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10 agosto 2009

A sinuca do PT

O texto da postagem que vocês lerão foi escrito por Ricardo Noblat. Pode ser encotrando na edição de hoje (10/08) do jornal O Globo ou no blog do jornalista (www.oglobo.globo.com/pais/noblat/).
Boa leitura!
Aroldo José Marinho

O PT foi posto numa sinuca de bico – e o único responsável por isso se chama Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República com 80% de aprovação popular e presidente de honra do partido que fundou há quase 30 anos.

A sinuca de bico tem a ver com o apoio do PT ao senador José Sarney (PMDB-AP) e do PMDB à candidatura de Dilma Rousseff.

Lula não ouviu o partido para inventar a candidatura de Dilma à sua sucessão no próximo ano. Se tivesse ouvido esbarraria em forte resistência. Dilma não tem história dentro do PT.

Mesmo assim Lula conseguiu que o PT a digerisse sob pena de não contar com ele como cabo eleitoral caso fosse outro o candidato.

Foi o triunfo da vontade solitária de um líder acostumado a mandar e a ser obedecido.

O passo seguinte de Lula, ainda à espera de um desfecho, foi convencer o PT de que ele deverá ceder espaço ao PMDB nos Estados se quiser tê-lo como aliado da candidatura Dilma.

O que Lula tem defendido em conversa com seus companheiros – ou melhor: seguidores?

Que sem o PMDB nem São Lula será capaz de operar o milagre de eleger quem nunca foi candidata a nada.

Para ter o PMDB no palanque de Dilma, não basta que ele, Lula, conserve seu alto índice de popularidade. Isso é muito, mas não é tudo.

O PT deve abrir mão de disputar governos estaduais onde o PMDB disponha de candidatos viáveis. E concentrar sua energia na tarefa de eleger o maior número possível de deputados federais e de senadores. Principalmente de senadores.

E agora vem o arremate do raciocínio de Lula: uma vez que eleja Dilma e uma grande bancada de deputados e de senadores, o PT dependerá menos do PMDB para governar. Poderá reconquistar a posição de protagonista no governo.

No momento, tal posição pertence ao PMDB, que detém seis ministérios e uma centena de preciosos cargos. No primeiro mandato, Lula desdenhou da força do PMDB. No segundo, rendeu-se a ela.

O PT esperneou, mas parecia disposto a ser outra vez engabelado por Lula. Então irrompeu a crise do Senado que acabou virando de alguns meses para cá a crise do Sarney.

Lula acha que sustentar Sarney na presidência do Senado é mais um lance do plano para aferrar em definitivo o PMDB ao palanque de Dilma.

Só que tem um detalhe: aumenta o preço que o PT terá de pagar para ver o PMDB ao lado de Dilma.

Sob a garantia do anonimato, cabeças coroadas do PT apontam uma grave falha na tese do sacrifício vendida por Lula ao partido.

Como o PT poderá pensar em fazer crescer sua bancada de deputados federais e senadores se disputar as próximas eleições na condição de responsável pela manutenção de Sarney na presidência do Senado? Sim, porque o destino de Sarney está nas mãos do PT e de mais ninguém.

Oito dos 12 senadores do PT são aspirantes a candidato à reeleição ou a governos. O líder Aloizio Mercadante é um deles.

A oposição vai recorrer ao plenário do Conselho de Ética da decisão do seu presidente de arquivar todas as denúncias contra Sarney.

Sem os três votos do PT ali, nenhuma denúncia será desarquivada. Se não for, a oposição recorrerá da decisão para o plenário do Senado. Novamente fracassará sem os votos do PT.

Renan Calheiros (AL), atual líder do PMDB, foi julgado duas vezes pelo plenário do Senado por quebra de decoro. Na primeira vez, 35 senadores votaram por sua condenação. Seis senadores do PT preferiram se abster. Foram os votos que faltaram para que ele fosse cassado.

Na segunda vez, Renan foi absolvido com folga. Aos olhos do público, Renan e Sarney simbolizam tudo o que existe de mais sujo na política.

Depois de salvar Renan, o PT está pronto para salvar Sarney.

O PMDB agradece o estoicismo do PT. Sairá mais forte a custa dele. Nem por isso garante que fechará com Dilma. Dependerá das chances de ela vencer.

Está por se consumar um fato destinado a atrapalhar a vida de Dilma: a candidatura a presidente pelo PV da senadora Marina Silva.

O caratê do cara

A postagem que segue foi publicada na edição de hoje (10/08) do jornal Correio Braziliense. O texto é atual e serve como incentivo à reflexão.
Boa leitura!
Aroldo José Marinho


O caratê do cara

RUBEM AZEVEDO LIMA

Que dizer das idas e vindas do presidente Lula, na barafunda de posições por ele assumidas, em relação à crise do Senado, que o consagram como um dos mais irresolutos protagonistas da política brasileira, em 120 anos de república?

Um bom programa de nossa televisão, Toma lá, dá cá, responde à pergunta, comicamente. O autor e ator Miguel Falabella, sobre a atriz no papel de sua filha — que muda de ideia como biruta em aeroporto —, a cada birutagem da moça, repete o bordão: “Essa garota é mau caráter!”.

O próprio Lula, há tempos, referindo-se às suas mudanças bruscas, noutros assuntos, autodenominou-se “metamorfose ambulante”, da música de Raul Seixas e Paulo Coelho, o jeito humorístico de explicar sua irrefreável volubilidade política, aos brasileiros.

Seja o que for, em seu último ato volúvel, Lula incluiu a grosseria de chamar de “imbecis” os críticos de seu programa assistencialista, sem políticas eficazes de criação de empregos. A rigor, somos todos imbecis em alguma coisa. Sócrates, mais modesto do que Lula, dizia: “Eu sei que não sei”. Mas Pierre Vadeboncoeur, em Les grandes imbéciles, diz haver lugar, “entre esses, para inteligentes ou não”.

Já David Bescond, no Dossier crise financière, em relação às ideias de Sarkozy, sobre a crise mundial, sustenta que nós, pobres mortais, vítimas das bobagens dos governantes, “somos dirigidos por imbecis perigosos”. Lenine, surpreendentemente, foi mais generoso: “Um imbecil pode propor problemas que 10 sábios juntos talvez não resolvam”.

Confortado pelo elogio à imbecilidade, o repórter saúda o reencontro do presidente com o cidadão Lula, por tirar a máscara de tolerar a crítica e aplaudir ex-inimigo, hoje seu aliado, fotografado dia 3, em debate senatorial feroz. O Senado, cuja crise Lula agravou, não merecia tanto.

Que se podia esperar? O novo estilo de Lula identifica-se com o desse velho novo amigo, em agressividade na linguagem. Lula deixou de ser o que foi nas últimas eleições: Lulinha paz e amor. Só lhe falta praticar caratê político e treiná-lo com ou contra jornalistas. A propósito: Bom-dia, R. Frajmund (Auschwitz 133381, Esso de fotojornalismo 1963).

08 agosto 2009

Novos formandos

Fui dar um passeio no site do jornal Zero Hora (www.zerohora.com.br), lá de Porto Alegre (RS). De repente, vi esta foto tri-legal. os protagonistas são membros da turma que está formando em Psicologia na Unisinos, lá em São Leopoldo.
A pose da turma mostra o símbolo da Psicologia. Quem teve esta idéia merece cumprimentos.
Além de saudar os novos colegas, posto a foto que eles bolaram. Serve como uma espécie de ensaio para o próximo dia 27, que é o dia da nossa categoria profissional.
Beijos e Psico sempre!
Harold


Sábado, 08 de agosto de 2009

Psicólogos criativos

Parece que essa é a semana dos psicólogos no blog. Não podíamos deixar passar a ideia sensacional que os formandos em Psicologia da Unisinos tiveram. Foi o Cezar Delmar Baptista Jr que mandou a imagem abaixo para o blog. A formatura do pessoal foi no dia 24 de julho.

04 agosto 2009

Tu nella mia vita- A tradução

Aqui estão postados a letra da canção Tu nella mia vita, interpretada pela dupla Wess & Dori Ghezzi, e seu significado em português. A tradução é fruto dos esforços que eu e Rita Coppola fizemos. O texto é muito belo. Suas palavras parecem exprimir o sentimento do amor com facilidade. Porém, na hora de expor o mesmo sentimento em português, eu e Rita tivemos que fazer um esforço de sensibilidade.

Para conseguir um resultado satisfatório, fizemos duas versões em separado. Eu aqui em Brasília, ela em Porto Alegre. Depois comparamos o que fizemos, unimos forças para dar a forma final à tradução. Eis aqui o fruto desse empenho. Creio que o trabalho foi compensador. Este é o primeiro fruto da parceria Marinho/Coppola. Outros virão. Espero que apreciem.
Harold


Tu nella mia vita
Lubiak, Minellono, Arfemo e Balsamo

Se tu sbagli e ti arrabbi da sola
Cosa vuoi che sia
Ti amo tanto che posso far finta
Che sia colpa mia

M'innamorerò ancora bambina
Non ti ho detto mai
Che se ho perso pudore e paura
È per te lo sai

All'aurora mi sveglio cercando
Qualche cosa in me
Poi raccolgo parole nel cuore
Per portarle a te

Tu nella mia vita sempre tu
Se non ti avessi ti vorrei
Ti cercherei

Tu nella mia vita solo tu
Tutto il mio mondo sai cos'è
È stare con te

Se a una festa ti guarda qualcuno
La mia gelosia
Mi fa male ripeto più forte
Che sei solo mia

Io non posso pensare a una vita
Dove non ci sei
Del mio amore di tutti i miei sogni
Cosa ne farei

Tu nella mia vita sempre tu
Se non ti avessi ti vorrei
Ti cercherei

Tu nella mia vita sempre tu
Ogni pensiero accanto a te
Parlami te

Tu nella mia vita sempre tu
Se non ti avessi ti vorrei
Ti cercherei

Tu nella mia vita solo tu
Tutto il mio mondo sai cos'è
È stare con te


Tu na minha vida
Tradução: A. J. Marinho/ R. Coppola

Se tu erras e ficas brava
com o que quer que seja,
te amo tanto que posso até fingir
que é culpa minha.

Eu estou enamorado menina.
Eu era criança no amor
Acho que não te disse
Que, se eu perdi o pudor e o medo,
foi por ti, bem sabes.

No amor eu era ainda criança,
nunca te contei
Que se perdi o pudor e o medo
bem saber que foi por tua causa.

Na aurora acordo procurando
algo dentro de mim.
Então guardo palavras no coração
Só para ti dizer.

Tu na minha vida, sempre tu,
se eu não te tivesse,
iria te procurar.

Tu na minha vida, somente tu.
Todo o meu mundo sabe
A coisa boa que é está contigo.

Se numa festa alguém te olha,
o ciúme dói dentro de mim.
E repito bem alto
que tu és só minha.

Eu não posso pensar numa vida
onde tu não existas.
O que eu faria do meu amor
E de todos os meus sonhos?

Tu na minha vida, sempre tu,
se eu não te tivesse,
iria te procurar.

Tu na minha vida, sempre tu.
Cada pensamento ao teu lado
Me fala de ti.

Tu na minha vida, sempre tu,
se eu não te tivesse,
iria te procurar.

Tu na minha vida, somente tu.
Todo o meu mundo sabe
A coisa boa que é está contigo.

Tu nella mia vita

Tenho certeza de que as melhores frases de amor são sempre expressas em italiano. Essa é a língua apropriada para se falar de amor. Claro que se pode declarar em qualquer idioma. O amor é universal. Porém, sem querer desmerecer as outras línguas, se for para fazer uma declaração bem feita, dessas que vem do fundo do coração, tem que ser mesmo em italiano.

Convenhamos, declaração amorosa em francês parece ser caricatura de algum sentimento não identificado. Quando feita em espanhol, dá a sensação que se trata de algo incompleto. Em alemão, nada mais é do que uma boa tentativa. Em inglês e português, soa pouco expressiva. Mas em italiano é diferente! O sentimento exposto é sempre emotivo, envolvente e teatral. A emoção do amor é algo pleno. Uma declaração que pode soar brega em outro idioma, ganha beleza se dita em italiano. A língua tem uma dramaticidade, uma musicalidade que sempre é associada ao fazer amoroso. Resumindo: é amor, somente amor. Por não ter conhecimento dos idiomas orientais, restrinjo minha afirmação aos aqui citados.

De certa forma, afirmo com algum conhecimento de causa. Como membro do Coro Italiano da Universidade de Brasília (UnB), tenho alguma proximidade com o idioma da terra de Dante, que embasa meu argumento. Consigo, com algum desembaraço, me expressar em italiano. Por isso, minha afirmação não é um tiro no escuro nem bravata de gente boba.

A postagem de hoje confirma o escrito. Orgulhosamente, apresento a primeira postagem de música italiana deste blog. A canção se chama Tu nella mia vita. Foi composta por Lubiak, Minellono, Arfemo e Balsamo. Seu lançamento aconteceu na edição de 1973 do Festival de San Remo, através da interpretação da dupla Wess & Dori Ghezzi. O público acolheu a canção que virou sucesso mundial. No Brasil, foi incluída na trilha sonora da novela da Globo Os ossos do Barão.

A letra da música é a declaração de alguém que acredita que a vida só é completa com a presença da pessoa amada. Sem dúvida, uma das declarações mais bonitas que já escutei. Dessas que José costuma oferecer para Maria com o coração eternecido. Creio que vocês também irão gostar. Eu poderia fazer muitas explanações sobre esse tema. Mas seria cansativo e desnecessário.

Harold



03 agosto 2009

Nelsinho fora da Fórmula 1


O piloto brasileiro Nelson Ângelo Piquet (foto) confirmou nesta segunda-feira que não dirige mais para a equipe Renault. Assim foram confirmados os boatos das últimas semanas que afirmavam sua saída da equipe chefiada por Flavio Briatore. Para justificar a demissão de Piquet, a equipe alegou o mau desempenho do piloto na temporada deste ano.

O piloto divulgou nota para a imprensa comentando sobre seu desligamento da Renault. No texto, Nelsinho afirma se sentir enganado e pressionado por Briatore, que lhe garantiiu que haveria igualdade entre os pilotos da equipe. Como é de conhecimento público, na prática, tal igualdade não aconteceu.

O brasileiro não somou pontos nas dez corridas que disputou nesta temporada, enquanto o companheiro Fernando Alonso já marcou 13. Briatore chegou a criticá-lo publicamente. O provável suabistituto de Nelsinho deverá ser o francês Romain Grosjean.

Segue abaixo, na íntegra, o texto de Piquet.
Harold


Recebi uma comunicação da equipe Renault F1 referente a sua decisão de me impedir de continuar sendo um de seus pilotos na atual temporada de F1. Não quero deixar de agradecer àquele pequeno grupo que me deu apoio e trabalhou diretamente comigo na Renault F1, mas, obviamente, fiquei bastante desapontado ao receber esta notícia. No entanto, sinto também uma sensação de alivio por ter chegado o fim do pior período da minha carreira. Poderei, agora, recomeçar o desafio de colocar minha carreira de volta no caminho certo, e recuperar a minha reputação de piloto rápido e vencedor. Eu sempre soube trabalhar em equipe e existem dezenas de pessoas com quem trabalhei em minha carreira e que podem atestar meu caráter e talento, exceto, infelizmente, a pessoa que teve mais influência sobre a minha carreira na Fórmula 1.

Comecei a correr com oito anos de idade e quebrei recordes atrás de recordes. Ganhei todos os campeonatos de kart em que competi. Fui campeão da Fórmula 3 Sul-Americana, ganhando 14 corridas e conquistando 17 pole positions. Em 2003 fui para a Inglaterra com a minha própria equipe, para competir no campeonato Britânico de F3. Lá também conquistei o título, vencendo 12 corridas, conquistando 13 pole positions e terminando o ano como o mais jovem campeão na história daquela categoria. Competi na GP2 em 2005 e 2006, vencendo 5 corridas e conquistando 6 pole positions. Fiz uma ótima temporada no meu segundo ano, perdendo o campeonato para o Lewis Hamilton, devido a erros técnicos da nossa equipe, que considero também meus, incluindo uma pane seca durante uma etapa. Eu estabeleci um recorde na GP2 sendo o primeiro piloto a ter um fim de semana perfeito, conseguindo o máximo de pontos possíveis na Hungria em 2006. Nenhum outro piloto havia conseguido tal coisa até junho de 2009, quando Nico Hulkenberg repetiu o feito em Nurburgring.

O caminho para a F1 sempre foi complicado, e meu pai e eu, por isso, assinamos um contrato de management com o Flavio Briatore. Acreditávamos que seria uma excelente opção, pois ele possuía todos os contatos e as técnicas de negociação necessárias. Infelizmente, foi aí que o período negro da minha carreira começou. Passei um ano como piloto de testes, mas com poucos treinos. No ano seguinte iniciei como piloto oficial da Renault F1. Após a abertura da temporada, algumas situações estranhas começaram a acontecer. Como um novato na F1, eu esperava de minha equipe muito apoio e preparação para me ajudar a alcançar nossos objetivos. Em vez disso, eu era apenas tido como “aquele que pilotava o outro carro”, sem atenção nenhuma. Para piorar, em inúmeras ocasiões, quinze minutos antes da classificação e das corridas, o meu manager e chefe de equipe me ameaçava, dizendo que se eu não conseguisse um bom resultado, ele já tinha outro piloto pronto para colocar no meu lugar. Eu nunca precisei de ameaças para obter resultados. Em 2008 eu conquistei 19 pontos e terminei no pódio uma vez em segundo lugar, fazendo a melhor temporada de estréia de um Brasileiro na F1.

Para a temporada 2009, Falvio Briatore, atuando novamente na função de meu manager e também de chefe de equipe da Renault F1, me prometeu que tudo seria diferente, que eu teria a atenção que merecia mas nunca havia recebido, e que teria pelo menos “igualdade de condições” dentro da equipe. Ele me fez assinar um contrato baseado em desempenho, exigindo que eu obtivesse 40% dos pontos de Fernando Alonso até a metade da temporada. Mesmo sendo companheiro de equipe de Fernando, bi-campeão mundial e realmente um excelente piloto, eu estava confiante de que, se eu tivesse as mesmas condições, alcançaria facilmente os 40% dos pontos exigidos pelo contrato. Infelizmente, as promessas não se transformaram em realidade novamente. Com o carro novo eu completei 2002 km de testes, contra os 3,839 quilômetros de Fernando. Apenas três dos meus dias de teste foram com pista seca e bom tempo, apenas um dos testes do Fernando foi em pista molhada. Eu testava sempre com o carro pesado, pneus duros, principalmente no primeiro dia (quando a pista é lenta ou a confiabilidade pequena), ou então com o tempo ruim. Fernando testava um carro leve, pneus moles, pista seca e em boas condições. Eu nunca tive a chance de estar preparado para classificar no sistema que utilizamos.. Na Fórmula 1 de hoje, a diferença entre o 1º e 15º é, muitas vezes, menos de um segundo. Isso significa que 0,2 ou 0.3s pode fazer você ganhar oito posições. Além disso, devido proibição de testes durante o campeonato, o desenvolvimento do carro hoje acontece de corrida a corrida. Das oito corridas que eu fiz este ano, em quatro delas o Fernando teve um upgrade significativo no carro, e eu não. Eu fui informado pelos engenheiros da Renault que, nessas corridas eu tive um carro que estava entre 0,5 e 0.8s por volta mais lento do que o do meu companheiro. Se olharmos para a prova da Alemanha (onde eu classifiquei na frente do meu companheiro de equipe apesar de tudo isso), caso eu tivesse a citada vantagem na classificação eu teria sido quinto e não décimo. Se tivéssemos essa diferença a nosso favor na corrida, eu teria terminado frente do meu companheiro, o que fiz em Silverstone, apesar de ele ter podido contar com as atualizações que eu não tinha.

Acredito plenamente, no meu talento e no meu desempenho. Não consegui chegar até aqui obtendo maus resultados. Quem conhece a minha história sabe que os resultados que estou tendo na F1, não correspondem ao meu currículo e minha habilidade. As condições que tive de enfrentar durante os últimos dois anos têm sido no mínimo anormais, existindo alguns incidentes que mal posso acreditar que me ocorreram. Se eu agora preciso dar explicações, estou certo de que é por causa da situação injusta que tenho vivido nos últimos dois anos. Eu sempre acreditei que ter um manager seria fazer parte de uma equipe e que teria nele um parceiro. Um manager deve encorajar, apoiar e fornecer oportunidades. No meu caso foi o contrário, Flávio Briatore foi o meu carrasco.

Estar sob pressão não é novidade para mim. Devido ao meu nome, recebi muitas críticas ao longo da minha carreira e tive também altas expectativas criadas a meu respeito. Até agora eu sempre atingi tais expectativas - e muitas vezes fui além delas. Nunca antes senti a necessidade de me defender ou de responder a boatos e críticas. Eu sabia a verdade e só".