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04 novembro 2008

Uma bela corrida

Ainda tenho na memória as três últimas voltas do Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1 (F1), realizado na tarde do último domingo. Faz tempo que não o autódromo de Intervalos não era palco de uma grande corrida. Pelo menos, no caso da F1.

Ali estavam dois pilotos jovens disputando o título mundial. Felipe Massa, aos poucos, conquistando espaço na Ferari, e Lewis Hamilton, inglês, da Mclaren, vice-campeão de 2007. A pole era de Massa, ele foi líder o tempo todo. Hamilton procurou administrar. Não atacou quase não foi atacado. Ele guiava com regulamento debaixo do braço. A boa vantagem lhe permitia ser campeão mesmo que o rival ganhasse a prova. Bastava chegar no quinto lugar.

Porém tudo que é emocionante se revela no final. E assim foi. E foi preciso que dois pilotos alemães tornassem a corrida um filme de ação. O primeiro, Sebastian Vettel, estava no sexto lugar e desejou a posição à sua frente, ocupada por Hamilton. Naquele momento, o inglês era campeão. Mas Vettel queria melhorar sua classificação e foi para cima do adversário. Não sossegou enquanto não fez a ultrapassagem.

Com sua atitude ousada, o alemão estava transformando Massa no campeão mundial. Tudo muito bem. O brasileiro cruzou em primeiro. Festa da torcida brasileira, da família de Felipe e o time da Ferari. Quando parecia que tudo estava consumado, eis que o intrépido Vettel decidi ganhar mais uma posição, desta vez, sobre seu compatriota, Timo Glock. Este tentou se segurar do jeito que pode. Mas seus pneus secos não funcionaram mais na pista molhada.

Glock foi ultrapassado por Vettel. Até aí, nada demais. Todavia eis que acontece o fato definidor do campeonato: Hamilton, no vácuo, também supera Glock e cruza a linha de chegada no quinto lugar e se tornar o campeão da temporada atual. Felipe ganhou a corrida com mérito. Porém o campeonato foi parar nas mãos do piloto da Mclaren.

Como brasileiro, esperei pela vitória de Massa. Mas procuro ter um olhar mais amplo. Reconheço que, durante todo o campenato, Hamilton procurou a vitória de tal forma que lhe renderam pontos e uma vantagem preciosa para a corrida final. Fico orgulhoso desta corrida tão marcante ter acontecido no meu país. Que venham outras.
Aroldo José Marinho


O desafio de Obama

Hoje, terça-feira (04/11), os eleitores dos Estados Unidos escolhem seu novo presidente. Neste pleito disputam os senadores Barack Obama, do partido Democrata, e John McCain, do partido Republicano, do qual faz parte o presidente atual. Não sou eleitor naquele país mas entendo que esta eleição é importante para o mundo todo. Por isso, volto meu olhar de apoio à candidatura de Obama.

O senador pelo estado de Illinois, sem dúvida, representa uma alternativa ao fracasso da administração Bush. O mesmo não pode ser dito sobre seu adversário, que, de certa forma, é continuador das propostas conservadoras e retrógadas da administração atual.

Creio que todos que têm preocupação com os rumos da política internacional estão ligados nesta eleição. Os Estados Unidos mantém uma liderança que, muitas vezes, é passível de contestação. O interesse da nação é mais importante e precisa ser alcançado a todo custo. Mesmo que, para isso, seja necessário bloquear o comércio com Cuba, invadir o Iraque, estimular a Colômbia a desafiar Hugo Chavez e assim por diante. A administração atual mostrou que a falta de caráter faz parte do estilo republicano de governar. Exemplo claro foi dado quando se descobriu que a afirmação de que havia um arsenal nuclear no Iraque era, na verdade, só uma mentira utilizada para covnencer a opinião pública da necessidade de se invadir aquele país.

Agora os eleitores norte-americano terão a oportunidade de corrigir o erro que foi eleger Bush e botá-lo na geladeira política com os demais republicanos. O mundo agradecerá esta iniciativa. Como é sabido, os presidentes que mostraram algum tipo de compreensão e dialogaram com as demais nações em condições dignas eram democratas. Gente como Kennedy e Carter. Dizem que o único republicano que não fez feio, foi Lincoln. Mas ele não atuou no século XX.

Uma pessoa disse que para nós, os brasileiros, seria melhor que McCain saísse vitorioso. Pois ele é simpático à derrubadas das tarifas que incidem sobre o nosso etanol. Discordo de quem enxerga a coisa assim. Não dá para apoiar um candidato só porque o elemento a uma coisa nossa. É preciso pensar no benefício da humanidade e não na satisfação do próprio umbigo.

Não sei se Obama será um presidente revolucionário. Não há como prever. Todavia acredito que ele terá a tolerância e a dignidade para o mundo que não percebi na adminsitração atual. Há também o fato histórico: será o primeiro presidente negro dos EUA. Antes, uma realidade assim só era percebida na série 24 Horas, do grande herói Jack Bauer.

Espero que os eleitores não frustrem as expectativas nossas, os torcedores. Que seja possível a instauração de um novo ciclo na política internacional. Neste sentido, concordo com Lula. Ele disse que a eleição de Obama faz parte do contexto que levou ele (operário), Morales (índio), Chavez (militar nacionalista) ao poder na América do sul. Então, sem mais delongas, boa sorte Obama!!!
Aroldo José Marinho