invadir o prédio da reitoria, onde cerca de 150 estudantes continuam acampados infernizando a vida de mais de mil funcionários que não podem trabalhar. João Grandino Rodas, o valente reitor da USP, que desapareceu no meio da confusão, despacha agora em local ignorado.

No final da tarde de quinta-feira (3), a juíza Simone Rodrigues Casoretti, da 9ª Vara da Fazenda Pública, deu 24 horas de prazo para que os invasores deixem a reitoria, a partir do momento em que receberem a notificação, o que não tinha acontecido até as 8 h da manhã desta sexta-feira (4).

A liminar da juíza autorizou o uso de força policial para cumprir a reintegração de posse, mas isto não abalou as lideranças encapuzadas: em nova assembleia, na mesma noite, os estudantes decidiram continuar acampados no prédio da Reitoria.

Abrigados em grupos autodenominados Movimento Negação da Negação, Liga Estratégia Revolucionária e Partido da Causa Operária, estes seguidores de Bin Laden infernizam a vida não só de quem trabalha e estuda na USP, mas das cerca de 100 mil pessoas que circulam diariamente pela Cidade Universitária.

***
Morei ao lado da USP por mais de 30 anos e acompanhei a progressiva degradação do campus, que registra um número cada vez maior de assassinatos, roubos e estupros, com a livre circulação de traficantes e o consumo de drogas a céu aberto, uma verdadeira "cracolândia" acadêmica.

O professor Grandino Rodas passa a maior parte do tempo brigando com a direção da Faculdade de Direito, que ocupou antes de ser nomeado reitor no governo de José Serra, e perdeu completamente o controle da situação.

Agora, os estudantes amotinados querem simplesmente a retirada da PM do campus da USP, como se fossem os donos do lugar, que é um patrimônio público custeado com os impostos pagos por todos nós.

Assim como acontece com os crimes de trânsito, o que fortalece os líderes da baderna é o sentimento de impunidade, já que não se tem notícia de qualquer punição após a repetição das cenas de violência que já fazem parte da paisagem da USP, a maior universidade da América Latina.

Nas três ou quatro palestras que fiz este ano na Cidade Universitária, a convite de professores e alunos, chamou-me a atenção o grau de desinformação e de desinteresse da grande maioria deles, mais preocupados com a falta de vagas nos estacionamentos sempre superlotados.

Até quando estas cenas de velho oeste se repetirão diante da omissão do poder público?

13 agosto 2011

Brasil vence Cazaquistão por 3 sets a 0 e mantém liderança do grupo no Grand Prix de vôlei

Reproduzo notícia postada no Yahoo (www.br.esportes.yahoo.com/noticias/brasil-vence-cazaquist%C3%A3o-3-sets-0-mant%C3%A9m-lideran%C3%A7a-134359564.html) sobre a seleção brasileira de vôlei feminino.
Boa leitura!

Harold

Brasil vence Cazaquistão por 3 sets a 0 e mantém liderança do grupo no Grand Prix de vôlei

RIO - A seleção feminina de vôlei manteve a liderança do grupo F do Grand Prix de vôlei, com seis pontos, depois de vencer o Cazaquistão por 3 sets a 0, com parciais de 25/14, 25/18 e 25/20, em 1h10 de jogo, na manhã deste sábado, no Baluan Sholak Sports Palace, em Almaty, no Cazaquistão. Essa foi a quinta vitória consecutiva das brasileiras, que estão invictas na competição e nesta partida contaram com a volta da ponteira Natalia, dez semanas após uma cirurgia na canela esquerda. A maior pontuadora da partida foi a central Thaisa, com 15 acertos. Neste domingo, o Brasil enfrenta a Itália, às 9h (horário de Brasília).

"Eu não esperava jogar. Não atuava em um jogo inteiro desde a final da Superliga. Tenho consciência que ainda tenho muito a evoluir. Preciso de mais ritmo de jogo, mas é bom estar de volta. Comecei um pouco insegura no passe, mas aos poucos fui me soltando. As meninas me ajudaram e o Brasil teve uma boa atuação, principalmente no saque", disse Natalia, em nota.

O técnico José Roberto Guimarães aprovou a atuação de Natalia na volta às quadras e elegeu o saque brasileiro como um dos diferencias da partida.
"Conseguimos sacar bem e neutralizar as jogadas de velocidade do Cazaquistão. Quando o nosso saque funciona, facilita a vida do nosso bloqueio. No entanto, ainda precisamos ser mais efetivos nos contra-ataques", analisou o treinador.

23 julho 2011

Os caminhos da batuta

Segue outro texto de Nahima Maciel referente à atuação dos maestros da cena brasiliense. A publicação original foi impressa na edição de hoje do jornal Correio Braziliense (http://impresso.correioweb.com.br/html/sessao_56/2011/07/23/interna_noticia,id_sessao=56&id_noticia=186352/interna_noticia.shtml).

Destaco no texto a participação de Joaquim França (o primeiro à esquerda na foto). Assim como eu, ele nasceu em Macapá, no Amapá. Também foi meu professor na escola de músia Walkyria Lima.

Harold


Os caminhos da batuta
Nahima Maciel

Levantar a batuta é gesto leve e delicado. Às vezes, pode ser enfático, outras vezes, beira a timidez e tudo isso diz muito sobre quem empunha o objeto. Mas uma coisa é comum a todos: quem sobe ao pequeno pódio em frente à orquestra tem dom natural para liderança e talvez seja essa a primeira qualidade necessária a um maestro eficiente. A segunda é saber que a trajetória é longa e o destino, incerto. Há aspirantes demais para orquestras de menos no planeta e esse obstáculo pode se tornar intransponível: sem músicos para reger, o maestro se torna uma figura inútil.

A maestrina Isabela Sekeff, regente do coro Cantus Firmus, gosta de dizer que seu instrumento é um conjunto de 40 vozes. Joaquim França cita Eleazar de Carvalho para lembrar ser a batuta a condutora de um código de sinais e Claudio Cohen, regente da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro (OSTNCS), enfatiza a postura de articulador político entre o leque de características de um maestro.

O pódio não acontece por acaso na vida de um músico. Nem naturalmente. Na maioria dos casos, é um destino traçado meticulosamente ao longo de anos de estudo e prática. “O músico que tem vontade de ser regente é um músico com posição de liderança que quer avançar nessa posição”, avalia Cohen. Ele mesmo passou pelos cargos de spalla e regente assistente antes de assumir a batuta da sinfônica. A formação passou longe da universidade. Foi no palco que Cohen aprendeu a reger. Primeiro, com Silvio Barbato, depois, com aulas particulares de maestros convidados a se apresentar com a orquestra em Brasília. “E com quatro duros anos de estudos com Emílio de César”, completa.

Cohen não estudou música na universidade — é formado em direito —, mas começou as aulas de violino aos cinco anos e nunca parou.  “O que o regente precisa é ter a vivência, a experiência da orquestra. Sempre tive a prática, o tempo todo.” No Brasil, ele acrescenta a necessidade de o regente ser também uma figura política.

“Nas orquestras brasileiras, se o maestro não tem força política, não consegue resultados, não avança. As grandes estruturas internacionais têm papéis bem definidos e o maestro só rege. Eu não posso me dar ao luxo de só subir ao palco e reger.”

O que faz o maestro

Dá o andamento da música. Ele também indica as entradas para os instrumentistas da orquestra.

O que fazer para ser maestro

1 Estudar em curso superior de música na área de regência. O curso dura em média cinco anos

2 Dominar conhecimentos musicais teóricos (harmonia, solfejo, percepção harmônica, rítmica e melódica

3 Tocar algum instrumento ou exercitar algum tipo de canto

4 Exercer a liderança

5 Estudar relações humanas

6 Fazer concurso público para comandar uma sinfônica.

Maior interesse na academia

O texto que segue abaixo foi publicado na edição impressa do jornal Correio Braziliense (http://impresso.correioweb.com.br/html/sessao_56/2011/07/23/interna_noticia,id_sessao=56&id_noticia=186351/interna_noticia.shtml). Tematiza os maestros que atuam em Brasília.

Aroldo José Marinho

Maior interesse na academia 
Nahima Maciel

Professor de regência na Universidade de Brasília (UnB) e com um acúmulo de mais de 10 anos dedicados à formação, o maestro David Junker acha indispensável a passagem pela academia. “Logicamente que o curso universitário não é suficiente, mas no ambiente acadêmico você tem estruturas desenvolvidas para cada um dos estágios da formação.” Junker está à frente de três corais — Coro Comunitário da UnB, Madrigal UnB e o coral da Igreja Metodista da Asa Norte — e não vê muita diferença entre reger vozes ou instrumentos. “A formação inicial é a mesma”, avisa. E a demanda na área do canto é maior em Brasília. Há duas décadas na UnB, ele vê com certo entusiasmo o aumento da procura pelo curso. São seis anos de formação e uma média de 20 alunos por semestre, metade do número de aspirantes que procuram a especialidade.

Felipe Alaya é um deles. Ele quer ser maestro desde os 15 anos, quando começou a cantar em um coral e passou a ajudar o regente. Hoje, aos 20, está a meio caminho do curso da UnB. “O poder que o maestro tem nas mãos de levar outras pessoas a interpretarem a música me seduziu”, conta. Poder é uma palavra associada à função com certa frequência. Faz parte do mito, cultivado especialmente no século 19, quando surgiu a figura do maestro em resposta à necessidade de controlar as grandes orquestras sinfônicas formadas por mais de 80 músicos.

Antes, as formações eram menores e costumavam ser regidas pelo primeiro violino. A hierarquia virou coisa séria e quase ditatorial quando a batuta estava nas mãos de lendas como Arturo Toscanini e Herbert von Karajan. “Mas as coisas mudaram”, aponta Claudio Cohen. Posturas mais conciliatórias se tornaram tendência no século 21. “Um maestro tem que entender muito de relações humanas e não pode ser autoritário”, acredita David Junker. A única coisa que ainda não virou tendência é a presença de mulheres.

Sedução

Isabella Sekeff tem algumas teorias para tal ausência e uma delas é a dificuldade em conciliar a vida de regente e a família. Inúmeras vezes ela ouviu a filha apontar a profissão da mãe como causa de as duas não passarem mais tempo juntas. A cultura é outro fator. “É uma questão de tradição. É uma posição de grande autoridade, o maestro tem um poder e isso é muito ligado ao homem.

A mulher fica mais com esse lado que executa. Não acho que seja machismo, porque esse termo é pejorativo. É cultural mesmo.” Isabella percebeu o gosto pela regência quando tocava clarineta na Orquestra de Senhoritas. Daí para reger corais foi muito rápido.

Uma tendinite impossibilitou a prática da clarineta,  ela foi reger um coral de crianças e há 20 anos criou o Cantus Firmus. “Apesar da técnica de regência de orquestra e coral serem muito parecidas, o repertório é diferente e as pessoas do coral não são necessariamente músicos”, repara.

“O instrumentista se expressa através do seu instrumento e meu instrumento é o coral. A voz me seduz muito.”

A ideia de tornar reais os sons imaginados na cabeça também seduziu Joaquim França. Ele trocou a Macapá natal por Brasília em 1988 porque queria ser maestro e não havia orquestras no Amapá. Entrou para a UnB quando Claudio Santoro ainda era vivo, mas o compositor já estava morto quando França chegou à disciplina de regência.

As aulas eventuais com maestros convidados que passavam pela cidade ajudaram a corrigir os inúmeros erros e, em 1995, França foi convidado para reger a Orquestra Jovem de Brasília, mais tarde transformada em Orquestra Filarmônica.

Com Eleazar de Carvalho, um dos nomes mais importantes da história da regência no Brasil, ele aprendeu o sentido da prática: “Reger é como se você estivesse desenhando a música com o gestual para o músico entender”.

Por ser gestual, França recomenda até mesmo o estudo em frente ao espelho. Não para burilar questões estéticas, mas para exercitar a precisão. E não há fórmulas.

Alguns regentes conseguem dar o recado com gestos minimalistas, outros se descabelam, suam e parecem exageradamente espalhafatosos. Aí está a parte mais humana do pequeno pódio, ainda que a música saia com perfeição divina. Cada corpo é diferente e cada regência é fruto da individualidade que pode fazer da música um prazer sublime ou um completo desastre.


Silvio Barbato


Claudio Cohen, atual maestro da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional, se iniciou na regência com o maestro Silvio Barbato (1957-2009). Barbato (foto) dirigiu a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro por duas vezes, de 1989 a 1992 e de 1999 a 2006. Estudou composição e regência com Claudio Santoro, na Universidade de Brasília. Em 2001, ele recebeu o Grande Prêmio Cinema Brasil por seu trabalho como diretor musical do filme Villa-Lobos, uma vida de paixão, dirigido por Zelito Vianna. Silvio Barbato morreu no acidente do Airbus da Air France, em 1 de junho de 2009.

14 julho 2011

José Serra e Abilio Diniz: a onipotência derrotada

A postagem que segue, abaixo, originalmente, foi publicada no portal R7 (http://noticias.r7.com/blogs/ricardo-kotscho/), na edição do dia 13/07.

Boa leitura!

Harold 

José Serra e Abilio Diniz: a onipotência derrotada


serra abilio diniz 450 José Serra e Abilio Diniz: a onipotência derrotada
No final da noite de terça-feira (12), ao ler o noticiário sobre o fracasso de Abilio Diniz, 71 anos, na tentativa de fusão do Pão de Açucar com o Carrefour no Brasil e o artigo "A ética do vale-tudo" publicado por José Serra, 69 anos, na página de opinião de O Globo, apareceu-me na cabeça uma palavra pouco usual para definir os dois personagens: onipotência. Neste caso, a onipotência derrotada.

Duas definições que encontrei com a ajuda do dr. Google:
* No Dicionário Informal _ onipotência: s.f. todo poder, poder absoluto, todo-poderoso.
* No Dicionário Web _ onipotência: s.f poder supremo ou absoluto; o poder de fazer tudo.

Os dois achavam que nasceram para ser os maiorais, cada um em sua área. Filhos de pequenos comerciantes - Serra, de um feirante; Diniz, de um padeiro - eles acreditaram no destino e jogaram suas vidas para alcançar os mais altos objetivos.

Desde pequeno, José Serra já dizia às suas tias que queria ser presidente da República. Abilio Diniz em algum momento da vida achou que poderia transformar a padaria e confeitaria do pai no ponto de partida para dominar o comércio varejista mundial de alimentos.

Serra optou pelo mundo acadêmico e, antes de se tornar um político profissional, engajou-se na luta contra a ditadura que o levou a um longo exílio. Abilio sempre foi empresário e dedicou todo seu tempo a alastrar seu império de lojas para se tornar o maior supermercadista do país, depois de uma longa disputa familiar, e da conquista, sempre por meios beligerantes, dos seus principais concorrentes.

O político elegeu-se deputado federal, senador, prefeito e governador do Estado de São Paulo, sempre abandonando os mandatos pelo meio para chegar mais rapidamente ao seu objetivo maior, a Presidência da República. Foi também ministro do Planejamento e da Saúde no governo de Fernando Henrique Cardoso.

Perdeu sua primeira eleição presidencial para Lula, em 2002; a segunda, para Dilma Rousseff, apoiada por Lula, em 2010.

O empresário, que quase faliu no final dos anos 1990 do século passado, salvou-se ao se associar ao grupo francês Casino. Em 2005, vendeu ao grupo francês o controle acionário do Pão de Açucar, que entregaria em 2012, mas nunca se conformou em perder o comando. Diniz veio daquele mundo em que só há dois tipos de gente: quem manda e quem é mandado.

Por isso, resolveu dar o grande golpe de mestre da sua vida: reaver o controle do Pão de Açucar-Casino com a compra do Carrefour, utilizando para isso U$ 2 bilhões do BNDES, quer dizer, de um banco público.

Apresentados desta forma rápida e singela os dois personagens da onipotência derrotada, vamos ver o que aconteceu nesta fatídica terça-feira, 12 de julho de 2011, em que ambos, após tantas conquistas, bateram no fundo do poço.

Vamos começar pelo ex-governador de São Paulo. Os amigos de José Serra, se é que ele ainda os tem, deveriam ficar preocupados com o artigo que ele escreveu no jornal O Globo. No tijolaço que ocupa de alto a baixo o lado esquerdo da página 7, no mesmo estilo tucano-barroco de um acadêmico que escreve todo dia no jornal, Serra joga a toalha.

Mais parece o epitáfio de um político perdedor. Da primeira à última linha, o velho político é incapaz de lançar uma proposta original para o país, qualquer ideia nova, uma utopia, um sonho que seja, como fez Marina Silva na semana passada, ao deixar o PV.

É só porrada em Lula, em Dilma, nos governos e práticas do PT num texto pobre em conteúdo e capenga na forma (repete duas vezes a palavra "malfeitos" nos três primeiros parágrafos), em que repete os mesmos argumentos da sua derrotada campanha de 2010.

Vou dar um exemplo. Só José Serra entre os professores tucanos ainda é capaz de escrever coisas como no parágrafo reproduzido abaixo:

"Depois de um ano da primeira eleição de Lula (leia-se: e da minha primeira derrota para Lula), analisando o que já se delineava como estilo de governo, qualifiquei o esquema partidário petista como uma espécie de bolchevismo sem utopia, em que a ética do indivíduo é substituída pela ética do partido".

Acho que nem na Albânia se escreve mais essas coisas. É triste. Ao contrário do sociólogo Fernando Henrique Cardoso, que chega aos 80 anos de bem com a vida e ares de vencedor, cercado de amigos e homenagens, o político José Serra ficou falando sozinho. Parece ter envelhecido mal, perdido o bonde no fim do caminho.

Nem o PSDB o leva mais a sério. Depois de perder para Aécio Neves e Tasso Jereissati todos os cargos que almejou na recente disputa interna dos tucanos, teve que se contentar com a presidência de um até então inexistente Conselho Político que inventaram para ele.

Na semana passada, convocou a primeira reunião em Brasília, e levou pronto um texto desancando Dilma, Lula, o PT e o governo para os outros assinarem. Ninguém concordou, alegando que precisavam consultar primeiro o senador Aécio Neves, ausente da reunião. Serra acabou publicando o texto, muito parecido com o do artigo de O Globo, em seu próprio blog, como se fosse o pensamento oficial do partido.

Em Paris, para onde viajou sozinho e de peito aberto para enfrentar os inimigos franceses do Casino em seu próprio território, Abilio Diniz tomou a maior surra da sua vida: por unanimidade, os conselheiros do grupo francês rejeitaram sua proposta de compra do Carrefour no Brasil.

Antes da reunião, o BNDES, por ordem da presidente Dilma Rousseff, já havia avisado que tiraria qualquer apoio à operação se Diniz não se entendesse com os sócios franceses. Abilio, como Serra, ficou falando sozinho, dependurado na brocha.

Sem perder a pose, segundo o relato da sempre brilhante correspondente Deborah Berlinck, de O Globo, encarou de bom humor os repórteres ao encontrá-los na saída da reunião:

"Não, não estou chorando na calçada. Fizemos uma reunião do conselho e vamos ver o que vai acontecer".

Aconteceu que Abilio Diniz aprendeu tarde demais que ninguém pode achar que pode tudo, nem ele. Talvez pensasse nisso quando o encontrei umas duas semanas atrás na arquibancada de uma festa junina promovida na quadra do colégio onde seus filhos pequenos e minhas netas iriam se apresentar numa dança de quadrilha.

Sentou-se a meu lado com a jovem e bonita mulher. Não conversou com ela, não cumprimentou nem falou com ninguém, não sorriu nenhuma vez. Ficou o tempo todo com o olhar fixo no horizonte. Achei que alguma coisa estranha estava acontecendo com o grande empresário. Vai ver que ele já estava prevendo o desfecho trágico desta história.

Assim como Abilio não virou o dono do mundo, Serra também não será presidente da República do Brasil na marra, xingando os adversários, só porque ele acha que está mais preparado para isso do que os outros _ se é que o PSDB vá cometer o desatino de concorrer novamente com ele.

Em tempo: Se o caro leitor conhecer alguma história semelhante, por favor, escreva para nós. A área de comentários do Balaio está de portas abertas.

13 julho 2011

Dia mundial do ROCK

Hoje é dia de comemorar o e velho rock'n'roll, a música que toca nossos corações. Isso mesmo! Desde 1985, o mundo inteiro faz festa para esta sagrada música. Naquele ano, foi realizado o Live Aid. 

Capitaneados pelo irlandês Bob Geldof e pelo escocês Midge Ure,  os mais importantes músicos do gênero fizeram shows memoráveis nos estádios Wembley, em Londres, e  John F. Kennedy, na Filadélfia.

Compareceram ao evento, aproximadamente, 82,000 pessoas, na Inglaterra, e, em torno, de 99,000 pessoas pessoas no estádio norte-americano. A renda foi destinada às vítimas da fome que devastava a Etiópia. 

Dadas as explicações históricas, segue a minha homenagem. Longa vida ao rock!!!! 

Harold


Led Zeppelin- Rock' n' roll

04 julho 2011

Poeminha filosófico

Segue poema do jornalista Flávio Tavares. Gaúcho de Lageado, ficou famoso por fazer oposição à ditadura implantada no Brasil em 1964. Militou em organizações de esquerda, ligadas à luta armada. Preso três vezes (1964, 67 e 69) foi libertado com outros 14 prisioneiros, em setembro de 69, em troca da vida embaixador norte-americano Charles Burke Elbrick e exilado no México

Neste país trabalhou no jornal Excelsior. Em 1974, foi correspondente do jornal na Argentina e também dos brasileiros Estado de São Paulo e Folha de São Paulo. Numa visita de trabalho ao Uruguai, em julho de 1977, foi sequestrado pelos militares responsáveis por reprimir as ações em favor da democracia. Ficou detido durante 195 dias. Graças a uma campanha internacional, Tavares foi libertado, indo morar em Lisboa. Retornou ao Brasil em 1979, com a anistia.

O poema aqui postado foi escrito quando o autor esteve no cárcere da ditadura uruguaia.

Harold



Poeminha filosófico
Flávio Tavares
Hoje sou o que penso
que teria sido
se houvesse vivido o que pensei ser,
não o que fui.

Hoje não estou preso
nem derrotado nem sozinho.
Na minha parede há grades
e não há paredes no meu mundo.
Hoje sou o que penso ser,
não o que sou.

Sou um eu que não está comigo
nem mais pode ser eu,
porque não estando onde estou
vivo cheio de coisas
que não habitaram outrora
o que eu pensei de mim.

Hoje penso que não penso nada do que penso
nem do que busquei, engendrei,
desfiz, ultrajei, construí ou vivi.
A vida é geometria tangente
que me saúda nas margens,
sem pó nem suor,
só com a minha vontade
de que tudo houvesse acontecido
como nos sonhos pensados
ou nos ritmos passados do que não fiz.

Hoje penso que sou
nada mais do que quis,
somente tudo
do que agora penso.
Hoje penso que sou Fernando Pessoa
e que morri adulto e lúcido
em 1935, um ano depois de ter nascido.

(Cárcel Montevideo, 27/06/1977)

02 julho 2011

Irmã Dulce: uma biografia

A Irmã Dulce (foto) foi batizada  Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes, baiana de Salvador, nasceu em 26/06/1914, numa família de classe média. Filha de um professor universitário e dentista, sempre foi uma pessoa piedosa e devotada a santo Antônio.

Ingressou na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição (SMIC), em 1932. Devotada à caridade, começou sua obra ocupando um barracão abandonado para abrigar mendigos.  Uma das suas mais notáveis iniciativa é o hospital Santo Antônio, com  capacidade para atender setecentos pacientes e duzentos casos ambulatoriais. Outra é o Centro Educacional Santo Antônio (CESA), que recebe mais de trezentas crianças de 3 a 17 anos. No CESA, os jovens têm acesso a cursos profissionalizantes.

A saúde frágil nunca lhe impediu de levar seu apostolado adiante. Porém, em 1990, os problemas respiratórios foram os responsáveis pela internação da freira. Na condição de enferma recebeu, em 20/10/91, a visita do papa João Paulo II.
 
Sua partida para a eternidade aconteceu, ao 77 anos, no dia 13/03/92. Seu corpo foi sepultado no alto do Santo Cristo, na Basílica de Nossa Senhora da Conceição da Praia e depois transferido para a Capela do Hospital Santo Antônio, centro das Obras Assistenciais Irmã Dulce.

Como atitude de respeito, segue a  oração oficial dedicada à venerada Dulce dos Pobres!

Aroldo José Marinho

ORAÇÃO À IRMÃ DULCE
Senhor Nosso Deus.
Recordando a vossa serva Dulce Lopes Pontes, ardente de amor por vós
e pelos irmãos, nós vos agradecemos pelo seu serviço a favor dos pobres e dos excluídos.
Renovai-nos na fé e na caridade. E concedei-nos a seu exemplo
vivermos a comunhão, com simplicidade e humildade, guiados pela doçura do Espírito de Cristo.
Bendito nos séculos dos séculos. Amém.

Se não fosse a irmã Dulce

No dia 23/05 foi realizada a audiência do processo que movi contra a empresa Tim no Juizado Especial Cível de Brasília. No mês anterior houve uma audiência de conciliação, bem parecida com as que são exibidas no Fantástico. A proposta inócua da empresa me fez seguir adiante na causa. Novamente, eu enfrentaria, de forma definitiva, a multi-nacional italiana nas barras da lei.

Por algum motivo que não lembro, botei na cabeça que 14:00 era o horário da audiência. Estava despreocupado quando, às 12:00, reli o documento onde era informado  o horário correto: 12:30. E mais, lá estava escrito que, se eu perdesse o horário da audiência, teria meu processo encerrado e arcaria com todas as despesas do mesmo. 

Desesperado, corri para a estação de metrô, localizada a 200 metros do local onde eu estava. Cheguei, peguei o trem no maior desespero. De repente, lembrei que, no dia anterior à audiência, houve a cerimônia de beatificação da irmã Dulce, lá em Salvador (BA). Vi uma parte da cerimônia  na transmissão da rede Vida. Lembrei de ter ouvido alguém dizer que a religiosa tudo confiava a santo Antônio e que sempre colhia muitas graças.

Então, humilde e nervosamente, dentro do trem, pedi para a Irmã Dulce interceder para que, mesmo atrasado, eu não perdesse o processo. pedido feito, procurei me acalmar. Cheguei na estação de destino, desci e saí correndo na direção do juizado. Chegando lá, ouço uma oficial de justiça chamar meu nome completo. Me apresentei. Ela disse que aquela era terceira e última chamada. Emocionado, não me contive, disse para ela: "Foi a Irmã Dulce!"

Para minha surpresa, a pessoa representante da Tim chegou depois de mim. A audiência transcorreu num clima de calma. Na sentença proferida, o merítissimo juiz, acolheu a minha argumentação,. Resultado: ganhei a causa!!!!

Saí de lá muito contente que, logo cheguei no computador, comuniquei minha vitória no Twitter, lembrando de enfatizar a intercessão  poderosa e vitoriosa de irmã Dulce. Aliás, agora não é mais correto chamá-la de Irmã Dulce. Por isso, refaço a citação: Bem Aventurada Dulce dos Pobres!

Por isso, com alegria e muito agradecimento no coração, escrevi este texto.  A postagem seguinte apresentará a biogaafia de tão fascinante e digna pessoa.

Aroldo José Marinho