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30 junho 2006

Grandes jogos, pequenas decisões

Após uma parada estratégica de dois dias, a copa do mundo retomou sua sina no dia de hoje. No momento em que escrevo, já sei do resultado do jogo ds 12:00 e espero pelo início do das 16:00. O mata-mata da fase anterior definiu oito equipes para as quartas-de-finais. Começaram as pequenas decisões, uma nova onde de emoções.

Com exceção do jogo Itália x Ucrânia, há um toque de decisão em cada partida. Confrontos tradicionais são evidenciados: Europa x América do Sul e a re-edição de uma das semi-finais da copa de 1966, realizada na Inglaterra.

O conflito inter-continental coloca frente a frente Alemanha x Argentina e França x Brasil. O confronto envolvendo os donos da casa e nossos rivais domésticos nos faz recordar as decisões de 1986 e 1990. Maradona e companhia levaram a taça na primeira enquanto que Matthäus e colegas deram o troco na copa seguinte. Outra re-edição envolve a seleção brasileira que vai tentar mostrar que a vitória francesa, na copa de 1998, foi apenas um equívoco.

A copa de 1966 também volta à ordem do dia por causa do jogo Inglaterra x Portugal. Coincidentemente, as duas seleções são citadas entre as que mais evoluiram nos último quatro anos. Outro fato que as une é que seus treinadores são estrangeiros: os ingleses são comandados pelo sueco Sven Goran-Erickson e os portugueses obedecem a orientação de Luis Felipe Scolari.

E agora, o que acontecerá daqui por diante?

Com exceção do já encerrado jogo que culminou com a vitória alemã, a resposta é difícil de escrever. A Alemanha mostrou que, além da sua tradicional aplicação, sabe fazer uso da garra quando esta é necessária. Começou em desvantagem no placar por causa do gol anotado por Ayala, aos 4 minutos do segundo tempo, a seleção dona da casa partiu para cima dos argentinos e conseguiu o empate, aos 35, com uma cabeçada do artilheiro Klose. Tem gente que dirá que os argentinos jogaram melhor, que mereciam ter ganho a partida. Como só assisti a partir do segundo tempo, não sei se tal afirmativa é pertinente. Porém não vi muito brilho na atuação argentina no segundo tempo nem na prorrogação.

Não escondo de ninguém que minha torcida nesta copa é para Brasil e Alemanha, por uma série de motivos afetivos. Cito isto para dizer o tamanho de minha alegria com as defesas feitas por Lehman nas cobranças de penais. Seus colegas foram eficientes. Ele foi completo. Parece que os argentinos se cansaram demais correndo na prorrogação pois suas cobranças de penais foram medíocres. Aproveito para, publicamente, pedir desculpas a Jens Lehman. Eu fui umas das pessoas que contestaram a decisão do técnico Klinsmann de fazer dele o sucessor de Kahn no gol alemão.

Para o outro confronto entre europeus e sul-americanos, o jeito é especular. Creio que o Brasil vai procurar ser muito eficiente para devolver a derrota de 1998 aos franceses. Mas, também para seguir adiante nesta copa. Por isso, não acredito que este jogo traga muitos gols. Talvez haja um palcar bem mínimo, do tipo 1 x 0, 2x 1, etc. Será um jogo emocional, qualquer um pode surprender. Deus queira que a vitória não abandone o verde-amarelo.

Quanto ao confronto luso-britânico (ou anglo-português?). De cara, eu não tenho preferência por nenhuma das duas seleções. Poderia fechar os olhos, lavar as mãos e dizer: Que vença o melhor! Todavia não farei isto. Dificilmente fico em cima do muro. Por isso, declaro minha simpatia por Felipão. Sou seu fã desde o tempo em que ele dirigia a Sociedade Esportiva Palmeiras. Considero que ele é um treinador muito competente e sempre me coloco na sua torcida. Viva Scolari!

Finalizando. No confronto entre europeus e sula-americanos, entre portugueses e ingleses, que haja futebol de muita qualidade.
Aroldo José Marinho

26 junho 2006

A copa segue em frente

A copa segue em frente. Depois da fase inicial, algumas seleções arrumaram as malas e sairam da Alemanha. Como era esperado, as equipes de menor expressão foram as primeiras a se despedir do evento. Parece que tudo cai na mesma lógica das copas anteriores: a primeira fase é só para recepcionar quem chega, a coisa importante vem depois e será compartilhada por um círculo bem restrito, geralmente, os selecionados tradicionais da Europa e da América do Sul.
No momento, ocorre a fase do 'mata-mata', quem perde diz adeus às pretensões de levar a taça. Assim foi com Suécia, México, Holanda e outros que não conseguiram derrotar, respectivamente, Alemanha, Argentina e Portugal. O funil vai ficando estreito. O Brasil espera Gana para também manter suas pretensões do hexa-campeonato. Mudou alguma coisa em relação às outras copas?
Sinceramente! Não mudou nada! É sempre assim. Chega o período da copa. Vários países enviam suas seleções para participar da festa, arejar a cabeça num evento mega. Aí começam os jogos, as equipes mais fracas levam sua goleada de praxe ou, às vezes, supreendem os técnicos da Europa e cravam uma zebra. Mas, quase sempre, o prestígio de Brasil, Alemanha, Argentina fala mais alto. Resumindo: a coisa é decidida entre os mesmos.
A impressão que me passa é que, apesar da copa ser um elemento de confraternização universal, ela ainda é um privilégio de poucos mestres iniciados. Será que, nos próximos quatro anos haverá uma equipe campeã vinda da África, da Àsia, da Oceânia? Será que esta idéia continuará, ainda a ser um sonho?
Creio que sim. Em todo caso, seria injustiça que as seleções mais talentosas perdessem espaço para debutantes. Penso que as equipes tradici0nais poderiam (não sei como) dar maior incentivo para o desenvolvimento das seleções menos desenvolvidas.
Aroldo José Marinho

21 junho 2006

Bussunda sempre!

No último sábado (21/06), acordei quase cedo e soube da notícia desagradável. Bussunda faleceu na Alemanha. Que maneira estranha de se começar o dia. Disseram que ele teve ataque cardíaco quando era atendido por uma equipe de para-médicos. Enfim, foi tudo tão rápido. Pouco se poderia fazer por ele.
Fiquei chocado com a notícia. Sou fã declarado do Casseta & Planeta. Nunca me neguei a defender o grupo das críticas moralistas e/ ou idiotas que, volta e meia, ouvia alguém fazer. Era inveja misturada com falta de não ter o que fazer. Agora nos deparamos com a ida de Bussunda para o andar superior da existência humana. Fica um rastro de tristeza no ar.
Ouvi pessoas dizendo que esta morte é o final do grupo. Sinceramente, não acredito nisso. Nunca pensei no grupo de forma individual. Para mim, eles são (eram) uma entidade composta por sete caras geniais. Eles são o exemplo de investimento que deu certo neste país nos últimos dez anos. Sem dúvida, o Bussunda desfalca, e muito, o grupo. Mas eu acredito que os Cassetas que ficaram vão continuar a manter a peteca do trabalho.
Sei que muitas pessoas vão comentar sobre o falecimento do nosso adorado gordo por causa do destaque dado pela mídia. Mas ele merece todas as homenagens que a gente puder oferecer. Sua figura rotunda (quero dizer gorda, ops...quero dizer, cheinha) sempre despertou riso e simpatia. Ele fazia um humor escrachado e inteligente. Sabia escrever e interpretar textos primorosos. Se alguém negar o talento de Bussunda, com certeza, faz isto motivado pela inveja e pela falta de visão artística.
No trabalho do Casseta havia mistura de humorismo, jornalismo e, sobretudo, ' nonsense'. Não é de se espantar o fato de que os empreendimentos do grupo sempre eram gratificados economicamente. Qualquer coisa que tenha estampada a marca do grupo rende um bom dinheiro. Aí está mais um exemplo de gente que, diferente de determinados políticos, ganha dinheiro acreditando na própria loucura e usando o talento como combustível do sucesso. Não sei de ninguém que diga que o grupo ganhou dinheiro fazendo concessões ou puxando o saco de autoridades, empresários, celebridades, etc. Longe disso, eles sempre tiraram sarro deste pessoal meio insano.
Pensei em escrever uma grande homenagem ao Bussunda. Grande para honrar sua pesada figura (rs). Mas me faltam argumentos. A emoção também me atrapalha. Então vou lembrar que sou cristão e acredito que a morte não é o final da existência humana. Há algo de sublime por trás dela. Quero lembrar deste grande (sem trocadilho) cara com alegria e respeito e agradecer a Deus por ter assistido os programas desenvolvidos por ele. Por ter percebido sua genialidade. Vale lembrar sempre destas coisas do que forçar uma barra de tristeza.
Longa vida a este super-herói!
Como dizia Marrentinho Carioca: fala sério!!!! Valeu BUSSUNDA!!!!!!!! Obrigado por tudo!
Aroldo José Marinho