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30 maio 2008

Aurora, menina

Volta e meia, descubro que há vida inteligente nos blogs. Bom saber que o talento está por perto. Basta apenas ter um olhar atencioso.
Através de meu primo Daniel Amanajás, poeta e tradutor já citado, algumas vezes, por aqui, tive contato com os textos escritos por Sophia Jares (www.sophiajares.blogspot.com). A moça paraense é hiper-talentosa. Li um texto seu, fiquei chapado. Li outro. Vários! Percebi a capacidade que ela tem de brincar com as palavras. A lucididade mora na alma e no coração dela.
Quis mostrar o trabalho dela para que vocês saibam que estou contando uma verdade. Então, não resisti. Fui pedir autorização. Ela concedeu. Agora publico um dos poemas que confirma tudo que escrevi sobre Sophia no parágrafo inicial. Li como se estivesse me divertindo. Ela faz a gente se sentir bem.
Chega de tanta conversa. Com vocês, Sophia Jares.
Tudo de bom!
Aroldo José Marinho

Aurora, menina
Sophia Jares

Menina,
sai do portão,
a vida é curta e o caminho é longo,
não vá se perder por aí.

Olha o sol como brilha,
a luz do dia é viva,
ilumina teu rosto.

És pura e sincera,
teu olhar não mente,
não deves ver a escuridão desse mundo,
não te fará bem.

Cuida da tua alma,
não deixe que a sobridão da lua invada
a inocência do teu perdão.

25 maio 2008

Chegada




Faz tempo que não publico um texto poético. Mas não assumo culpa. Os fatos acontecidos, ultimamente, são os responsáveis. Eles acontecem e, de certa forma, pedem um comentário. Querem que nós, as pessoas, mostremos que sabemos receber notícias, lê-las, refletí-las. Também nos podem alguma resposta.
Apesar da importância dos fatos, não podemos esquecer da arte, da beleza das letras de canções e dos poemas. Da importância de Drummond e de Pessoa. De Bandeira e Quintana. De Buarque, Gil, Caetano, Cazuza e demais artesãos da palavra.
Humildemente, apresento texto que escrevi em 2005. Creio que vale a pena ser lido. Rs! Se não for bom, as críticas serão bem recebidas. Os elogios também.
Boa leitura!


Chegada

Aroldo José

O amor chega e anuncia

Um novo ciclo de euforia

Para o coração que havia esquecido

Como é bom se apaixonar.

É como abrir a janela da casa,

Deixar que por ela entre a vida

E chamar de minha favorita

A bela e eterna musa.



É como andar de novo pela velha rua

Sonhando com abraços e beijos;

E fazer declarações pedindo à lua

Que ilumine um novo desejo.



O amor chega como o herói

Que venceu um dragão feroz;

E agora segue num passo abalado

Para socorrer alguém desamparado.



É como o menino que se descobriu aflito.

Experimentou o remédio e as loucuras.

E depois que venceu o medo dos fantasmas,

Enfeitou sua sala de prazer e ternura.

Brasília, 28/09/05

08 maio 2008

Quem tem teto de vidro não deve jogar pedra





Hoje soube pela imprensa sobre a ida de Dilma Rousseff ao senado. A toda-poderosa ministra-chefe da Casa Civil, mãe do PAC e candidata da simpatia de Lula à presidência da república, foi à Comissão de Infra-Estrutura para responder perguntas sobre o suposto dossiê produzido pela Casa Civil sobre as contas feitas por Fernando Henrique Cardoso, no período em ele que foi presidente do país.
O circo foi armado para inibir e confundir a ministra. De quebra, lançar algum embaraço sobre o governo atual. A oposição, responsável pela lona do circo, estava representada por um dos seus mais expressivos líderes, o senador José Agripino Maia (DEM-RN). Emplogado com os seus objetivos, o líder do DEM (segundos alguns, DEMO), abriu a temporada de caça à Dilma com uma afirmação capciosa e duvidosa. O oposicionista citou uma entrevista, dada ao Folha de São Paulo, onde Dilma afirmava ter “mentido bastante” na década de 70, durante a ditadura militar.
Agripino perguntou se ela, ainda mentia, para salvar as situações da sua vida. O que o senador potiguar quis afirmar (insinuar) é que Dilma mentiu contra a ditadura e que continua mentindo quando faz negativas sobre o dossiê que o governo teria feito sobre as contas do governo FHC. Como o tolo que é, o senador pensou que estava embaraçando a ministra. Grande engano! Se o depoimento fosse uma partida de vôlei, poderia se afirmar que o potiguar levantou a bola para que Dilma Rousseff, fizesse um belo ponto de cortada. Sua resposta foi genial. Ela disse:
"Eu fui barbaramente torturada, senador. Qualquer pessoa que ousar falar a verdade para os torturadores, entrega os seus iguais. Eu me orgulho muito de ter mentido na tortura, senador". E mais, Dilma foi categórica ao afirmar que "não há possibilidade de diálogo" quando se tem pela frente o "pau de arara, o choque elétrico e a morte".
Só esta resposta já seria bastante para desmontar a bobagem de Agripino. Mas Dilma também mostrou não ter memória curta ao lembrar do passado do senador e de sua família de oligarcas do RN. O clã Maia nunca se voltou contra a ditadura. Pelo contrário, com se ofereceu apoio para ela. Numa referência indireta a este fato, a ministra disse que ela e o senador não estavam "no mesmo momento" quando ela participou da luta armada ao regime militar.
Assim, estava ganha a partida. Pobre do idiota Agripino que falou besteira e teve que aturar lição de moral da chefe da Casa Civil.
Mas ele bem que mereceu!
Atualmente, olho com alguma desconfiança para as ações do governo Lula. Mas me alegrei com a resposta dada por Dilma ao senador do RN. Ele tentou rebater o argumento dela. Disse que também combateu a ditadura. Será mesmo? Bem... o engenheiro Agripino entrou para a vida política em 1979 quando foi indicado governador do RN por João Figueiredo, último presidente da ditadura. A trajetória da família Maia sempre foi ligada à Arena, partido do governo nos anos de chumbo, que depois virou PDS, depois PFL e agora atende pela denominação DEM. Difícil acreditar que Maia tenha tido, antes de 1979, uma trajetória própria, diferente de seus familiares.
Diante deste quadro, quem é José Agripino Maia para fazer insinuações para Dilma Rousseff? Como pode um sujeito assim afirmar que é democrata?
Parece que o bom e velho óleo de peroba anda em falta na casa do senador. Melhor comprar vários frascos. O velho ditado não perdeu atualidade: "Só fala besteira quem quer."
Aroldo José Marinho

05 maio 2008

O título


























Ontem foi dia/tarde/noite de alegria em São Paulo. A decisão do campeonato paulista de futebol. O palco foi o estádio Palestra Itália (Parque Antárctica). O motivo? A conquista do campeonato pela Sociedade Esportiva Palmeiras. Lá estava a equipe verde enfrentando a Ponte Preta, de Campinas, e depois de 11 anos sem ganhar um título estadual, mostrando porque é a melhor do estado.
Não deu outra, vitória do Verdão. para ficar com a taça, podia até perder pela diferença de um gol. Porém a melhor equipe da competição não estava interessada em se aproveitar da vantagem que lhe dava o regulamento.
A equipe entrou em campo, agëntou so sufoco inicial dado pela Ponte e foi fazendo os gols, ainda no tempo inicial. O primeiro veio aos 19', foi contra, marcado por Conceição mas que, de certa forma, teve a autoria intelectual do zagueiro Gustavo. Mas foi quando, aos 33' Alex Mineiro marcou, a torcida não conseguiu nem tentou se conter. Começou a gritar com justiça "É CAMPEÃO!" Além de secramentar a festa, esse gol colocou Alex em igualdade com Kleber Pereira na artilharia do campeonato.
Veio o segundo tempo e a equipe procurou administrar tudo que tinha obtido durante a competição. Foi quando Valdívia, El Mago, se livrou da marcação para, aos 73', fazer um bonito gol. mas não era só de belos gols que este time se nutriu. O espírito solidário foi visto quando, Valdívia lançou Martinez, que tirou o goleiro da jogada, e passou a bola para que, de novo, Alex Mineiro, aos 76' marcasse e se tornar-se o artilheiro isolado da competição. Alex declarou que dividiria com os companheiros a quantia que a federação lhe daria como premiação pela artilharia. Muito justo!
De repente, tudo virou brincadeira. Palmeiras jogou como se estivesse se divertindo. E, de fato, estava mesmo. Prova disso foio gol que Alex, sempre ele, marcou aos 77'. Aí o treinador Luxemburgo convidou Diego Cavalieri para participar da festa no lugar do genial e milagroso São Marcos. Justa foi a homenagem da torcida e da comissão técnica ao aplaudir e gritar o nome do santo goleiro.
Muito mais se poderia falar sobre a conquista de ontem. Mas este não é o momento adequado. É preciso comemorar bastante a chegada de uma nova era de títulos. Depois da festa, é hora de olhar com seriedade para campeonato nacional e seguir adiante com confiança e talento. Só para finalizar. E DÁ-LHE PORCO! E DÁ-LHE PORCO! OLÊ! OLÊ! OLÊ!
Aroldo José Marinho