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10 dezembro 2006

O Aniversário da Adorável Julie



Geralmente, utilizo meu blog para publicar comentários e poemas meus e de outras pessoas queridas. Hoje vou o utilizar o blog de uma forma diferente. Em vez de textos, uma foto e um comentário elogioso. Quero louvar este dia como sendo um dia de muita festa. Dia do aniversário de Julie. Who's that Julie? É uma amiga que mora na cidade de Sapucaia do Sul, pertinho de Porto Alegre. Ela é uma das melhores amizades que tenho. Uma pessoa de um coração belo e genial. Do bem e só para o bem.

Concordo com as pessoas que têm receio em relação aos contatos feitos na internet. Conheço gente que sofreu incômodos por causa desses contatos. Isto é muito chato. Graças a Deus, nunca tive problema assim. Pelo contrário, só as pessoas boas e dignas vieram em minha direção. Uma delas é uma moça que conheci em 1999. De lá para cá, a amizade foi crescendo. Os bons amigos botaram a correspondência em dia e conversaram ao telefone. É incrível? Sim! E muito. Em 2005 fui fazer uma tarefa profissional lá no Rio Grande do Sul. Foi a chance de encontrar minha amiga e perceber que a dignidade mostrada na net, nas cartas e no telefone é fato real. Esta moça é da pesada. Do coração bom e digno. Com ela, eu troco opiniões e idéias. Ajudo e sou ajudado. Conto de minha afetividade, de minha namorada. Ela me conta as histórias da faculdade e do namoro que está vivendo.

Para finalizar, desejo muita alegria e festa para JULIE GRAZIELA ZANIN.

Beijos e saúde!

Harold

08 dezembro 2006

Como John e Yoko


Nestes dias lembramos que, há 26 anos, John Lennon partiu para um plano superior de vida. Sua partida não foi uma escolha pessoal mas a decisão de um fanático. Para nós ficou a dor e as lembranças de belas e importantes canções. Também a lembrança de sua relação com Yoko Ono, a esposa, às vezes, rejeitada pelos fãs e citada como pivô da crise que encerrou a carreira do fabuloso quarteto de Liverpool. Não entro neste tipo de discussão. Gosto de lembrar a beleza do amor por eles vivido.
O texto que coloco hoje no blog é, ao mesmo tempo, a minha homenagem ao ilustre casal e, também, a uma moça muito especial aqui do Distrito Federal.
Depois de lido o texto, me ofereçam seus elogios ou suas críticas.
Tudo de bom!
Aroldo José Marinho



Como John e Yoko
Aroldo José
Ela vai para a festa,
Eu sigo atrás dela.
Não questiono seus planos.
Só me interessa o seu lance,
Seu olhar certeiro e esperto.
Finjo que não sei de nada.
Mas depois me entrego
E apoio sua jogada.



Ela quer dançar
Até chegar a madrugada.
E eu só quero amar
Esta mulher alucinada.



Nossas boas reputações
Foram destruídas.
Agora somos dois loucos
Vivendo como John e Yoko.



Ela quer o paraíso.
Eu só quero andar na rua.
Pelas noites do Leblon
E saborear vinho Bourbon.
Ela quer ser a rainha da corte.
Eu só quero que ela seja minha
E que venha me aquecer
Nas noites frias.



Nossas tristezas desaparecem.
Uma nova vida nos oferecem.
Agora somos dois loucos,
Vivendo como John e Yoko



Ela não sabe quando parar.
Não quer dá um tempo,
Nem fechar os olhos
E sonhar com repouso.
Sua energia é vida,
Sua entrega é infinita.
Ela nunca vai abraçar
O que é banal ou tradicional.
Brasília, 06/11/05

25 novembro 2006

O sangue da flor

Saudações amigas!
Nestes dias estive revisando meu arquivo de poemas e encontrei este escrito há nove anos. Antes de lhes oferecer para a leitura e comentário, devo informar que nunca fui fã da pessoa aqui homenageada. Ao contrário, sempre olhei com um certo distanciamento para sua imagem. Não me inspirava confiança. Porém um fato trágico acontecido com ela, me indignou. Não agüentei e escrevi este texto em sua honra. Como cidadão não quis ficar indiferente à sua dor.
Façam suas leituras e deixem seus comentários. De hoje em diante, me comprometo a responder as coisas escritas por vocês.
Beijos e saúde!
Harold


O sangue da flor

Aroldo José

Já faz um certo tempo que um poeta brasileiro,
Sem dúvida, o maior e o melhor de todos,
Prestou homenagem ao homem do povo:
O genial Chaplin, o vagabundo.



E como disse, já faz um certo tempo.
E agora outro poeta esforçado,
Não tão iluminado quanto o grande Drummond,
Ergue sua voz em honra de outra personalidade britânica



Ao saber que veio a notícia
de que morreu uma princesa,
Uma mulher que procurava a felicidade.
Alguém que queria ser um simples alguém.



Mas eis que a tranqüildade é vã
E que surge alguém atrás da melhor pose.
Niguém quer saber sua opinião:
“-- Posso fotografá-la senhora?”
Paparazzo”, “paparazzi”, papagaio!
“-- Lá vai ela!”
“-- Atrás dela!”
“-- A melhor pose é de quem chegar primeiro.”



A bela só queria ser feliz,
Ter um amor verdadeiro.
Mas a vida é assim:
Por amor se morre,
Pela fofoca se mata.
Assim é a vida.



Então ela fugiu.
Mas para toda borboleta bonita
Que voar neste jardim,
Haverá um monte de caçadores,
Colecionadores da vaidade,
Jardineiros da flor da morte.



Oh mulher! E o seu sangue fica espalhado pela rua,
Sua face exprime sofrimento.
Alguns gritarão o seu nome incessantemente,
A flor ferida, a flor despedaçada.
Todavia os abutres pensarão sobre o quanto é belo
Registrar o sofrimento da flor.
Quanto sangue,
Quanto perfume,
Que pose bonita ela empresta ao sofrimento.



E sua beleza é contemplada pela insensatez.
Talvez este lamento seja invalidado
Por opiniões sobre ir e vir,
Entrar e sair das vidas alheias



Ela era apenas uma mulher.
Apesar de tudo,
Apenas uma mulher.
Porém ninguém quer saber da mulher,
O mito é maior.



Assim é o mundo do fim do século:
Registrar a vida é preciso.
É um serviço público,
Mesmo que isso atrapalhe o viver alheio.



Nossas vidas, pobres vidas.
Grandes espetáculos jornalísticos,
Propriedades públicas.
Pessoas viram imagens
E imagens não têm direito ao respeito,
Não têm dignidade.



Por fim, a morte!
A flor deixou de enfeitar o jardim,
Ninguém sabe o que aconteceu.
Tudo tão rápido,
velocidade ultra-máxima,
Destroços... sangue... morte...
A flor em pedaços...



Agora é hora de chorar,
Os espinhos machucaram a flor.
Porém o mais importante para os construtores da notícia,
É poder registrar a perda do sangue,
A perda do encanto,
A perda da vida.



Passou o tempo, a flor virou semente
E foi plantada no fundo do seu quintal.
o mundo viu a flor-princesa descer ao solo.
A lágrima era real,
Outras flores cobriram a eterna morada da flor-mulher.



Para cada flor que fenece,
Nasce outra flor noutro jardim.
Tão bela quanto a anterior,
Talvez até mais bela.



Mas, mesmo com o desencanto,
O espanto,
O assombro,
A foto indiscreta não disfarçará
A dignidade humana,
O direito de felicidade de toda mulher.



Belém, 19/09/97
Para Diana Spencer

Festival: abertura e primeiro dia

O Festival de Brasília do Cinema Brasileiro chega à sua edição de número 39. Como das outras edições, vemos um pouco de tudo: da ação de cineastas inovadores à procura desenfreada de algumas fãs pelos artistas contratados da Rede Globo. Tietagens à parte, muita coisa legal merece registro nestes dias cinematográficos em Brasília.
Como de praxe, a abertura do evento foi no Teatro Nacional. Lá estavam as pessoas bem vestidas (ou quase). A orquestra regida pelo maestro amapaense Joaquim França tocou dois temas belos e se retirou. Em seguida, foi anunciada a exibição "hors concours" do filme "Romance do Vaqueiro Voador", de Manfredo Caldas, inspirado no poema homônimo de de João Bosco Bezerra Bonfim, tematizando o universo mitico do nordestino que, transformado em candango, veio participar da construção da capital federal. Há também a participação de Luis Carlos Vasconcelos lendo trechos do poema de Bonfim. O filme foi bem recebido pela platéia. Particularmente, creio que se fosse exibido na mostra competitiva, o "Romance..." não assustaria os demais concorrentes. Seu conteúdo lírico enternece aos espectadores. Só!
No dia seguinte, a coisa já foi para valer no cine Brasília. Lá estavam público, imprensa, artistas, equipes e organziação esperando o início da mostra competitiva. Os concorrentes de curta metragem, cada um com duração de 15 minutos, eram: "Noite de sexta, manhã de sábado" e "Hibakusha: Herdeiros atômicos no Brasil". O primeiro, dirigido pelo pernambucano Kleber Mendonça Filho, conta a história de um homem que conversa no celular com sua amada na noite de sexta-feira mas volta sozinho para sua casa na manhã seguinte.
O segundo, do diretor paulista Maurício Kinoshita, focaliza as histórias de pessoas que sobreviveram aos horrores de Hiroshima e Nagasaki. A platéia recebeu com gentileza as duas produções. Considerando a boa fase do cinema pernambucano, o filme de Mendonça Filho se coloca como um favorito para levar o troféu Candango na categoria de melhor curta. Porém a forte temática social do filme de Kinoshita não o exclui da disputa.
O único concorrente da noite na categoria longa metragem foi: "Jardim Ângela". O filme dirigido pelo paulista Evaldo Mocarzel tematiza uma região de São Paulo dividida pelos problemas refrentes ao tráfico de drogas. De um lado, estão as pessoas que aceitam a convivência com os traficantes e que, às vezes, também oferecem sua colaboração e/ou passividade para eles. Contundo nem todos se envolvem com as atividades criminais.
O filme de Mocarzel recebeu aplausos entusiasmados da platéia. O diretor também colheu simpatia por causa de sua filha Joana, portadora da síndrome de Down, que participa da novela Páginas da Vida, onde sua personagem é filha adotiva de Regina Duarte.

26 outubro 2006

A Cidade e Você

Faz tempo que nao posto novo material no blog. Acho que estou em crise criativa. Mas, para não deixar o espaço sem uso, vou postar um texto escrito há 10 anos, quando eu morava em Belém. Por favor, leiam e opinem. Pode ser elogio, pode ser crítica. O importante é saber o que vocês pensam dos meus textos.
Tudo de bom!
Harold




A Cidade e Você
Aroldo José
A chuva cai e eu caminho,
A cidade é intensa,
Minha vontade é imensa
E eu caminho pelas calçadas.

Queria tanto que ontem fosse feriado,
Para eu dormir o dia inteiro
E sonhar que lhe tenho
A todo momento,
Sobretudo quando bate em meu peito
A batida do sofrimento.

A cidade que não é a minha cidade
Tem mistérios.
Mas eu só quero descobrir
Qual é o caminho mais rápido
Para chegar em casa.

O time do povo quer o craque de volta,
O irresponsável moleque deseja voltar ao ninho
E, eu só quero você.
Seus olhos claros me olhando,
Dizendo que é bom viver,

Sua casa e nossa casa,
Sua dor e minha alegria,
Seu sangue e meu pouco caso,
Sua pontaria certeira
E minha cabeça levando pontos.

A chuva caiu, vai cair de novo.
Tempo frio e chocolate quente,
Prá gente beber perto da lareira.

Vamos aquecer nossos corpos
Ao som das suas mentiras
Que rimam com a minha insegurança.

Depois, o mundo me tratará como gênio
E lhe chamará de musa.
Seremos tão felizes
Que lhe darei de presente uma blusa
E você me chamará de paixão.

Vou fechar a janela
Prá chuva não molhar nossa casa,
Inundando nossa solidão
E nossa vontade de amar.
Belém, 26/10/96

11 outubro 2006

A Voz

Saudações para os fãs e as fãs da Legião Urbana no dia em que se completam 10 anos da partida de Renato Russo rumo à morada dos justos. Infelizmente, não pude preparar um texto especial para esta data. Por isso, me desculpo geral e, apresento um texto escrito no período em que morei em Belém (PA). Ao mesmo tempo em que homenageio o Trovador Solitário do Planalto, faço homenagem também aos queridos familiares Célio Alício, Ivan Daniel e Aline Maria. Sem eles, não me seria possível conhecer o respeitar a obra da Legião Urbana e de seu poeta maior.
O amor vence tudo!
Aroldo José Marinho


A Voz

Aroldo José

A voz que canta é profunda,

Dá alegria ao ouvinte,

Mas está cansada de olhar a janela

E ver nuvens cinzentas;

A água do rio ao lado é turva

E há gente que nela quer entrar.


A voz soluça de pena e rancor,

O que era melodia virou barulho,

Diamante falso e cena banal.

O que era vida virou outra vida

Que nunca foi vida.


A voz que falava, agora só sussurra

gemidos inexplicáveis,

Por que será que é tão bonito

Ver um artista sofrer?


Não queria olhar para o céu,

As estrelas não têm brilho,

A luz da lua foi cortada

Porque ninguém pagou a conta

Enquanto o homem de óculos

Gritava no beco escuro:

"-- Ma che bella vita!"


A voz canta no rádio,

Há um novo tempo, tudo é novo,

A rua é nova, o amor é novo,

Mas minha dor continua a mesma.



Quem bebeu o chopp sorriu,

Mas não soube dizer porquê

Que tudo que é estranho

Deve permanecer estranho.



Agora as cinzas voam,

Os carros passam pela via principal;

Mudei de casa

E no planalto tudo continua igual.



Só vou ligar a televisão

Quando estiver pronto para

ver meu rosto feliz,

Beijando a boca da esperança.

Belém, 23/10/96

Para Renato Russo

10 agosto 2006

Criadora e Criatura

Quero lhes indicar o nome e a arte de Tina Pastore. A moça é estudante de arquitetura aqui em Brasília. Ao mesmo tempo em que aprende os fundamentos da arte que consagrou Niemeyer, ela se aprimora em outra arte: a fotografia. É possível conhecer seu trabalho fotográfico no "site" www.flickr.com/photos/tina_pastore.

É neste site em que ela é, ao mesmo tempo, criadora e criatura. Sua criação acontece quando empunha a câmera e captura imagens e situações diversas com rara sensibilidade. Sua arte propõe um novo olhar sobre a paisagem, põe poesia onde nada parece existir e acrescenta beleza aos cenários naturalmente belos.

Porém a criadora sabe, em nome da arte, se fazer criatura. É isto que ocorre quando ela se coloca na frente das câmeras e vira musa de seus colegas, como os fotógrafos Frederico Mendes e Fábio Cherman. Então, Tina se faz menina, vira mulher e encara as lentes com alegria, tristeza, com um jeito que sabe inspirar e encantar.

Este texto é conseqüência direta da visita que fiz ao "site" que serve como galeria virtual para a arte de Tina Pastore. Agora faço o convite para você que ler meu "blog". Vá lá conhecer as fotos realizadas e/ ou inspiradas por esta artista que, aos poucos, vai compartilhando seu talento com o público. Não haverá decepção.
Aroldo José Marinho

07 julho 2006

Epitáfio (uma nova letra)

Hoje não farei nenhum comentário sobre a copa do mundo. Mas não vou me ausentar do assunto. Recordo que Carlos Alberto Parreira, o derrotado treinador brasileiro, disse que a trilha sonora da nossa equipe era a música Epitáfio, escrita por Sérgio Britto e gravada pelos Titãs.
Daniel Amanajás, meu primo e tradutor para o português do hermano Navi Leinad, fez uma letra alternativa muito boa. No texto ele mostra como Parreira fez uma sucessão de erros. Parece que o único ponto positivo do trabalho inútil deste treinador foi ter inspirado artistas geniais como Daniel.
Parabéns Daniel!
Creio que é tudo. Vamos à letra!
Harold

Devia ter jogado mais
Ter marcado mais
Ter visto o Henry correr
Devia ter arriscado mais
Até armado mais
Ter feito o que eu devia fazer
Queria ter aceitado o Ronaldinho Gaúcho como ele é
Cada um sabe como ele joga e na seleção a tristeza que é
O quadrado vai me proteger
Enquanto eu não escalar o Robinho
O quadrado vai me proteger
Enquanto eu não escalar...
Não devia ter treinado menos
Trabalhado jogadas pelo menos
ter poupado o Brasil de tanto horror
Devia ter confiado menos
E só ter problemas pequenos
Pra jogar onde for
Queria ter aceitado o Zidane como ele é
A cada jogo cabe alegrias e a tristeza se quiser
O quadrado vai me proteger
Enquanto eu não escalar o Robinho
O quadrado vai me proteger
Enquanto eu não escalar...
Não devia ter treinado menos
Trabalhado jogadas pelo menos
ter poupado o Brasil de tanto horror.

03 julho 2006

De novo a França, a velha decepção

No sábado passado (01/07) houve o jogo entre Brasil e França pelas quartas-de-final da copa do mundo. O resultado, já sabemos e lamentamos bastante. Eu pensei que a nossa vitória era coisa certa. Talvez por 1 x 0, 2 x 1. Enfim, um placar suado e heróico. Não gostei do resultado mas, confesso, não fiquei surpreendido. Na minha cabeça de psicólogo havia a certeza de que este jogo representava muito para as duas seleções. Primeiro porque vencê-lo significava seguir adiante na copa. Depois por causa do fator psicológico: vencer a seleção francesa representaria a desforra sonhada pelos brasileiros. Para os "azuis" seria o início da superação da má fase vivida por eles na copa de 2002 e na Eurocopa de 2004.

Veio o jogo. O mundo de olho no festival de boa arte que seria oferecido. Infelizmente, nossa seleção foi apática. Havia vontade de ganhar. Mas a incompetência para transformar o desejo em vitória não existiu. Que pena! Do lado dos franceses, a coisa foi diferente. Zidane mostrou esforço para fazer uma boa aposentadoria, para sair aplaudido por seu povo e pelos amantes do bom jogo.

A vitória da França foi incontestável. Mas não creio que nossa equipe foi derrotada naquela partida. O fracasso começou quando Parreira e Zagalo foram chamados para, novamente, dirigirem a seleção. Até onde sei, as equipes dirigidas por estes senhores sempre foram amigas de um jogo defensivo e pouco brilhante. Eles convocaram os melhores jogadores do país. Porém atrofiaram o talento dos atletas.

Na sua maioria, eles atuam no estrangeiro e são artistas nos seus clubes. Porém bastava se apresentarem ao comandante Parreira para que a arte dos craques fosse diluída em benefício dos interesses dos dirigentes de futebol. Por isso, lá ia nosso selecionado disputar amistosos contra equipes inofensivas da Ásia ou de qualquer outro lugar determinado pela Nike. Para os bolsos do patrocinador e dos cartolas, estes jogos significaram muita coisa, muito lucro. Contudo, para o bom e belo futebol, nada representaram.

Depois veio o embarque para a Suíça, nas vésperas da copa. Enquanto outras seleções procuravam amistosos contra equipes que também participariam do evento na Alemanha, o Brasil enfrentava a seleção de Lucerna, uma equipe de pouca expressão no campeonato suíço e uma equipe juvenil do Fluminense. Outros problemas aconteciam, mas tudo era abafado com a conivência de setores da grande imprensa.

Os erros foram acontecendo e ninguém falava nada. Não posso ser injusto nem irracional, aqueles que faziam alguma crítica, eram silenciados e acusados de anti-patriotismo. A soberba foi crescendo na comissão técnica da seleção. Era vendida a idéia de que nós, os pentacampeões mundiais, os líderes no ranking da FIFA, não precisávamos melhorar em nada. As demais seleções é que deveriam alcançar o nosso elevado nível.

Então, veio a copa. As vitórias na fase inicial da competição serviram para encobrir uma verdade: o Brasil, nos últimos tempos, era uma equipe vencedora, mas que, quase sempre, só vencia equipes fracas. Assim foi contra Croácia, Austrália e Japão. Em seguida, novo triunfo contra Gana. Bastou vir a nova fase e o desafio de um adversário forte da Europa, que têm jogadores talentosos, para as deficiências serem melhor percebidas.

Fim do ato de uma tragédia quase sempre anunciada. O sonho do hexa foi dissipado na incompetência. Sem querer endossar a hipocrisia de jornalistas, como os Galvão Bueno da vida, que antes faziam "oba-oba" para a dupla Parreira-Zagalo e, que agora, lhes atiram pedras, creio que esta derrota foi positiva. Se quisermos aprender com nosso erros, vamos ter a chance de assumir nosso futebol com ética, com calendário organizado e com coragem de botar para fora dirigentes como Ricardo Teixeira. Teremos condições de mandar a Nike se colocar no seu lugar e não encher mais a paciência.

Avante Brasil! A olimpiada está chegando. O momento de ser diferente é este.
Aroldo José Marinho

30 junho 2006

Grandes jogos, pequenas decisões

Após uma parada estratégica de dois dias, a copa do mundo retomou sua sina no dia de hoje. No momento em que escrevo, já sei do resultado do jogo ds 12:00 e espero pelo início do das 16:00. O mata-mata da fase anterior definiu oito equipes para as quartas-de-finais. Começaram as pequenas decisões, uma nova onde de emoções.

Com exceção do jogo Itália x Ucrânia, há um toque de decisão em cada partida. Confrontos tradicionais são evidenciados: Europa x América do Sul e a re-edição de uma das semi-finais da copa de 1966, realizada na Inglaterra.

O conflito inter-continental coloca frente a frente Alemanha x Argentina e França x Brasil. O confronto envolvendo os donos da casa e nossos rivais domésticos nos faz recordar as decisões de 1986 e 1990. Maradona e companhia levaram a taça na primeira enquanto que Matthäus e colegas deram o troco na copa seguinte. Outra re-edição envolve a seleção brasileira que vai tentar mostrar que a vitória francesa, na copa de 1998, foi apenas um equívoco.

A copa de 1966 também volta à ordem do dia por causa do jogo Inglaterra x Portugal. Coincidentemente, as duas seleções são citadas entre as que mais evoluiram nos último quatro anos. Outro fato que as une é que seus treinadores são estrangeiros: os ingleses são comandados pelo sueco Sven Goran-Erickson e os portugueses obedecem a orientação de Luis Felipe Scolari.

E agora, o que acontecerá daqui por diante?

Com exceção do já encerrado jogo que culminou com a vitória alemã, a resposta é difícil de escrever. A Alemanha mostrou que, além da sua tradicional aplicação, sabe fazer uso da garra quando esta é necessária. Começou em desvantagem no placar por causa do gol anotado por Ayala, aos 4 minutos do segundo tempo, a seleção dona da casa partiu para cima dos argentinos e conseguiu o empate, aos 35, com uma cabeçada do artilheiro Klose. Tem gente que dirá que os argentinos jogaram melhor, que mereciam ter ganho a partida. Como só assisti a partir do segundo tempo, não sei se tal afirmativa é pertinente. Porém não vi muito brilho na atuação argentina no segundo tempo nem na prorrogação.

Não escondo de ninguém que minha torcida nesta copa é para Brasil e Alemanha, por uma série de motivos afetivos. Cito isto para dizer o tamanho de minha alegria com as defesas feitas por Lehman nas cobranças de penais. Seus colegas foram eficientes. Ele foi completo. Parece que os argentinos se cansaram demais correndo na prorrogação pois suas cobranças de penais foram medíocres. Aproveito para, publicamente, pedir desculpas a Jens Lehman. Eu fui umas das pessoas que contestaram a decisão do técnico Klinsmann de fazer dele o sucessor de Kahn no gol alemão.

Para o outro confronto entre europeus e sul-americanos, o jeito é especular. Creio que o Brasil vai procurar ser muito eficiente para devolver a derrota de 1998 aos franceses. Mas, também para seguir adiante nesta copa. Por isso, não acredito que este jogo traga muitos gols. Talvez haja um palcar bem mínimo, do tipo 1 x 0, 2x 1, etc. Será um jogo emocional, qualquer um pode surprender. Deus queira que a vitória não abandone o verde-amarelo.

Quanto ao confronto luso-britânico (ou anglo-português?). De cara, eu não tenho preferência por nenhuma das duas seleções. Poderia fechar os olhos, lavar as mãos e dizer: Que vença o melhor! Todavia não farei isto. Dificilmente fico em cima do muro. Por isso, declaro minha simpatia por Felipão. Sou seu fã desde o tempo em que ele dirigia a Sociedade Esportiva Palmeiras. Considero que ele é um treinador muito competente e sempre me coloco na sua torcida. Viva Scolari!

Finalizando. No confronto entre europeus e sula-americanos, entre portugueses e ingleses, que haja futebol de muita qualidade.
Aroldo José Marinho

26 junho 2006

A copa segue em frente

A copa segue em frente. Depois da fase inicial, algumas seleções arrumaram as malas e sairam da Alemanha. Como era esperado, as equipes de menor expressão foram as primeiras a se despedir do evento. Parece que tudo cai na mesma lógica das copas anteriores: a primeira fase é só para recepcionar quem chega, a coisa importante vem depois e será compartilhada por um círculo bem restrito, geralmente, os selecionados tradicionais da Europa e da América do Sul.
No momento, ocorre a fase do 'mata-mata', quem perde diz adeus às pretensões de levar a taça. Assim foi com Suécia, México, Holanda e outros que não conseguiram derrotar, respectivamente, Alemanha, Argentina e Portugal. O funil vai ficando estreito. O Brasil espera Gana para também manter suas pretensões do hexa-campeonato. Mudou alguma coisa em relação às outras copas?
Sinceramente! Não mudou nada! É sempre assim. Chega o período da copa. Vários países enviam suas seleções para participar da festa, arejar a cabeça num evento mega. Aí começam os jogos, as equipes mais fracas levam sua goleada de praxe ou, às vezes, supreendem os técnicos da Europa e cravam uma zebra. Mas, quase sempre, o prestígio de Brasil, Alemanha, Argentina fala mais alto. Resumindo: a coisa é decidida entre os mesmos.
A impressão que me passa é que, apesar da copa ser um elemento de confraternização universal, ela ainda é um privilégio de poucos mestres iniciados. Será que, nos próximos quatro anos haverá uma equipe campeã vinda da África, da Àsia, da Oceânia? Será que esta idéia continuará, ainda a ser um sonho?
Creio que sim. Em todo caso, seria injustiça que as seleções mais talentosas perdessem espaço para debutantes. Penso que as equipes tradici0nais poderiam (não sei como) dar maior incentivo para o desenvolvimento das seleções menos desenvolvidas.
Aroldo José Marinho

21 junho 2006

Bussunda sempre!

No último sábado (21/06), acordei quase cedo e soube da notícia desagradável. Bussunda faleceu na Alemanha. Que maneira estranha de se começar o dia. Disseram que ele teve ataque cardíaco quando era atendido por uma equipe de para-médicos. Enfim, foi tudo tão rápido. Pouco se poderia fazer por ele.
Fiquei chocado com a notícia. Sou fã declarado do Casseta & Planeta. Nunca me neguei a defender o grupo das críticas moralistas e/ ou idiotas que, volta e meia, ouvia alguém fazer. Era inveja misturada com falta de não ter o que fazer. Agora nos deparamos com a ida de Bussunda para o andar superior da existência humana. Fica um rastro de tristeza no ar.
Ouvi pessoas dizendo que esta morte é o final do grupo. Sinceramente, não acredito nisso. Nunca pensei no grupo de forma individual. Para mim, eles são (eram) uma entidade composta por sete caras geniais. Eles são o exemplo de investimento que deu certo neste país nos últimos dez anos. Sem dúvida, o Bussunda desfalca, e muito, o grupo. Mas eu acredito que os Cassetas que ficaram vão continuar a manter a peteca do trabalho.
Sei que muitas pessoas vão comentar sobre o falecimento do nosso adorado gordo por causa do destaque dado pela mídia. Mas ele merece todas as homenagens que a gente puder oferecer. Sua figura rotunda (quero dizer gorda, ops...quero dizer, cheinha) sempre despertou riso e simpatia. Ele fazia um humor escrachado e inteligente. Sabia escrever e interpretar textos primorosos. Se alguém negar o talento de Bussunda, com certeza, faz isto motivado pela inveja e pela falta de visão artística.
No trabalho do Casseta havia mistura de humorismo, jornalismo e, sobretudo, ' nonsense'. Não é de se espantar o fato de que os empreendimentos do grupo sempre eram gratificados economicamente. Qualquer coisa que tenha estampada a marca do grupo rende um bom dinheiro. Aí está mais um exemplo de gente que, diferente de determinados políticos, ganha dinheiro acreditando na própria loucura e usando o talento como combustível do sucesso. Não sei de ninguém que diga que o grupo ganhou dinheiro fazendo concessões ou puxando o saco de autoridades, empresários, celebridades, etc. Longe disso, eles sempre tiraram sarro deste pessoal meio insano.
Pensei em escrever uma grande homenagem ao Bussunda. Grande para honrar sua pesada figura (rs). Mas me faltam argumentos. A emoção também me atrapalha. Então vou lembrar que sou cristão e acredito que a morte não é o final da existência humana. Há algo de sublime por trás dela. Quero lembrar deste grande (sem trocadilho) cara com alegria e respeito e agradecer a Deus por ter assistido os programas desenvolvidos por ele. Por ter percebido sua genialidade. Vale lembrar sempre destas coisas do que forçar uma barra de tristeza.
Longa vida a este super-herói!
Como dizia Marrentinho Carioca: fala sério!!!! Valeu BUSSUNDA!!!!!!!! Obrigado por tudo!
Aroldo José Marinho


23 maio 2006

Entusiasmo exagerado

A copa do mundo está chegando. Faltam poucos dias para que o país volte sua atenção para o futebol que vai ser jogado na Alemanha. É lá que as emoções vão acontecer. De lá virão as imagens que darão sentido às vidas de diversos torcedores ao redor do mundo.
A seleção nacional foi convocada e embarcou para fazer sua preparação na Suíça. Depois de afinar os instrumentos na terra do chocolate, a orquestra irá tocar para encantar as platéias alemães. É o que se presume. É o que se deseja. Mas a prudência recomenda: devagar com o andor que o santo é de barro.
Sem dúvida, há vários motivos para se acreditar no favoritismo brasileiro. Porém não se pode fechar os olhos e desmerecer a capacidade das equipes adversárias. Há sempre o perigo do melhor ser surpreendido em qualquer tempo. A Argentina e a França foram à Ásia como favoritas na copa de 2002. Voltaram para casa na fase inicial. A Inglaterra era outra favorita. Venceu a primeira fase e foi enfrentar novos adversários. Deu azar, vencia o jogo contra a seleção brasileira. O placar era mínimo. Fim do jogo, o mundo contemplou a despedida da equipe inglesa, que perdeu de virada para os canarinhos.
Os dois azarões de 2002 eram Brasil e Alemanha. Países que têm tradição futebolística, que já foram campeões mundiais mas que, naquele período, não estavam mostrando brilhantismo. Fizeram campanhas sofríveis nas eliminatórias. Quase não que se classificam. Pois bem, enquanto os favoritos se despediam da copa, as duas equipes seguiram para a final. Deu Brasil! Justo!
Agora é diferente. O time de Parreira entra pela porta da frente e recebe aplausos. Então é preciso manter a calma e não se deixar levar pelo entusiasmo exagerado que envenena e cega. Melhor é confiar no êxito, é claro, e trabalhar para que ele aconteça.
Aroldo José Marinho

20 maio 2006

Crônica de um tumulto anunciado

Na sexta- feira passada, o país, soube de uma notícia muito alarmante. O estado de São Paulo foi vítima de uma onda de violência sem proporções anteriores. Era a organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) demonstrando seu descontentamento contra as restrições impostas aos seus membros recolhidos nas diversas penitenciárias instaladas no estado. A ousadia dos bandidos foi o tema principal do Fantástico, da Rede Globo, e de outros programas jornalísticos ou de variedades, além de ter colocado nosso país na ordem do dia dos principais meios de comunicação mundial.

De repente, lá estavam os bandidos do PCC atacando delegacias policais e disparando contra viaturas da lei. Nem o corpo de bombeiros nem a guarda metropolitana da prefeitura da capital foram poupados. Pior, na mais perfeita sincronia, eles organizaram vários motins nas penitenciárias em estão cumprindo pena os chefes da organização.

Segundo a mídia, o motivo para tanta violência é a restrição à certas regalias oferecidas aos bandidos detentos. Como represália, estes usaram telefones celulares e mandaram que os membros não encarcerados atacassem alvos policiais na sexta-feira. A polícia reforçou suas bases. Então, o PCC começou a incendiar ônibus e alvos civis. Lógico, que numa situação assim, começaram os debates sobre segurança nos grandes centros, etc. Mas antes de pensar em aderir aos debates, há algo que desejo comentar e que me parece muito incômodo.

Algumas autoridades da segurança de São Paulo informaram terem conhecimento prévio sobre os ataques. Estas pessoas teriam recebido telefonemas anônimos comunicando a ocorrência da ação do PCC e nada fizeram para impedí-la. Preeriram ignorar as ligações, fazendo de conta de que não havia nenhuma gravidade no fato.

O PCC cansou de ser ignorado e decidiu mostrar sua força. Difícil negar que as ações do grupo são bem coordenadas. Todavia o mesmo não pode ser dito sobre as ações das autoridades. O governador foi à televisão dizer que estava tudo bem. O secretário de segurança fez bravata frente aos jornalistas. Um show dw palavras vazias.

Parece ser claro que as autoridades não estavam preparadas para lidar com esta onda de violência. Nunca levaram a sério a ação do PCC e pensam que a administração pública é uma máquina a ser utilizada para fins eleitorais. Enfim, não sabiam nada de nada. Nesta tragédia foram meros coadjuvantes.

Acredito que as autoridades paulistas, em vez de ocuparem somente com as situações eleitorais, poderiam ter trabalho para melhor equipar a força policial e dar treinamento aos policiais. POderiam melhorar o salário destes e também promover uma política de segurança pública dentro de um enfoque que valorize a cidadania.
Aroldo José Marinho

05 maio 2006

Diretoria culpada

Alguém me disse o resultado do jogo entre Palmeiras e São Paulo pela Taça Libertadores de América, que aconteceu na noite de quarta-feira. Foi mal! O São Paulo fez dois gols e ganhou a partida. Palmeiras fez um e continua com sua fragilidade exposta. Lógico que ser derrotado não é motivo de alegria mas, talvez este resultado tenha trazido um fato positivo : a comprovação de que a forma da diretoria comandar o time é incompetente.
Não é de hoje que se cobra uma nova postura da diretoria do clube. Mas esta fecha os olhos. Dá a falsa impressão de que não tem nada a ver com os problemas que acontecem no Parque Antárctica. Primeiro, tentou jogar a torcida contra os jogadores, que passaram a ser perseguidos e cobrados pela massa. O exemplo maior é Lúcio, lateral esquerdo que não agüentou tanta pressão e pediu para ser negociado.
Depois foi a vez de acusar o treinador Emerson Leão. Foi dito que ele fazia comentários que humilhavam e intimidavam os atletas. Que seu estilo de trabalho era fator de desmotivação da equipe. Após a derrota para o Figeuirense foi realizada uma reunião e decidida a saída do treinador. Leão foi embora mas a crise ficou e causou novos estragos.
Veio o jogo contra o São Paulo. A equipe foi derrotada. Porém, na verdade, esta derrota não é da equipe nem da torcida. Ela pertence, exclusivamente, à diretoria, que tanto tentou encontrar culpados e nunca teve coragem de assumir o próprio fracasso. Só aos diretores cabem as vaias, os xingamentos e qualquer outra forma de descontentamento.
É verdade que a equipe atual é mediana, que não têm estrelas fulgurantes. Também é verdade que há talento no time como também nas divisões inferiores do clube. Palmeiras não deve nada aos demais times do país. O que falta é talento para administrar. Isto, de fato, não é percebido no Parque Antárctica. Se eu fosse membro da diretoria, sinceramente, me demitiria e incentivava uma renovação na estrutura lá reinante.
Mas tudo pode ser superado. Uma nova diretoria. Um novo estilo de administrar. A boa vontade da nação verde. Tudo se resolve. Aposto que se for feito o que proponho, Palmeiras se tornará um potencial favorito ao título nacional. Enfim, o remédio é este. Vamos tomá-lo e salvar nossa valorosa esquadra.
Aroldo José Marinho

31 janeiro 2006

Dois poemas de Leinad (outra vez)

Oi para todos e todas!
O blog hoje faz festa por causa de uma ocasião prá lá de especial: o aniversário de Ivan Daniel da Silva Amanajás. Daniel é uma pessoa que eu prezo bastante. Excelente primo, excelente amigo, excelente colega, excelente em qualquer coisa que vocês quiserem. Enfim, um cara de inteligência e respeito. De uma humildade que merece aplausos. Vejo nele uma coerência que, infelizmente, anda em falta no mundo.
Daniel é um cara que pensa antes de falar ou agir, que é capaz de abrir mão de um benefício próprio só para poder dividí-lo com outras pessoas. O egoísmo não bateu na sua porta ou, se bateu, perdeu tempo e foi embora derrotado.
Para homenagear Daniel neste dia especial, publico aqui dois poemas escritos por Navi Leinad, escritor argentino residente em nosso país e, outras vezes, já publicado neste blog. O que tem a ver homenagear Daniel com um texto de Leinad? É simples, Daniel é o tradutor do trabalho do argentino para a língua portuguesa. Graças a ele podemos ter acesso à poesia urgente e plena de vida de Leinad.
Então Daniel! Feliz aniversário! Felicidades redobradas sempre! Que os seus lances sejam sempre abençoados por Deus! Que na sua vida os motivos de festa sempre sejam maiores que as dores. Amém!
Vamos ao texto? Vamos à festa!
Aroldo José Marinho



O Encontro
 O dia eu não lembro
A hora imagino
O local é inesquecível
O momento é o princípio.

O que fazíamos não importava
Ao redor, desapareceu
Olhares que se encontravam
Para nunca mais se afastar.

Caminhos coincidentes
Para um mesmo fim
De um começo já inaugurado
Que pôde se concretizar.

O dia eu queria lembrar
Para poder comemorar
Mas se te tenho todos os dias
Omitirei essa agonia
E viverei intensamente
Cada dia de alegria.

(Navi Leinad)


Mães
Elas que passaram noites em claro por nós, depois de nos carregarem nove meses no ventre, e até hoje se preocupam conosco...
Elas que sempre nos colocam em suas orações, dando-nos prioridade...
Elas que vão à luta por nós em qualquer campo de batalha...
Elas que nos deram vida, nunca exitariam em dar as suas por nós...
Elas que nos dão um amor inigualável, amor incondicional, amor verdadeiro, aquele que não espera ser correspondido para existir...
Elas...
Mães... deusas na Terra...
Adoradas por todos, filhos eternos, ligados pelo amor.

(Navi Leinad)



25 janeiro 2006

Para Sampa

Hoje é dia do aniversário da cidade de São Paulo. A grande metrópole fica mais um pouquinho adulta. São 452 anos muito bem vividos. Não é novidade para ninguém que tenho um carinho muito grande por esta cidade, que me sinto bem quando vou lá. Segundo meu amigo Mário Sebok, paulistano e feliz, numa outra encarnação eu nasci na capital paulista. Deve ter sido.
Infelizmente, não foi possível preparar uma grande homenagem para esta tão importante data. Mas, para não passar batido, decidi republicar o primeiro poema que escrevi para São Paulo. Espero que vocês leiam e depois me enviem seus comentários.
Feliz aniversário Sampa!
Tudo de bom sempre!


Para Sampa
Aroldo José
Eu conheço tuas ruas,
Tuas calçadas,
Tua gente bonita
Que anda apressada e feliz.

Já provei do teu sabor,
Teus aplausos, risos,
Tua cultura multi-étnica
Que fez o meu medo desaparecer.

Eu conheço teu jeito,
Tua elegância invisível,
Teu charme europeu discreto.

Eu já sei da tua dor
E da tua alegria,
Teu painel colorido,
Teu metrô veloz.

Já descobri teu mistério,
Já conheço a Brigadeiro,
Já senti teu perfume na paulista,
Já me descobri paulistano.

Já sei da tua paisagem
E, sobretudo, já sei do teu amor
De verde-porco palmeirense.

Eu já vivo a tua vida:
São Paulo!
Macapá, 31/12/93

16 janeiro 2006

Um autor da Bahia

Atendendo ao pedido feito por Alice Lordelo, uma amiga baiana, hoje publico Tenete Zaqeu. Não conheço o autor. Mas tenho confiança na indicação feita por Alice.
Por favor! Leiam e façam seus comentários.
Um abraço!
Aroldo José Marinho


Onde as nuvens brincam se esconde um sorriso angelical
de uma doce voz que encanta aos pássaros e os deixa
ainda mais livres. Na esperança de observar e
contemplar cada momento eles voam ainda mais alto onde
somente a alma alcança e nos olhos de criança
encontram a bela morena."
Se perguntam se é sonho ou verdade, mas quando suas
asas tocam suave o cabelo ao vento percebem que
verdadeiro é a imagem."



12 janeiro 2006

Belém

Boa tarde!
Saúdo todos e todas com alegria, sobretudo os paraenses e as paraenses nascidos em Belém. Esta cidade linda e santa está aniversariando. São só 390 aninhos, mas muito bem vividos.
Infelizmente, não tive tempo para escrever uma bela homenagem para a cidade. Por isso, republico o texto divulgado no ano passado. A homenagem é repetida, mas o meu amor pela cidade é renovado a todo momento.
Feliz aniversário Belém! Beijos para o seu povo!
Harold



Belém
Aroldo José
Hoje é dia de Belém!
É preciso fazer festa
Em todos os lugares,
Em todos os bairros.

Sair cantando a alegria
De conhecer a cidade;
De saber da sua existência
Gloriosa e humana.

O sino da Sé toca.
Anuncia a festa da Virgem
Que protege Belém
Com ternura e flor.

Viva a cidade das mangueiras!
Que abraça e beija o visitante;
Que sugere o retorno
De quem se apaixonou por sua gente.

Assim é Belém!
Dos vários perfumes;
Do peixe gostoso;
Da poesia e da paz.
Brasília, 12/01/05

A Vida em Ribeirão

Feliz ano novo para vocês(mesmo que atrasado)!
Hoje lhes ofereço um texto que escrevi em 1994, no século passado. Estava na cidade de Ribeirão Preto participando de um congresso científico. Naquele ano algumas questões estavam me deixando triste. Mas alguma coisa começou a mudar.
O tempo passou e a alegria voltou para a minha vida. Sei que foi em Ribeirão que as coisas começaram a adquirir novo sentido, a luz foi recuperando espaço. Então, movido pela emoção e pela influência de Fernando Pessoa, escrevi este texto.
Espero que vocês gostem e que registrem suas opiniões.
Tudo de bom sempre!
Harold



A Vida em Ribeirão
Aroldo José
Amanhece o dia e a cidade acorda.
Levanto, tomo banho e café e depois pego o ônibus.
Assim vivo, vou vivendo e contemplando a vida na
Cidade californiana do hemisfério sul, do afeto paulista.
Olho admirado: que interior com jeito de cidade grande,
Que cidade grande com acento caipira;
E sigo feliz, vivendo a vida no passo das pessoas
Que vão trabalhar e estudar.



Aqui tem tanta coisa para se fazer.
Aqui tem tanta vida, tanta gente contente
Acenando na rua para mim.
E o meu coração fica contagiado
Que, de nortista universal com jeito europeu,
Quer virar ribeirão-pretano,
Italiano do interior, freqüentador do Pingüim.



E a vida vai seguindo como um ônibus,
Como os fios esticados do 'trólebus',
Como o traçado das ruas,
Como o estilo feliz dessa gente solidária.



Ah! Quisera Deus que eu pudesse ler o livro
Da sabedoria na cultura desses amigos;
Que olham, recebem e abraçam, me abraçam,
O cara lá do norte, da viagem longa.



Por que não recebê-los em casa?
Por que não retribuir o afeto dado?
Por que não plantar Ribeirão no fundo do quintal?
Por que? Perguntas e perguntas e mais outra pergunta:
Por que não aproveitar o momento presente
E amar concretamente cada pessoa que passar ao meu lado?



Sim! Viver o dia como o sábio professor Keating,
Agradecer a Deus este momento,
Vivê-lo intensamente e, quando for embora,
Dizer contente:
-- Vivi tudo! Fui feliz!



Aqui é Ribeirão e Ribeirão está em mim.
Uma nova cidade, um novo cidadão
E um velho-novo sentimento:
Amor recíproco!
Assim é a chama dessa região que, mesmo apagada,
Ainda aquece meu coração.
Assim, minha história incorpora outras vidas pulsantes,
Outras histórias de Ribeirão.



Minha vida passa a ser Ribeirão,
Meus delírios lembram o chopp gelado de Ribeirão;
O negativo de minha foto revela a gente de Ribeirão;
No outro dia dançarei na festa de Ribeirão.
Farei unidade, serei da comunidade,
Serei do time ribeirão-pretano.
Enfim, serei semente no jardim de Ribeirão.


Ribeirão Preto, 02/11/94