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25 fevereiro 2009

Cinco perguntas para ... Celso Antônio Pereira


Escolhi como entrevistado de hoje Celso Antônio Pereira, um carioca que vive no Distrito Federal (DF) desde os anos 60. Primeiro foi morador na cidade-satélite do Gama. Atualmente, reside no Riacho Fundo I. Além de zeloso esposo, pai e avô, Celso é um dedicado servidor público da Universidade de Brasília (UnB).

Nas horas vagas, assume a personalidade de artista, exprimindo seu talento através de textos poéticos (como o que segue no final deste post, cortesia de amigo) e de fotografias. Quem quiser conhecer um pouco da arte de Celso, basta acessar o blog www.celso-fotos.blogspot.com. Ele tem um livro autobiográfico esperando por publicação. Tive acesso ao conteúdo o livro. Há muita sinceridade no texto.

Com este sujeito, assumidamente, botafoguense, conversei sobre arte, amor, vida, etc. Ele foi solícito e respondeu todas as perguntas com a tranqüilidade. que lhe é característica. O diálogo fluiu de forma muito agradável. Agora vocês poderão conhecer um pouco mais sobre o Celso.

Aroldo (A): Como você chegou no DF na década de 60, viu muitas transformações acontecerem no lugar. Pode contar um pouco a respeito?

Celso (C): Minha vinda pra Brasília se deu através de uma tia minha, a tia Dijá, irmã de minha mãe, pois ela já era moradora daqui da nova capital ! E por conseqüência do destino, viemos para Brasília no ano de 1966, Brasília era um verdadeiro poeirão vermelho. Eu tinha, exatamente, dez anos e, para mim, era uma transformação muito grande sair do Rio de Janeiro (RJ). Morava em Copacabana, muita praia, cinema e futebol na rua Ascenção, dos Beatles, carnaval. Minhas amizades de infância!

Cheguei a ser até escoteiro da paróquia Santa Terezinha, em Copacabana, e tudo isso deixei para trás, para começar uma nova vida que hoje, estou muito feliz aqui em Brasília que, nesses anos teve grandes transformações. Hoje Brasília é uma bela senhora de quase 50 anos. Aqui me criei e constitui família. Sou casado com uma nortista do Oiapoque (AP) e hoje tenho dois filhos, Alexandre e Claudia, e um neto Gustavinho, razão de nossas vidas .

Mas Brasília é uma cidade bela, uma arquitetura invejável. É uma cidade que me oferece uma qualidade de vida fantástica .

A: Como teve início sua relação com a literatura e a fotografia?

C: Minha relação com a leitura começou na Biblioteca Central dos Estudantes (BCE), da UnB, onde sou servidor há 30 anos. Não poderia perder esta oportunidade, em minha vida, trabalhar dentro de um acervo de livros como aquele da BCE. Foi lá que comecei adquirir o interesse por leitura. Digo, com certeza, foi através dos livros que aprendi o pouco que sei. Pois não tive muita oportunidade de estudar. Pois muito cedo tive que ir trabalhar. Aos 12 anos já trabalhava vendendo cocada e sorvete. Mai só aos 22 anos tive esta oportunidade em minha vida de ler com mais freqüência. Hoje tenho o prazer de ter um pequeno acervo em minha casa e ter escrito uma autobiografia e tenho um livro de poesias também praticamente pronto no forno.

A fotografia começou na minha adolescência. Era jovem mas a fotografia me encantava ! Minha primeira máquina fotográfica foi uma Kodak pequena que, para minha sorte, eu achei em uma lixeira. Ela já era meio enferrujada mas não é que a máquina era excelente! Fiz muitas fotos legais com ela. Hoje sinto não tê-la mais comigo. Com o tempo e as mudanças, ela se perdeu! Mais depois disso, eu tive outra máquina Kodak 35mm onde, realmente, passei a me interessar por fotografia de verdade. Mas só agora com as máquinas digitais é que posso, realmente, expor um pouco do meu trabalho como fotógrafo amador. Hoje graças a Deus tenho um máquina de qualidade, uma Alfa A 200 da Sony e tenho um blog de fotos (www.celso-fotos.blogspot.com) na internet e mantenho um intercâmbio com quem gosta de fotografia no site www.flickr.com, que é muito legal. Você acaba conhecendo pessoas amantes da fotografia, o que é o meu caso.

A: O fato de sua esposa ser amapaense parece ter aproximando você da Amazônia. Isso é verdade?

C: Verdade amigo! Como já falei, me casei com uma amapaense, do município do Oiapoque, e a ela agradeço esta oportunidade de conhecer um pouco da Amazônia, em especial, o Amapá, onde fiz grandes amigos e hoje tenho parentes por lá! O Amapá foi amor à primeira vista, onde eu pude conhecer um pouco do seu povo, sua gente, sua música, a culinária que é fantástica, sem falar na cultura amapaense, que é muita rica. Enfim, a Amazônia tem muita riqueza para nos dar !

Tive a oportunidade de conhecer a floresta amazônica no município do Oiapoque, onde entrei dentro da floresta e pude sentir uma energia incrível que não tem explicação. É muito emocionante você dentro daquela mata ouvindo o canto dos pássaros, andando de canoa e conhecendo os povos das ribeirinhas . Ter contatos com índios, ir nas casas de farinha, poder atravessar a fronteira do Brasil com Guiana Francesa e, lá pode fotografar um pouco do dia a dia dos povos da Amazônia. Uma experiência inesquecível. Não vejo a hora de voltar lá e poder rever o meu povo. Eu amo a Amazônia, em especial o Amapá.

A: Agora você também é avô. Qual a diferença de ser pai e avô?

C: Caro amigo! É uma experiência incrível ser avô; é uma felicidade dobrada. Agradeço ao meu filho e à minha nora Edith esta dádiva de ter nos dado o Gustavinho, meu neto, que é a razão de nossas vidas; de ter um mundo melhor. Um mundo de paz, amor, e o legal disso tudo é que ele já nasceu num mundo super-hiper-ativo, onde se fala em giga, megabytes, internet. Ele já sabe ligar um computador. Uma criança de dois anos. Isso não é incrível?

A: Deseja fazer mais alguma afirmação?

C: Gostaria de agradecer a oportunidade de poder aqui falar um pouco da minha pessoa, do meu dia a dia. Espero ter contribuído com esta coluna. Cinco perguntas para o Celso. E isso, para mim, é gratificante. Ser lembrado no meio de tanta gente assim especial, como Daniel, Paola e muitos outros que virão. Paz sempre! Abraço.


A arte de viver

Celso Antônio Pereira

I
Queria falar com alguém!
Talvez dos meus anseio e desejos!
Queria achar uma expressão mais simples!
Falar do branco, do preto, do índio, da música !
II
Da poesia que me inspira do carnaval;
Do futebol que é uma grande paixão;
Da mulher brasileira em movimento!
Do ator em cena, do espetáculo
Que é a arte viver uma grande emoção.


Vanguart de novo

Ofereço para vocês a apresentação que Vanguart fez no programa Altas Horas, apresentado pro Serginho Groismann, nas noites de sábado, na rede Globo. A canção se chama Semáforo. Seu conteúdo faz referência ao desespero e a urgência de vida que são típicos da juventude das grandes cidades.
Harold

Vanguart- Semáforo

20 fevereiro 2009

O talento de Vanguart

O Brasil se rendeu ao talento de Vanguart, banda de folk rock vinda de Cuiabá, no Mato Grosso (MT). Formada, da esquerda para a direita, por Douglas Godoy (bateria), Luiz Lazzaroto (teclado), Hélio Flanders (voz e violão), Reginaldo Lincoln (baixo) e David Dafré (guitarra), a banda tem entre as suas influências artistas ligados às cenas do folk, blues e rock clássico. Gente como Johnny Cash, Bob Dylan, Beatles e Neil Young.

Em 2005, a banda participou de alguns festivais do circuito independente, ganhando aplausos do público e elogio da crítica. Através da revista Outracoisa, editada pelo cantor e compositor Lobão, os meninos de Cuiabá lançaram, em 2007, o primeiro cd. No final desse ano, Vanguart se apresentou no programa Som Brasil, da rede Globo, prestando tributo ao mestre Raul Seixas.

Friso que o grupo ganhou diversos prêmios na categoria artista revelação dados por veículos como: Mtv, Multishow, Dynamite. E, aos poucos, vai consolidando seu nome. no cenário da música jovem de nosso país. Isso é muito expressivo! Infelizmente, muitas pessoas no Brasil são tentadas a ver o Mato Grosso como o berço da música pantaneira e nada mais. Pensam que os únicos talentos de lá são Almir Sater e Helena Meireles. Claro que estes artistas são geniais e merecem muito respeito e aplauso. Todavia está surgindo muita gente boa em vários estilos. Neste cotnexto, Vanguart é só a ponta do iceberg.

Como morador do Distrito Federal (DF), dentro da região centro-oeste, fico feliz com o espaço que a banda cuiabana vem alcançando. Faço votos para que Vanguart tenha sempre um grupo inspirado e mostre trabalhos de sensibilidade e talento para as pessoas que amam o rock e as suas vertentes.
Aroldo José Marinho

19 fevereiro 2009

Ainda a Mira

Conforme o prometido no post anterior, aqui estão alguns poemas de Mira Alves. Os textos fazem parte do livro Calliandra, lançado pela artista na décade de '80.
Boa leitura!
Harold


Imensurável
Não quero consolo
de frases feitas
Frase feita não é eficaz
E tem efeitos colaterais
Não quero consolo
de frases
Pronta-entrega
Nem sob-medida
Imensurável
É o meu amor

Chegando a Brasília depois de um feriado
Cheguei para te fazer companhia
Nesta noite quase fria
Silenciosa noite
O vento sopra como chicote em açoite
Todos te deixaram,
eu também
Mas cheguei!
Para ficar contigo
nesta noite.
Sei, deves estar sentindo só
Todos partem para os campos,
Matas, montanhas, mares
Todos partem e te
deixam só
Todos só te dão
Solidão

Com vontade
Ver você partir
Foi uma dor que não tive
Estrutura para admitir
Disfarcei, fingi
Não vi
Não pensei no que perdi
Sobrevivi
Sobrevivi com vontade
Com vontade de morrer
Morrer de dor
Morrer de amor
Com vontade de morrer
Morrer de rir
Rir da capacidade
Capacidade de disfarçar
Tamanha dor

Pessoa amada
A pessoa amada é aquela
Que vai contigo pelo mundo
Afora
Que fica contigo pela noite
Adentro.
É teu homem, teu menino
Tua pequena, tua mulher
É aquele alguém que
te oferece
O ombro
Que te oferece o lenço
Que ouve o teu soluço
O teu silêncio
É aquele alguém que tu
Tens para te tratar bem
É aquele alguém que
te espera
Sentado
Que te aplaude de pé

Poesia andarilha.Mire-se nos versos de Mira


Saudações palmeirenses e bicolores às pessoas que me dão a honra da visita a este humilde blog. Hoje posto uma matéria escrita por Marcelo Abreu, na edição de 19/02/09, do jornal Correio Braziliense, aqui do Distrito Federal. Ele escreveu sobre Mira Alves, poeta e pintora, além de minha amiga; clicada pelas lentes do fotógrafo Ronaldo de Oliveira. Vale lembrar que, indiretamente, há citação a meu respeito no texto. A quem vocês pensam que o repórter se refere quando afirma que " um bom amigo digita pra ela" ?

Mira é uma artista que traz no seu trabalho a herança dos poetas alternativos da década de '70, lá do século XX. Gente como Chacal, Cacaso, Geraldinho Carneiro, Ana Cristina César, Nicolas Behr, entre outros. Seu estilo é lúdico, que nos diverte, apaixona e faz sorrir.

Segue o texto de Abreu. Num outro post, vocês lerão alguns dos belos poemas escritos por Mira Alves.
Aroldo José Marinho


Figura conhecida das noites de Brasília, ela já escreveu 20 livros e tem outros cinco inéditos, todos feitos à mão. Em seus poemas, fala de amor, solidão, esperança e vida. Há duas décadas, vende sonho pela cidade

Marcelo Abreu
Da equipe do Correio

Você certamente já a viu. Se vai a bares e restaurantes, com frequência ou não, já esbarrou com ela. Se vai ou foi ao velho e bom Beirute — a melhor subversão de Brasília e, por isso, sua mais maluca tradução —, já cruzou com aquela mulher de brincos e colares grandes. Ah, se já... Se já foi ao Libanus, idem. Ao Feitiço Mineiro. Ao Café Martinica. Ao Balaio. Ao Café da Rua 8... Melhor parar por aqui. É tanto bar, restaurante e café que essa listinha não teria mais fim. Com certeza, aquela estranha foi à sua mesa. Mas muito provavelmente você não sabe — e talvez nunca quis saber — seu nome.

Alguns, entretanto, até sabem. Conversam com ela. E a convidam para se sentar. Há uns que a deixam falar, fazem perguntas, folheiam o que ela carrega. Mostram interesse. Argumentam. Elogiam. Outros, porém, trocam meia dúzia de palavras, não folheiam o que aquela mulher carrega. E ela parte. É preciso ir. A caminhada é longa, cansativa, extenuante. Tem sido assim há 23 anos. Esse é o seu ofício.

Aquela mulher de estatura mediana, cabelos ondulados, olhar ao mesmo tempo de curiosidade e certo espanto, talvez uma timidez que mal consegue disfarçar, atende pelo nome de Valmira Alves. Valmira o quê? Deixa pra lá. Ela se apresenta apenas como Mira Alves. É artista — escreve poesias e pinta telas abstratas e paisagem. É pela sua obra que ela caminha de bar em bar, tentando vendê-las. Há 23 anos, Mira vive a noite e sua madrugada. Na penumbra da cidade, nos bares lotados, na solidão que dilacera os andarilhos, no desamparo dos bêbados, na esperança dos que batalham, lá está Mira. É igualmente personagem. Mais um na vida anônima dos milhares de anônimos de Brasília.

Mas eis que, a certa hora, depois de andar as Asas Sul e Norte, pulando de um ônibus para o outro, ou mesmo a pé, ela desaparece. Ninguém dos bares consegue dizer para onde foi. Ninguém sabe, além do que escreve nas suas poesias, mais nada sobre ela. É como um mistério. Durante o dia, ninguém a vê. Onde aquela mulher mora? Onde vive? O que pensa? Quais são seus planos? Medos? Por que escreve? O que a leva a pintar? Quem é Mira, afinal?

Depois de algumas conversas, Mira aceitou falar ao Correio. E nos permitiu chegar até onde mora, um apartamento humilde na 709 Norte, com janelas para a W3, o qual divide com mais sete outras pessoas. É uma espécie de república, gente tão anônima quanto ela. É ali, desde setembro, que Mira procurou abrigo, depois de deixar Luziânia (GO), cidade onde nasceu.

Aprendizado em casa
Tarde de ontem, 16h, Mira nos espera no lugar combinado. Há uma escada íngreme que se vence até chegar ao seu apartamento. Lá está a poeta da noite. Sorriso bom, olhar ainda desconfiado. Sobre a pequena mesa da saleta, livros (feitos em papel A4), cadernos cheios de poesias e telas. Aos poucos, os segredos daquela mulher de 49 anos, sem filhos e solteira (“por opção, mas sou muito namoradeira”, brinca) vão se dissipando. Mira é simples. Fala baixo e os olhos encaram o interlocutor com delicadeza. O sorriso é contido. Filha de um agricultor e de uma dona-de-casa, foi criada na roça. Carrega uma timidez que ela mesma tenta vencer. “Só aos 13 anos, com a separação dos meus pais, fui para a cidade com minha mãe”, conta. Aos 14, ela deixou a distante Luziânia para morar em Brasília, na casa de uma irmã mais velha. Parou na Asa Sul.

Aqui, estudou. Terminou o ensino fundamental e o médio. E formou-se em Teologia. Sim, em Teologia, não está escrito errado, não. Em tempo: a escritora se confessa católica praticante de “ir à missa todo domingo”, faça chuva ou sol. Mas a poesia sempre lhe tocou mais profundamente. “Meu pai, lá na roça, fazia versos de improvisos e tocava viola de moda. Cresci assim”, ela diz. Ainda menina, apaixonou-se por Casimiro de Abreu. “O poema Meus oito anos me marcou profundamente”, fala. Na adolescência, passou a admirar Clarice Lispector, Mario Quintana e Adélia Prado. E começou a trabalhar, para se sustentar. Vendeu muito produto de beleza de porta em porta. Ou seja, andar sempre foi a sina de Mira.

Em 1986, a artista retornou a Luziânia. Junto com escritores locais, fundou o Grupo Asas. Lançaram um jornalzinho alternativo na cidade, todo voltado à publicação de poesias. Mira passou a vender o jornal pelos bares do Plano Piloto. “O Beirute foi o primeiro que me deixou entrar e vender”, diz. A experiência foi tão agradável que, em 1987, ela lançou seu primeiro livro de poesias: Calliandra, a flor do cerrado, com 1,5 mil exemplares, todo bancado com suas poucas e suadas economias de andarilha e ajuda de uma boa irmã. “Em um ano, de bar em bar, a edição se esgotou. Vendi tudo”, vibra, como menina que acaba de ganhar a boneca preferida.

Sentimentos
Mira nunca mais parou. De lá pra cá, passaram-se 23 anos. São 20 livros (em papel A4) e mais cinco ainda inéditos. Sem computador, ela escreve à mão. Depois, um bom amigo digita pra ela. E a obra fica pronta. “Quando escrevo, tô explicando o mundo pra mim mesma. É uma libertação”, constata. E confessa, comovida: “A palavra muda, consola, alimenta, liberta e salva. A mim me salvou. E a poesia é minha opção pra viver”.

Há dez anos, ela resolveu ressuscitar seu talento de pintora. “Pinto óleo sobre tela e acrílico. É uma pintura abstrata e gosto de paisagem. Tudo que lembra minha infância na roça: flores, cavalos e pássaros”, explica. E assim, com livros e telas, de ônibus ou a pé, ela ganha a noite. Mistura-se a uma gente tão anônima quanto ela. Vai vender poesia. Se é bom ou ruim, cabe ao leitor opinar. Mira fala dela, de sentimentos muito particulares, de amores e sonhos. Fala, em essência, de vida. “Aos 20 anos, eu achava que a melhor defesa era o ataque. Fazia isso porque sentia medo do mundo. Hoje, não tenho mais medos. Não preciso mais me defender”, filosofa. “O que me entristece? O preconceito, de todas as formas, e a injustiça no mundo.”

Esta é Mira, que aparece do nada e vai embora com a mesma intensidade. Da próxima vez que você a vir em alguma quebrada dessas, permita-a que se aproxime. Decididamente, ela não morde. Folheie o que a poeta andarilha carrega. Ela só quer falar, mesmo que não diga uma só palavra oral, de poesia. É disso que vive. É dessa forma que encarou a vida, seus mistérios e a escuridão pária da noite.

14 fevereiro 2009

O detetive e a moça

Leitores e Leitoras!
Ainda no contexto do dia de são Valentino, segue um texto que escrevi em 1996, no século passado. A inspiração do poema veio quando eu estava assistindo um filme na televisão. Era Dick Tracy, estrelado e dirigido por Warren Beatty, com as participações de Anette Benning e Madonna. Não era um grande filme. Todavia teve seus momentos de brilho. Foi um desses momentos que me motivou a escrever o texto que segue.
Espero que a leitura lhes seja agradável. Peço que deixem seus comentários.
Um abraço!
Aroldo José Marinho


O detetive e a moça
Aroldo José


Você é a única!
Foi o que disse o detetive
Que usava capa amarela
Para a bela moça
Que ele amava.
Ela era tão bonita
E se tornava mais bonita
Quando ficava indecisa.


A moça de chapéu,
Que era tão clara.
Sonhava com uma vida feliz
E calma assim como ela.
Ela queria uma vida burguesa
E um vestido de princesa.


Você é a única!
Ela sabe que ele disse a verdade.
Ele a quer para toda vida:
Dividir histórias,
Unir corpos suados,
Pagar contas
E levar as crianças na escola.


Ele lembra de quando a viu
Pela primeira vez.
Era dia de chuva,
Ela estava ensopada.
Ele lhe ofereceu um guarda-chuva.


Ela era tão bonita.
Ele lhe deu também o seu coração,
Seu jeito simples e honesto
Que fica sem jeito
Quando fala dos assuntos do coração.


Ele não disse que a amava
Porque é difícil explicar
O que se sente.
Porém acariciou seus cabelos molhados
E contemplou seus olhos claros.
Ela pensou o quanto ele era elegante.
O homem da capa amarela,
O homem que respeitava a lei
E fazia a chuva parecer
Um dia de primavera.


Você é a única!
Ele disse que sabia disso.
Ela disse que o amava
Enquanto a chuva caía.
Ele a protegia
E ela sabia que ele a amava.
O homem da capa amarela
Que tornava sua vida bela.

De novo, o Valentino



Hoje é dia de são Valentino. Data em que, com exceção do Brasil, é comemorado o dia dos namorados. Em 12 de junho de 2008, publiquei um texto sobre o fato dos namorados terem uma data de comemoração diferenciada em nosso país. Como forma de homenagear são Valentino, republico o texto.
Tudo de bom!
Aroldo José Marinho

Dias do namorados? E o Valentino?

Hoje é dia 12 de junho. Se comemora o dia dos namorados. Será mesmo? Claro que sim! Bem... pelo menos, aqui no Brasil é isso mesmo. Mas no resto do mundo a história é outra. A comemoração acontece no dia 14 de fevereiro, data de comemoração de são Valentino, o padroeiro dos namorados.

Então, namorados também têm padroeiro? Se existe mesmo um padroeiro, o título não deveria pertencer a Santo Antonio? Quem foi este tal Valentino? Por que a comemoração dos namorados aqui no Brasil acontece noutro dia e mês? Será que os namorados brasileiros diferem dos amantes de outros lugares? Haja pergunta! Vou tentar responder.

Valentino era um bispo católico que viveu durante o governo do imperador romano Claudius II. Por acreditar que jovens solteiros tinham perfil ideal para serem guerreiros, o imperador proibiu que fossem realizados casamentos em Roma. O bispo ignorou a proibição oficial e continuou a celebrar casamentos em cerimônias sigilosas.

Descoberto, Valentino foi preso e condenado à morte. Durante seu período de cárcere, diversos jovens lhe visitavam levando flores e bilhetes dizendo que acreditavam no amor. Entre estas pessoas se encontrava chamada Asterius, jovem cega e filha do carcereiro. Segundo relato da tradição, a moça recuperou milagrosamente recuperou a visão. O bispo foi decapitado em 14 de fevereiro de 270 d.C. Ao contrário do que muito gente pensa, no dia de São Valentino, é muito comum a troca de presente e de cartões entre amigos e amigas e não apenas entre namorados.

O dia dos namorados começou a ser celebrado no Brasil em 1949, numa iniciativa do publicitário João Dória, da Agência Standard Propaganda. Dória inseriu o evento, popular no hemisfério norte, numa campanha desenvolvida para a extinta loja Clipper. O fato do Brasil não comemorar os namorados em fevereiro está ligado aos interesses de entidades comerciais que, preocupadas com a concorrência dos produtos de carnaval, decidiram transferir o dia dos namorados para junho, considerado o mês mais fraco para o comércio. A iniciativa teve o apoio da Confederação de Comércio de São Paulo. A escolha do mesmo se deveu ao fato de 12 ser véspera do dia de santo Antonio, consagrado no imaginário popular como santo casamenteiro. Ou seja, o capitalismo falou mais alto.

Os namorados brasileiros não são diferentes dos demais namorados do mundo. Só a data de comemoração é diferente. Por causa do motivo capitalista já citado. Entre as pessoas que amam, em qualquer lugar, há um ponto comum: o amor que é sempre belo e digno de exaltação.

Sou sou um cara metido a europeu (rs), sempre fiz a comemoração no dia de são Valentino. Mas nunca olhei com maus olhos quem sempre prezou a data de julho. Acima das datas há sempre o sentimento de bem querer que deve ser a gênese de qualquer namoro.

Me despeço ofereço oferecendo um poema de minha lavra, que trata desta coisa tão bela que é dar o melhor de si para outra pessoa. Viva são Valentino!!! Viva o dia dos namorados!!!

05 fevereiro 2009

Ganhei presente



Olha eu aqui, de novo. Vim bem rápido para anunciar que fui presenteado pela maravilhosa Lêda Maria Sousa,editora do blog http://www.vozderessaca.blogspot.com.

A moça me deixou feliz por me oferecer este sêlo de proximidade.

Fiquei feliz com presente. Não sei se mereço. Mesmo assim, amei ser lembrado de maneira tão carinhosa por ela.

Obrigado MARIA!!!!!

Beijos!

José

Um clipe de U2

Não tenho dúvidas de que U2 é a banda mais genial do mundo. Por ser fã declarado da banda, sou suspeito para afirmar isso. Mesmo assim, mantenho o que foi escrito na primeira linha deste texto. É a verdade mais pura! Faço tal declaração meio que como forma de preparação para o lançamento do novo disco da banda.
Lá vem os quatro irlandeses da pesada nos oferecerem coisa boa. Bono (vocal), The Edge (guitarra), Adam Clayton (baixo) e Larry Mullen Jr (bateria) são caras que tocam coisas boas e necessárias. Há alma, coração e inteligência na música deles.
Sem muitas palavras desnecessárias, posto aqui um vídeo do disco War, de 1983. A canção se chama TWO HEARTS BEAT AS ONE. Seu clipe foi rodado na França. Seguem também a letra original e a tradução que fiz para oferecer aos leitores e leitoras do blog que não são íntimos da língua inglesa. Espero que gostem do presente.
Harold


Two hearts beat as one
U2

I don't know, I don't know which side I'm on.

I don't know my right from left or my right from wrong.
They say I'm a fool, they say I'm nothing
But if I'm a fool for you oh, that's something.
Two hearts beat as one.
Two hearts beat as one.
Two hearts.

I can't stop to dance
Honey, this is my last chance
I said, can't stop to dance
Maybe this is my last chance.
Two hearts beat as one.
Two hearts beat as one.
Two hearts.

Beat on black, beat on white
Beat on anything, don't get it right.
Beat on you, beat on me, beat on love.

I don't know
How to say what's got to be said
I don't know if it's black or white
There's others see it red
I don't get the answers right
I'll leave that to you
Is this love out of fashion
Or is it the time of year?
Are these words distraction
To the words you wanna hear?
Two hearts beat as one.
Two hearts beat as one.
Two hearts.

I try to spit it out
Try to explain.
The way I wanna feel
Oh, yeah, two hearts.

Well I can't stop to dance.
Maybe this is my last chance.
And I said, I can't stop to dance.
Maybe this is my last chance.
I said don't stop to dance
Maybe this is my last chance.
I said I can't stop to dance.
Maybe this is our last chance.
I said don't stop to dance.
Maybe this is our last chance.


Oh, oh!

Dois corações batem como se fossem um só
U2

Eu não sei, eu não sei de que lado estou

Eu não distingo o direito do esquerdo ou certo do errado

Eles dizem que sou um tolo, dizem que não sou nada

Mas se sou um tolo para você, oh, então já é alguma coisa

Dois corações batem como se fossem um só

Dois corações batem como se fossem um só

Dois corações


Eu não consigo parar de dançar

Querida, esta é a minha última chance

Eu disse que consigo parar de dançar

Talvez esta seja a minha última chance

Dois corações batem como se fossem um só

Dois corações batem como se fossem um só

Dois corações


Bata no preto, bata no branco

Bata em alguma coisa, não deixe isso parecer correto

Bata em você, bata em mim, bata no amor


Eu não sei

Como dizer o que tem de ser dito?

Eu não distingo se isto é preto ou branco

Há pessoas que vêm isso como vermelho

Eu não encontro as respostas corretas

Eu deixarei isto para você

O amor está fora de moda

Ou está no tempo do ano?

Estas palavras são para lhe distrair

Das palavras que você quer ouvir?

Dois corações batem como se fossem um só

Dois corações batem como se fossem um só

Dois corações


Eu tento cuspir isso fora

Tento explicar

O jeito que eu quero sentir

Oh sim, dois corações


Bem, eu não consigo parar de dançar

Talvez esta seja a minha última chance

E eu disse que consigo parar de dançar

Talvez esta seja a minha última chance

E eu disse que consigo parar de dançar

Talvez esta seja a minha última chance

E eu disse que consigo parar de dançar

Talvez esta seja a minha última chance

E eu disse que consigo parar de dançar

Talvez esta seja a nossa última chance

Oh, oh!