Daniel Amanajás nasceu em Macapá (AP), no dia 31 de janeiro (parabéns e muita festa!!!!). Mas desde a década de 90, foi morar em Belém (PA), onde graduou-se em Administração. Além de estudar com afinco, conheceu Denille (que estava concluindo a faculdade de Farmácia) e encontrou tempo para namorar com ela. No período de 2002 a 2004, os dois mudaram para Brasília (DF), onde casaram. Depois retornaram para a capital paraense, onde, em 2007, nasceu Enzo.
Durante seu período brasiliense, aproveitaram para fazer uma segunda graduação. Ele escolheu Direito, Denille, Odontologia. A conclusão do curso de Denille ocorreu no final de 2008, no Pará. Já o de Daniel será em 2010, no Amapá. Daniel também enveredou pelo caminho da blogosfera. Abriu um blog pessoal (www.navileinad.blogspot.com) com uma dupla missão: postar a poesia (também crônicas) que brota da sua vida e traduzir para o português a obra de Navi Leinad, poeta argentino residente na Amazônia. Detalhe: a modéstia é tão evidente que preferiu dar ao blog o nome do amigo argentino.
Mas a poesia e a crônica não são as únicas artes presentes na vida de Daniel. O moço descende de uma família de músicos muito relevantes no estado do Amapá. Atualmente, segundo notícias confidenciais, ele estuda a possibilidade de lançar um livro de poemas. Contudo, no momento, seu maior empenho é mesmo cuidar de Enzo.
Tive a honra de conversar com Daniel Amanajás sobre poesia e outros assuntos num diálogo muito agradável que vocês acompanham agora.Gentilmente, Daniel disponibilizou para os leitores e leitoras do blog um poema de sua safra. O texto Incumbência segue no final da conversa. Vamos à entrevista?
Aroldo (A): Macapá é um tema recorrente na sua obra?
Daniel (D): Certamente. Muitas recordações, lugares, fatos, pessoas, política. Macapá sempre está presente nos meus textos. Nunca deixei de visitar a cidade, e toda vez que estou lá me dá vontade de escrever sobre o que vejo, o que vivencio, o que sinto. Claro que Belém também faz parte dos meus temas, já que praticamente metade da minha vida eu passei aqui, mas Macapá tem mais influência.
A: De que forma a experiência vivida em Brasília influenciou no seu modo de perceber a Amazônia?
D: O centro-oeste é uma região belíssima, sinto saudade de lá. Gostei muito de ter vivido alguns anos no DF, mas as influências nortistas permaneceram na minha personalidade. O povo da capital federal tem muitas identidades. São pessoas de todos os lugares do Brasil, cada um com seu sotaque, com sua cultura, e muitas vezes encontrei misturas bem interessantes. Toda essa diversidade fez com que eu passasse a me interessar mais pelas coisas da floresta, pela nossa cultura. Ficou mais evidente pra mim qual era a minha origem. Saudade? Pode ter sido também, mas o certo é que passei a ter mais orgulho de dizer que sou do Norte, paraense de coração e torcedor fiel do Paysandu Sport Club. Amapaense até o fundo da alma, nascido e criado no bairro do Laguinho.
A: De que forma Denille e Enzo influenciam no seu fazer artístico?
D: São minhas maiores inspirações.
A: Você descende de uma família que faz da música a sua herança. Como se dá sua relação com esta arte?
A: Pode contar como teve início seu trabalho como tradutor da obra de Leinad?
D: Ainda estava morando em Brasília quando tive o primeiro contato com a obra do argentino. Comecei a usar seus textos para descrever momentos eternizados em fotos que colocávamos no nosso fotolog pessoal (www.flogao.com.br/denidani). A identificação foi instantânea e sempre em perfeita sintonia com o que eu queria expressar nas imagens. Quando voltamos para Belém decidi publicá-las em um blog, que está no ar desde 2006.
Daniel Amanajás
Dois corpos, dois corações
Separados e distantes
Existências combinadas
Indispensável expiação
Encontros e desencontros
Limitando a missão.
Duas vidas, duas afeições
Unidas por desígnio
Intuito de evolução
Oportuna incumbência
Deu-nos a Criação
Uma nova existência
Amplifica a provação.
Três essências, uma inquietação
Um ser, dois em atenção
Doce encargo
Edificante obrigação.