Escolhi como entrevistado de hoje Celso Antônio Pereira, um carioca que vive no Distrito Federal (DF) desde os anos 60. Primeiro foi morador na cidade-satélite do Gama. Atualmente, reside no Riacho Fundo I. Além de zeloso esposo, pai e avô, Celso é um dedicado servidor público da Universidade de Brasília (UnB).
Nas horas vagas, assume a personalidade de artista, exprimindo seu talento através de textos poéticos (como o que segue no final deste post, cortesia de amigo) e de fotografias. Quem quiser conhecer um pouco da arte de Celso, basta acessar o blog www.celso-fotos.blogspot.com. Ele tem um livro autobiográfico esperando por publicação. Tive acesso ao conteúdo o livro. Há muita sinceridade no texto.
Com este sujeito, assumidamente, botafoguense, conversei sobre arte, amor, vida, etc. Ele foi solícito e respondeu todas as perguntas com a tranqüilidade. que lhe é característica. O diálogo fluiu de forma muito agradável. Agora vocês poderão conhecer um pouco mais sobre o Celso.
Aroldo (
A): Como você chegou no DF na década de 60, viu muitas transformações acontecerem no lugar. Pode contar um pouco a respeito?
Celso (
C): Minha vinda pra Brasília se deu através de uma tia minha, a tia Dijá, irmã de minha mãe, pois ela já era moradora daqui da nova capital ! E por conseqüência do destino, viemos para Brasília no ano de 1966, Brasília era um verdadeiro poeirão vermelho. Eu tinha, exatamente, dez anos e, para mim, era uma transformação muito grande sair do Rio de Janeiro (RJ). Morava em Copacabana, muita praia, cinema e futebol na rua Ascenção, dos Beatles, carnaval. Minhas amizades de infância!
Cheguei a ser até escoteiro da paróquia Santa Terezinha, em Copacabana, e tudo isso deixei para trás, para começar uma nova vida que hoje, estou muito feliz aqui em Brasília que, nesses anos teve grandes transformações. Hoje Brasília é uma bela senhora de quase 50 anos. Aqui me criei e constitui família. Sou casado com uma nortista do Oiapoque (AP) e hoje tenho dois filhos, Alexandre e Claudia, e um neto Gustavinho, razão de nossas vidas .
Mas Brasília é uma cidade bela, uma arquitetura invejável. É uma cidade que me oferece uma qualidade de vida fantástica .
A: Como teve início sua relação com a literatura e a fotografia?
C: Minha relação com a leitura começou na Biblioteca Central dos Estudantes (BCE), da UnB, onde sou servidor há 30 anos. Não poderia perder esta oportunidade, em minha vida, trabalhar dentro de um acervo de livros como aquele da BCE. Foi lá que comecei adquirir o interesse por leitura. Digo, com certeza, foi através dos livros que aprendi o pouco que sei. Pois não tive muita oportunidade de estudar. Pois muito cedo tive que ir trabalhar. Aos 12 anos já trabalhava vendendo cocada e sorvete. Mai só aos 22 anos tive esta oportunidade em minha vida de ler com mais freqüência. Hoje tenho o prazer de ter um pequeno acervo em minha casa e ter escrito uma autobiografia e tenho um livro de poesias também praticamente pronto no forno.
A fotografia começou na minha adolescência. Era jovem mas a fotografia me encantava ! Minha primeira máquina fotográfica foi uma Kodak pequena que, para minha sorte, eu achei em uma lixeira. Ela já era meio enferrujada mas não é que a máquina era excelente! Fiz muitas fotos legais com ela. Hoje sinto não tê-la mais comigo. Com o tempo e as mudanças, ela se perdeu! Mais depois disso, eu tive outra máquina Kodak 35mm onde, realmente, passei a me interessar por fotografia de verdade. Mas só agora com as máquinas digitais é que posso, realmente, expor um pouco do meu trabalho como fotógrafo amador. Hoje graças a Deus tenho um máquina de qualidade, uma Alfa A 200 da Sony e tenho um blog de fotos (www.celso-fotos.blogspot.com) na internet e mantenho um intercâmbio com quem gosta de fotografia no site www.flickr.com, que é muito legal. Você acaba conhecendo pessoas amantes da fotografia, o que é o meu caso.
A: O fato de sua esposa ser amapaense parece ter aproximando você da Amazônia. Isso é verdade?
C: Verdade amigo! Como já falei, me casei com uma amapaense, do município do Oiapoque, e a ela agradeço esta oportunidade de conhecer um pouco da Amazônia, em especial, o Amapá, onde fiz grandes amigos e hoje tenho parentes por lá! O Amapá foi amor à primeira vista, onde eu pude conhecer um pouco do seu povo, sua gente, sua música, a culinária que é fantástica, sem falar na cultura amapaense, que é muita rica. Enfim, a Amazônia tem muita riqueza para nos dar !
Tive a oportunidade de conhecer a floresta amazônica no município do Oiapoque, onde entrei dentro da floresta e pude sentir uma energia incrível que não tem explicação. É muito emocionante você dentro daquela mata ouvindo o canto dos pássaros, andando de canoa e conhecendo os povos das ribeirinhas . Ter contatos com índios, ir nas casas de farinha, poder atravessar a fronteira do Brasil com Guiana Francesa e, lá pode fotografar um pouco do dia a dia dos povos da Amazônia. Uma experiência inesquecível. Não vejo a hora de voltar lá e poder rever o meu povo. Eu amo a Amazônia, em especial o Amapá.
A: Agora você também é avô. Qual a diferença de ser pai e avô?
C: Caro amigo! É uma experiência incrível ser avô; é uma felicidade dobrada. Agradeço ao meu filho e à minha nora Edith esta dádiva de ter nos dado o Gustavinho, meu neto, que é a razão de nossas vidas; de ter um mundo melhor. Um mundo de paz, amor, e o legal disso tudo é que ele já nasceu num mundo super-hiper-ativo, onde se fala em giga, megabytes, internet. Ele já sabe ligar um computador. Uma criança de dois anos. Isso não é incrível?
A: Deseja fazer mais alguma afirmação?
C: Gostaria de agradecer a oportunidade de poder aqui falar um pouco da minha pessoa, do meu dia a dia. Espero ter contribuído com esta coluna. Cinco perguntas para o Celso. E isso, para mim, é gratificante. Ser lembrado no meio de tanta gente assim especial, como Daniel, Paola e muitos outros que virão. Paz sempre! Abraço.
A arte de viver
Celso Antônio Pereira
I
Queria falar com alguém!
Talvez dos meus anseio e desejos!
Queria achar uma expressão mais simples!
Falar do branco, do preto, do índio, da música !
II
Da poesia que me inspira do carnaval;
Do futebol que é uma grande paixão;
Da mulher brasileira em movimento!
Do ator em cena, do espetáculo
Que é a arte viver uma grande emoção.