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23 maio 2006

Entusiasmo exagerado

A copa do mundo está chegando. Faltam poucos dias para que o país volte sua atenção para o futebol que vai ser jogado na Alemanha. É lá que as emoções vão acontecer. De lá virão as imagens que darão sentido às vidas de diversos torcedores ao redor do mundo.
A seleção nacional foi convocada e embarcou para fazer sua preparação na Suíça. Depois de afinar os instrumentos na terra do chocolate, a orquestra irá tocar para encantar as platéias alemães. É o que se presume. É o que se deseja. Mas a prudência recomenda: devagar com o andor que o santo é de barro.
Sem dúvida, há vários motivos para se acreditar no favoritismo brasileiro. Porém não se pode fechar os olhos e desmerecer a capacidade das equipes adversárias. Há sempre o perigo do melhor ser surpreendido em qualquer tempo. A Argentina e a França foram à Ásia como favoritas na copa de 2002. Voltaram para casa na fase inicial. A Inglaterra era outra favorita. Venceu a primeira fase e foi enfrentar novos adversários. Deu azar, vencia o jogo contra a seleção brasileira. O placar era mínimo. Fim do jogo, o mundo contemplou a despedida da equipe inglesa, que perdeu de virada para os canarinhos.
Os dois azarões de 2002 eram Brasil e Alemanha. Países que têm tradição futebolística, que já foram campeões mundiais mas que, naquele período, não estavam mostrando brilhantismo. Fizeram campanhas sofríveis nas eliminatórias. Quase não que se classificam. Pois bem, enquanto os favoritos se despediam da copa, as duas equipes seguiram para a final. Deu Brasil! Justo!
Agora é diferente. O time de Parreira entra pela porta da frente e recebe aplausos. Então é preciso manter a calma e não se deixar levar pelo entusiasmo exagerado que envenena e cega. Melhor é confiar no êxito, é claro, e trabalhar para que ele aconteça.
Aroldo José Marinho

20 maio 2006

Crônica de um tumulto anunciado

Na sexta- feira passada, o país, soube de uma notícia muito alarmante. O estado de São Paulo foi vítima de uma onda de violência sem proporções anteriores. Era a organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) demonstrando seu descontentamento contra as restrições impostas aos seus membros recolhidos nas diversas penitenciárias instaladas no estado. A ousadia dos bandidos foi o tema principal do Fantástico, da Rede Globo, e de outros programas jornalísticos ou de variedades, além de ter colocado nosso país na ordem do dia dos principais meios de comunicação mundial.

De repente, lá estavam os bandidos do PCC atacando delegacias policais e disparando contra viaturas da lei. Nem o corpo de bombeiros nem a guarda metropolitana da prefeitura da capital foram poupados. Pior, na mais perfeita sincronia, eles organizaram vários motins nas penitenciárias em estão cumprindo pena os chefes da organização.

Segundo a mídia, o motivo para tanta violência é a restrição à certas regalias oferecidas aos bandidos detentos. Como represália, estes usaram telefones celulares e mandaram que os membros não encarcerados atacassem alvos policiais na sexta-feira. A polícia reforçou suas bases. Então, o PCC começou a incendiar ônibus e alvos civis. Lógico, que numa situação assim, começaram os debates sobre segurança nos grandes centros, etc. Mas antes de pensar em aderir aos debates, há algo que desejo comentar e que me parece muito incômodo.

Algumas autoridades da segurança de São Paulo informaram terem conhecimento prévio sobre os ataques. Estas pessoas teriam recebido telefonemas anônimos comunicando a ocorrência da ação do PCC e nada fizeram para impedí-la. Preeriram ignorar as ligações, fazendo de conta de que não havia nenhuma gravidade no fato.

O PCC cansou de ser ignorado e decidiu mostrar sua força. Difícil negar que as ações do grupo são bem coordenadas. Todavia o mesmo não pode ser dito sobre as ações das autoridades. O governador foi à televisão dizer que estava tudo bem. O secretário de segurança fez bravata frente aos jornalistas. Um show dw palavras vazias.

Parece ser claro que as autoridades não estavam preparadas para lidar com esta onda de violência. Nunca levaram a sério a ação do PCC e pensam que a administração pública é uma máquina a ser utilizada para fins eleitorais. Enfim, não sabiam nada de nada. Nesta tragédia foram meros coadjuvantes.

Acredito que as autoridades paulistas, em vez de ocuparem somente com as situações eleitorais, poderiam ter trabalho para melhor equipar a força policial e dar treinamento aos policiais. POderiam melhorar o salário destes e também promover uma política de segurança pública dentro de um enfoque que valorize a cidadania.
Aroldo José Marinho

05 maio 2006

Diretoria culpada

Alguém me disse o resultado do jogo entre Palmeiras e São Paulo pela Taça Libertadores de América, que aconteceu na noite de quarta-feira. Foi mal! O São Paulo fez dois gols e ganhou a partida. Palmeiras fez um e continua com sua fragilidade exposta. Lógico que ser derrotado não é motivo de alegria mas, talvez este resultado tenha trazido um fato positivo : a comprovação de que a forma da diretoria comandar o time é incompetente.
Não é de hoje que se cobra uma nova postura da diretoria do clube. Mas esta fecha os olhos. Dá a falsa impressão de que não tem nada a ver com os problemas que acontecem no Parque Antárctica. Primeiro, tentou jogar a torcida contra os jogadores, que passaram a ser perseguidos e cobrados pela massa. O exemplo maior é Lúcio, lateral esquerdo que não agüentou tanta pressão e pediu para ser negociado.
Depois foi a vez de acusar o treinador Emerson Leão. Foi dito que ele fazia comentários que humilhavam e intimidavam os atletas. Que seu estilo de trabalho era fator de desmotivação da equipe. Após a derrota para o Figeuirense foi realizada uma reunião e decidida a saída do treinador. Leão foi embora mas a crise ficou e causou novos estragos.
Veio o jogo contra o São Paulo. A equipe foi derrotada. Porém, na verdade, esta derrota não é da equipe nem da torcida. Ela pertence, exclusivamente, à diretoria, que tanto tentou encontrar culpados e nunca teve coragem de assumir o próprio fracasso. Só aos diretores cabem as vaias, os xingamentos e qualquer outra forma de descontentamento.
É verdade que a equipe atual é mediana, que não têm estrelas fulgurantes. Também é verdade que há talento no time como também nas divisões inferiores do clube. Palmeiras não deve nada aos demais times do país. O que falta é talento para administrar. Isto, de fato, não é percebido no Parque Antárctica. Se eu fosse membro da diretoria, sinceramente, me demitiria e incentivava uma renovação na estrutura lá reinante.
Mas tudo pode ser superado. Uma nova diretoria. Um novo estilo de administrar. A boa vontade da nação verde. Tudo se resolve. Aposto que se for feito o que proponho, Palmeiras se tornará um potencial favorito ao título nacional. Enfim, o remédio é este. Vamos tomá-lo e salvar nossa valorosa esquadra.
Aroldo José Marinho