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26 março 2005

Harry Potter

Muitos de vocês devem ter lido os livros da série infanto-juvenil Harry Potter ou, talvez, assistido aos filmes baseados nas aventuras do menino bruxo. Li três desses livros (já estou finalizando o quarto) e assisti aos três filmes já lançados. Gostei muto dos livros e dos filmes e indico para meus amigos.

A história do garoto é fantástica, um menino que vive com tios e um primo que o maltratam. Até que um dia as coisas se modificam. daí começa a aventura. Lembra um pouco a gata borralheira.Mas as semelhanças acabam neste ponto.

Depois de rever o primeiro filme, pensei como seria interessante contá-lo para as pessoas que não assistiram, sem tirar o interesse pela fita. Então escrevi um texto poético que tenta mostrar alguma coisa do menino bruxo para quem não sabe dele.

Leiam e façam comentários informando se consegui cumprir meu objetivo.

Harold


Harry Potter
Aroldo José

O menino está em perigo, nada lhe é favorável.
Ninguém guardou nenhum sorriso para ele.
Parece que sua vida ficou em perigo
E pode ser encolhida dentro de um armário
Ou escondida embaixo da escada
Que tem um compartimento falso.

Ele não sabe porque é infeliz.
Nunca lhe deixaram correr pelo campos
Para sentir a liberdade do vento no rosto
Nem experimentar a folga do feriado.

Pobre sofredor, marionete em mãos aproveitadoras.
Mas ele sabe que, um dia, algo irá mudar.
Alguma igreja brigará em sua honra
E sua cicatriz será objeto sagrado.

Portas e janelas fechadas não lhe impedirão
De conhecer um mundo especial e novo,
Cheio de novidades e histórias ancestrais,
De gente que adora viver além do normal.

Então, o menino poderá sorrir para a lua,
Mandar bonitas mensagens através da coruja,
Que espera o momento para anunciar a festa
Ansiada pelas pessoas que nunca se esqueceram de amar.
Brasília, 07/12/04

19 março 2005

José

Hoje é dia de São José, o padroeiro de Macapá, a cidade onde nasci. É feriado lá. Mesmo quando a data cai num dia de semana, a cidade pára para homenagear o santo com cerimônias religiosas, arraial, shows, etc. Também faço minha homenagem ao santo por alguns motivos que independem de Macapá. Um deles é que eu me chamo José. Isto mesmo! Sou Aroldo José.

Certa vez fui num dicionário onomástico para saber mais sobre meu segundo nome. Descobri que o significado de José é "O Justo". Então relacionei o significado com a narração bíblica da descoberta feita pelo carpinteiro José: sua noiva Maria estava grávida. A narração de Lucas mostra que eles não viviam juntos portanto o carpinteiro não seria o pai do filho esperado por Maria.

De acordo com a tradição judaica, José poderia denunciar sua noiva como adúltera. Ela seria apedrejada. Mas Lucas cita que José era homem justo e não queria difamar a noiva. Por isso, resolveu abandoná-la na calada da noite. O resto já é sabido: o anjo lhe visita em sonho e comunica que Maria espera um filho gerado pelo Espírito santo. Então José assume a paternidade do filho de Deus.

Me fascina na história o caráter de José. Se ele denunciasse a noiva, ela seria marginalizada pela comunidade. Porém ao abandoná-la ele passaria a idéia de que era um homem fugindo do compromisso assumido anteriormente. Então, neste caso, a comunidade acolheria Maria e amaldiçoaria o noivo fujão. Quer dizer, ele preferiu manchar sua imagem, do que desmoralizar o conceito de Maria perante as pessoas do lugar onde viviam. Convenhamos, não é qualquer inocente que aceita levar a culpa no lugar do outro.

Antes de saber do plano de Deus, o carpinteiro já estava preservando Maria. Então, seu exemplo é fabuloso. Seu senso de justiça vai além de seu prejuízo moral. Depois da visita do anjo, ele se torna o pai efetivo do filho de Deus.

Como qualquer dos muitos José que estão pelo mundo, eu prezo bastante a justiça social. E me orgulho de ter este nome e prestar reverência ao carpinteiro de Nazaré. Na sociedade em que vivo, a justiça é fato banalizado e a postura de José serve como convite para resgatar a importância deste princípio no mundo.

Felicito todos que se chamam José e peço ao nosso padroeiro que interceda para que Deus nos transforme em homens justos.

Feliz dia de São José!

Aroldo JOSÉ Marinho

08 março 2005

Viva elas!

Hoje é o dia internacional da mulher. Parabéns para elas que nos aturam e também nos amam muito. Já foi dito que se Deus fez algo melhor do que a mulher, guardou só para ele. É legal cantar a alegria de termos nossas mulheres por perto, mesmo nos dias em que elas sentem o mundo avermelhar dentro de si e explodem em raivas incontidas e incompreendidas.

Um educador lá do Pará, o professor Meirevaldo Paiva, certa vez disse que o maior mal que um país pode fazer aos seus cidadãos é permitir que mulher não seja alfabetizada. Quando ouvi Paiva falar isto, no início dos anos 90, pensei que ele estava querendo agradar a imensa platéia feminina. Depois refleti e vi que ele está correto. Pois, é a mulher que põe os cidadãos no mundo. É ele que os educa; que lhes dá noções de ética, amor e tudo mais que é preciso haver no mundo para que a felicidade não seja só uma bela utopia.

Então, é necessário sempre dar valor à presença da mulher no mundo. Eu, como qualquer virginiano seletivo, não vou atrás de qualquer onda. Mas é só conhecer uma moça que seja inteligente (algo importante) e bonita (para alegrar meus olhos carentes de poesia) que começo a pensar que os Estados Unidos têm jeito, que Bush ainda vai criar vergonha na cara; que o Brasil vai valorizar seus filhos, etc. No plano pessoal, a mulher sempre faz com que minha bagunça interna se torne aceitável.

Então, sem muitas enrolações: FELIZ DIA INTERNACIONAL DA MULHER! Que Deus, no seu infinito amor dê muitas bençãos para o ser feminino. Hoje comemoramos uma data que homenageia à mulher. Mas tenho fé que chegará o dia em que a festa será para o DIA INTERNACIONAL DO SER HUMANO, data que surgirá para celebrar as tentativas de construção de diálogo entre mulheres e homens. Um diálogo que privilegia a solidariedade, a igualdade, o respeito, outro monte de coisa boa e positiva, e, sobretudo o AMOR!
Viva as mulheres agora, daqui a pouco, hoje e sempre! Amém!
Harold

Um texto do Celso

Hoje é meu dia de fazer gentileza aos amigos e familiares. Apresento um poema escrito por Celso Antonio Pereira, que é casado com minha prima Rose. Ele é um carioca com alma de amapaense. Foi conhecer Macapá, em 2001, e se apaixonou pela cidade, como se tivesse nascido no lugar. Chegou 2005. A saudade de lá bateu e, lá foi ele de novo com a Rose passar o carnaval em Macapá. Ele aproveitou para bater um monte de fotografias e ouvir as músicas produzidas em Macapá.
Aqui está o poema que Celso fez para Macapá. Fiquei contente e agora publico. Deu ânimo para que um dia, eu também escreva sobre a cidade onde nasci.
Tudo de bom para vocês!
Harold


Querida Macapá
I

Vou seguir aquela estrada rumo à Belém do Pará.

Sou viajante e por mais distante eu não levo nada,

Só uma mochila velha e o meu coração. Eu só tenho

Medo da solidão.

II

Sou filho da terra e com orgulho sou do mês de Julho.

Tenho saudade do meu povo, da beira-rio; do tucupi e do

Tacacá. É a beleza daquele lugar; é a cidade de Macapá.

Meu pensamento vagueia aqui e acolá. Quero pro Norte

Voltar!

III

Pode até dar em nada a minha jornada, mas tenho

Pressa de chegar. Estou cheio de esperança de tanto

sonhar. Quero pra minha terra voltar, O Norte !

Minha querida Macapá.


Celso Antonio Pereira

Um texto do Klaus

Saudação para todos e todas!
Olha eu aqui para colocar mais um texto no blog. Desta vez, a autoria não é minha. Quem escreveu o material que vocês vão ver foi o Klaus Brüschke, um amigo que mora no interior de São Paulo e que trabalha na editora Cidade Nova.
Espero que vocês gostem do texto. Quem quiser fazer algum comentário, fique à vontade. Garanto que farei com que todas as opiniões cheguem até o Klaus.
Boa leitura!
Beijos, abraços e saúde sempre!
Harold

Celebridades? Celebridades?

É interessante o culto atual prestado às celebridades. Depois de a cultura moderna - especialmente a literatura - ter substituído a saga de nobres, heróis e mitos pelas crônicas do "homem sem qualidades" (R.Musil), da gente como a gente, parece que ficou um vazio, preenchido por pessoas que ocupam (muitas vezes estrategicamente) colunas sociais impressas e eletrônicas, notabilizadas sabe-se lá porque? No noticiário, a vida afetiva da realeza britânica e a expulsão da modelo de uma festa dividem, em igualdade de condições, espaço com o caminho da paz na Palestina, os conflitos da Terra do Meio paraense e as questões bioéticas das células-tronco.

Uma possível explicação para esse fenômeno é o ser humano contemporâneo ver-se frustrado numa cultura que lhe traçou o caminho do "ser" para o "ter". Não lhe sendo possível ter o que deseja (quer por estar excluído do restrito círculo dos que podem consumir, quer porque cada desejo saciado provoca outro por saciar), é lhe oferecida a opção do "parecer-ter". Assim ele se projeta nos que têm ou parecem ter (casa,glamour, holofotes?). Referências, as celebridades não são perfeitas, como os heróis ou os santos, mas vivem suas intrigas, como os deuses gregos, apaziguando a consciência da pessoa comum ante as próprias fraquezas e improbidades.

Ademais, ligado a isso, é curioso nos talk-shows e assemelhados a bisbilhotice alcançar o status de informação. A linguagem - que percorrera dezenas de milhares de anos para evoluir do burburinho de nossos ancestrais (evolução do esgaravatar mútuo dos primatas) até a conversa articulada, o discurso -volta às origens: abdica-se da crítica e da razão em favor do palavrório, do mexerico, da platitude. Mas a questão dos referenciais pode ser vista de outro lado, um lado construtivo. Temos necessidade do outro. O outro pode me dar algo realmente precioso; eu posso conhecer-lhe "o Céu" (C. Lubich), enriquecer-me dele - e, por minha vez, enriquecer a outros. Não só nas "grandes questões da visão do mundo", mas também no que diz respeito a temas do dia-a-dia, nem por isso menos importantes. Sem abrir mão da capacidade humana de articular com a razão a linguagem. Pelo contrário, elevando esta sempre mais do nível do discurso ao nível do diálogo.

E aqui a literatura - especialmente o gênero das biografias - tem um papel insubstituível. Ler a vida de alguém é participar de seus tesouros, é tomar parte de sua vida, é, enfim, tornar-se seu amigo. Ao mesmo tempo, a biografia se enriquece da leitura de seus leitores (J. L. Borges).

Cidade Nova lançou nesse verão duas biografias de pessoas na aparência diametralmente opostas: Charles de Foucauld e Chiara Luce. Ele, um francês, que viveu na virada do século XIX para o século XX e buscou imitar Jesus de Nazaré retirado entre os tuaregues no deserto do Saara. Ela, uma jovem italiana, praticamente contemporânea nossa, que procurou viver o Evangelho segundo uma espiritualidade de comunhão na normalidade de sua vida juvenil. Ambos deram a própria vida; ele, brutalmente assassinado; ela, consumida por um câncer. Ambos deixaram um legado; ele, especialmente em seus escritos; ela sobretudo no testemunho dos que a rodearam. Ambos alcançaram uma meta: a plenitude de vida, que a Igreja estuda reconhecer como vida de santidade.

Ambos são modelos. Não para serem aplaudidos na passarela de alguma Fashion Week, mas para serem nossos companheiros na bem mais árdua e interessante senda da vida.

Klaus Brüschke

03 março 2005

A eleição surpreendente

A Câmara dos Deputados tem novo presidente. O pernambucano Severino Cavalcanti assumiu o cargo causando espantos. Ele não era o candidato favorito, não tinha apoio da presidência da república. Apareceu como azarão e ganhou a disputa. Foi a vitória do 'baixo clero' (deputados sem muita expressão nacional) sobre os medalhões do parlamento.

Cavalcanti assumiu e logo se fez notar para a maioria dos brasileiros que, de modo geral, nunca ouviu falar de seu nome nem de sua atuação política. No cerimônia de posse, fez um discurso que causou espanto e indignação. Ele prometeu aumentar os salários do deputados e fez pesadas críticas às posições pró-aborto e aos defensores do projeto que oficializa a união civil entre pessoas do mesmo sexo no Brasil. Grande parte da sociedade brasileira considerou ridícula a proposta de aumentar os salários da Câmara, pois os trabalhadores do nosso país não tem seus contra-cheques reajustados desde o final do século passado. Ecos do neo-liberalismo.

O deputado também usou sua posição de presidente parlamentar para lançar afirmações preconceituosas e difamatórias contra as pessoas defensoras do aborto e da união civil entre pessoas do mesmo sexo. O deputado, que citou ser católico praticante, por pouco não envia para o inferno as pessoas que defendem as posições por ele atacadas.

Não acredito que a eleição de Severino Cavalcanti seja uma conquista ética da Câmara dos Deputados. Mas sou democrata e respeito sua vitória. Lamento que sua postura seja descuidada. Como presidente parlamentar, ele deveria saber que suas opiniões ganham muito espaço na mídia e que, como deputado, é preciso respeitar qualquer posição defendida por grupos da sociedade brasileira, mesmo que sejam posições que ele não goste.

As críticas de Cavalcanti aos ativistas pró-aborto e da união civil entre pessoas do mesmo sexo soaram como condenações de caráter moral e religioso. Certamente, a presidência da Câmara não é o foro adequado para este tipo de discurso. Que ele seja contra as militâncias, não há nenhum inconveniente. O problema é querer usar a posição que exerce para tentar influenciar a sociedade brasileira de forma antiética e irresponsável.

Espero que a eleição de Severino Cavalcanti para a direção da Câmara dos Deputados sirva como estímulo tanto os deputados quanto à sociedade do nosso país. Que tal fazer uma bela reflexão sobre a importância do voto responsável?

01 março 2005

O fracasso carioca

Um amigo quis fazer pirraça de mim só porque eu aprecio o futebol de São Paulo e não dou um tostão furado pelo campeonato carioca. O amigo disse que não é só o campeonato paulista que tem campeões vindos do interior. Ele cita o Volta Redonda, campeão da Taça Guanabara, como exemplo do domínio interiorano no carioca de 2005.

Mas o amigo cometeu um erro de raciocínio. Apesar de ser verdade que a Taça Guanabara não foi conquistada pelos grandes do Rio, isso não quer dizer que no interior do Rio se pratica um futebol de qualidade.

No caso de São Paulo é diferente. O campeão do ano passado é o São Caetano, que é do ABC paulista, assim como o Santo André, que derrotou o Flamengo no Maracanã e conquistou a Copa do Brasil de 2004. As duas equipes, mais o Ituano, que chegou às semifinais do campeonato brasileiro da segunda divisão do ano anterior, mostraram eficiência. Esta é a diferença entre os interiores de São Paulo e Rio de Janeiro.

O Volta Redonda e o Americano decidiram a Taça Guanabara não tanto pelo talento de seus atletas ou pela estrutura de suas diretorias. Essas equipes foram à final por causa da incompetência dos times da capital. O mesmo raciocínio não é válido para o campeonato paulista. A possível incompetência dos quatro grandes paulistanos. Lá há uma capacidade de organização e aproveitamento de talento não percebidos no futebol carioca.

Portanto, o amigo não tem razão ao tentar comparar a realidade do futebol paulista com a do carioca. Prá dizer a verdade, muita água vai ter que rolar por baixo da ponte até que o futebol carioca possa novamente ser levado a sério. Enquanto isto não ocorre, que tal dar uma olhada na tabela do final de semana do campeonato de São Paulo?