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16 abril 2009

Dos en la ciudad 2- A tradução

Preciso, novamente, agradecer a gentil contribuição de Letícia Contilde. A gentil gaúcha, aniversariante do dia 8 deste mês, enviou a tradução da canção Dos en la ciudad. Sua habilidade de captar o sentimento do texto original e enfocá-lo em português é notável.
Gracias Letícia y buena estrella. Espero que vocês apreciem o texto.
Harold
Dois na cidade
Fito Páez
Nos encontramos na rua
Eu diria casualidade
Ainda tinha esse olhar
Esse garbo, esse swing, esse charme
Vinha super arrumada,
Seu sorriso sim, era algo especial
Quando me deu a bofetada,
Colocou as coisas em seu lugar
Logo abriu a boca
Como a liberdade
Tomamos umas taças
E no bar começou a chorar
O tempo passou fomos ela e eu dois na cidade
Me perguntou como havia sido,
Como foi que escolhi partir
Si havia tido alguns filhos
E se alguma vez fui tão feliz
Perguntei se estava sozinha
Ela sim, que sabia fingir
Que ingenuidade não era tola
Era o próprio Monte Sinai
Passou passou
Passou nosso quarto de hora
Passou passou,
Mas ainda sabíamos rir
E assim passou
A noite entre o whisky e a coca
Assim passou
Mas ainda sabíamos rir
Todo o final de semana
Não nos deixamos ir
Quando me levantei esta segunda
Ela já não estava aqui
O tempo passou,
Fomos ela e eu
Dois na cidade
Dois na cidade.
Fomos ela e eu
Dois na cidade
Nosso quarto de hora
Fomos ela e eu
Dois na cidade (3).

Dos en la ciudad

Não preciso apresentar Fito Páez para os leitores e leitoras do blog. Já postei material dele numa outra ocasião. Hoje vou somente apresertar outra canção dele chamada Dos en la ciudad. Foi gravada no cd Abre, de 1999.
Como da outra vez, junto com o clipe, segue letra da canção, que é belíssima. Sobre o clipe gravado em Nova York, há uma curiosidade: a presença de Cecilia Roth, atriz argentina, nossa conhecida do filme Tudo sobre minha mãe, de Pedro Almodóvar. Ela é esposa de Fito.
Sem mais demora, vamos curtir o trabalho do grande Fito.
Harold
Dos en la ciudad
Fito Páez
Nos encontramos en la calle yo diría, casualidad
aún conservaba esa mirada
ese garbo, ese swing, ese charme
venía supercolocada
su sonrisa, sí, era algo especial
cuando me dio la cachetada
puso las cosas en su lugar
luego me abrió su boca
como la libertad
tomamos unas copas y en el bar
se echó a llorar
el tiempo pasó fuimos ella y yo, 2 en la ciudad
Me preguntó cómo había sido
cómo fue que elegí partir
si había tenido algunos hijos
y si alguna vez fui tan feliz
le pregunté si estaba sola
ella sí que sabía fingir
que ingenuidad, no era una boba
era el mismo monte Sinaí
Pasó, pasó
pasó nuestro cuarto de hora
pasó, pasó
pero aún sabíamos reír
se nos pasó
la noche entre el whisky y la coca
se nos pasó
pero aún sabíamos reír
Todo el fin de semana
no nos dejamos ir
cuando me levanté ese lunes
ella ya no estaba allí
el tiempo pasó
fuimos ella y yo
2 en la ciudad
Dos en la ciudad
fuimos ella y yo
dos en la ciudad
nuestro cuarto de hora
fuimos ella y yo
dos en la ciudad (x 3)
Fito Páez- Dos en la ciudad

09 abril 2009

E dá lhe PORCO, Olê! Olê! Olê!

Soube que a equipe da Sociedade Esportiva Palmeiras foi ontem enfrentar o Sport Recife, lá em Pernambuco. Havia desconfiança e muita provocação no ar. Nos últimos encontros entre as equipes, o Sport levou a melhor, ganhou com superioridade. Parece que isso subiu à cabeça dos jogadores do time pernambucano. Além disso, Palmeiras estava no sufoco por causa da triste campanha na Copa Libertadores de América.
A equipe entrou com consciência. Sabia que enfrentaria uma equipe que, poucas vezes, foi derrotada no seu estádio. De fato, a Ilha do Retiro estava lotadaça. A torcida de quase 20 mil pessoas fazia muito barulho. Mas nenhuma partida é vencida antes do juiz apitar determinando o início e o fim das ações.
Lá se foi a equipe de Vanderlei Luxemburgo para a luta. Atuando de forma inteligente, jogou com serenidade, ignorando as vaias que vinham, da torcida local. A aplicação palmeirense foi premiada, ainda, no primeiro tempo. Aos 23minutos, em jogada em que contou com as colaborações dos companheiros Diego Souza e Maurício Ramos, Keirrison, o craque da camisa 9, tocou para o fundo das redes. E o juiz encerrou o primeiro tempo da partida.
Para a segunda parte do jogo, o Sport procurou ir para cima do rival. Todavia suas tentativas foram inúteis. Era só perder a bola lá na frente para provar do veneno do contra-ataque verde. Foi assim que, aos 27 minutos, Diego Souza, tocou a bola por cima do goleiro do Sport. A bola entrou e calou o ímpeto da torcida local. Depois foi só tocar a bola para esfriar os jogadores do Sport e esperar o apito final.
Venceu quem jogou melhor e quem precisava de uma boa vitória. Ficou a boa lição de vida: não se pode ficar cantando vitória antecipada. Para a equipe verde fica o recado: não se deixar envolver pelos desatinos cometidos fora do campo. Agora é descansar para fazer um bom jogo contra o Santos no sábado, pelo campeonato paulista e, se Deus permitir, conquistar o bicampeonato.
Aroldo José Marinho

08 abril 2009

Samba de Marianne

Saudações para vocês nesta quarta-feira nublada em Brasília. Recebi e-mail de Marianne Loise Hewett, minha boa amiga australiana. Ela enviou algumas fotos. Todas belíssimas, ternurosas e poéticas. Uma delas, imediatamente, me fez lembrar uma canção escrita por Max de Castro e Bernardo Vilhena, que Max gravou em 2000. Parecia que a dupla tinha escrito, especificamente, para ela. Quis unir foto e clipe. Mandei mensagem para Austrália, atrás de autorização. Can I post your picture and video clip together?, quis saber. Sure honey! I trust in you. Foi a resposta.

Tudo resolvido seguem a foto, a letra escrita pelo Bernardo e o clipe de Max. Espero suas opiniões sobre a postagem. Tudo de bom sempre!
Harold

Samba Raro
Max de Castro- Bernardo Vilhena
Ela vai, ela vem
depois dela não tem pra mais ninguém
Samba
mexe comigo de um jeito tão raro
ama
ela sabe me enfeitiçar
me enfeitiçar, enfeitiçar, me enfeitiçar
me namorar, namorar, me namorar
samba rola na minha língua
me diz e me prova
ela sabe me provocar
me provocar, e provocar, me provocar
me excitar, me excitar, me excitar
Ela vai, ela vem
depois dela não tem pra mais ninguém
mas nada é tão claro
quanto a luz do imenso amor
que ilumina a noite
o samba raro já chegou

Max de Castro- Samba raro


Beethoven e Andrea Dorea

Considero a Legião Urbana uma das melhores bandas surgidas no Brasil. Mas admito que não sou grande admirador da banda. Esse posto vai para meu irmão Célio e nossos primos Daniel e Aline. Os três sim, sabem tudo da banda que, quando gravou o primeiro disco, na década de 80, era formada por Renato Russo (voz), Dado Villa-Lobos (guitarra), Renato Rocha (baixo) e Marcelo Bonfá (bateria). Com a saída de Rocha, Russo assumiu o baixo e a vida seguiu para o trio.

Apesar de não ser um admirador da estirpe dos familiares citados no parágrafo anterior, gosto de algumas canções da Legião. Uma delas é Andrea Dorea. A melodia e a letra são primorosas. Há uma beleza nesta canção que não sei explicar. Gosto tanto que até tocava no violão. Nunca mais toquei!

Quis postar para vocês. Saí procurando um clipe da canção. Encontrei este que foi criado por Janilson Xavier, um fã. Ele pegou cenas do filme O Segredo de Beethoven, da diretora polonesa Agnieszka Holland. O filme trata do encontro de genial compositor, interpretado por Ed Harris, com a copista Anna Holtz, vivida por Diane Kruger.

Não assisti ao filme, vou atrás do dvd. Como amo a obra de Beethoven, aplaudo a iniciativa de Xavier. Agora segue o clipe como uma homenagem ao Célio (que fez aniversário no dia 7 deste mês), ao Daniel e Aline (que festejou vida no dia 11 de março). Espero pelos comentários de vocês.
Harold

Legião Urbana- Andrea Dorea



02 abril 2009

Cinco perguntas para... Emílio Pacheco

Saúdo vocês leitores e as leitoras do blog. Hoje apresento lhes a figura simpática e inteligente de Emílio Pacheco, o sujeito da foto ao lado. Gaúcho de Porto Alegre, jornalista por formação e bancário por imposição da vida, Emílio é uma dessas pessoas muito antenadas nas notícias sobre o meio cultural gaúcho. Quem quiser saber sobre os lances culturais que acontecem naquelas paragens, necessariamente, precisa fazer uma visita ao blog

(www.emiliopacheco.blogspot.com) por ele editado.

Além de sua atuação no blog, Emílio também participa do Orkut. Muitas pessoas visitam sua página para lhe fazer questionamentos ou, simplesmente, para agradecer a acolhida que o colorado ser dedica a todos que passam naquele espaço. Prova da grande consideração a ele dedicada é a comunidade que tem o seu nome (http://www.orkut.com.br/Community.aspx?cmm=66351005), criada por Andréa Steiner.

Como sempre, Emílio usou de solicitude e paciência para responder as perguntas por mim formuladas e que seguem abaixo. Boa leitura!




Aroldo (A): Como você se define em termos políticos?

Emílio (E): Boa pergunta. Já escrevi até um texto sobre isso no meu blog ("Mistérios da Política"). Lá eu tento apresentar uma análise mais aprofundada do meu posicionamento político. Há alguns anos eu nutro uma simpatia pelo PT, mas sem radicalismos e sem compromisso perpétuo. Na última eleição para Prefeito de Porto Alegre, por exemplo, votei em Fogaça (meus amigos petistas vão querer meu fígado se lerem isto). Eu admiro o PT pelo que representou em termos de coerência, persistência e luta contra as injustiças sociais, mas prefiro que essa admiração continue livre e descompromissada. Acima de tudo, o eleitor brasileiro tem que aprender a viver numa democracia e aceitar ser voto vencido, quando for o caso. Eu, por exemplo, nunca votei em Fernando Henrique e mesmo assim acho que ele não foi um mau Presidente. Pelo menos, foi melhor do que eu esperava.


A: O que deixa indignado o cidadão Emílio?

E: Seria mais fácil perguntar o que não me deixa indignado. Certa vez minha irmã observou o quanto eu uso a palavra "irritado" no meu blog. Fico indignado com interpretações precipitadas, pessoas que me prejulgam com base em suas visões engessadas do ser humano, gente cética, gente que acredita em tudo (principalmente as mentiras que circulam por e-mail), gente burra, fãs alienados que não conhecem mais nada além de seu único ídolo e gente que acha que todos têm que ser iguais e gostar de futebol, carnaval, chope e novela. Também fico indignado com a insistência dos internautas em divulgar textos falsamente atribuídos a autores famosos, em especial Mario Quintana, Luis Fernando Verissimo e Arnaldo Jabor. E mais ainda quando essa divulgação errônea ocorre em vitrines respeitadas, como o programa de Ana Maria Braga, por exemplo.


A: Para as pessoas que moram em outras regiões, algumas vezes, o Rio Grande do Sul (RS) é percebido como um canto à parte, com uma vida e cultura que lhes são próprias. Você, algumas vezes, percebe o resto do país como se estivesse distante do RS ?

E: Eu nunca percebi isso. Na verdade, o que sempre me chama a atenção são os comentários em relação ao bairrismo gaúcho. Sim, nós gaúchos temos orgulho de ser gaúchos. E até uma certa idade eu achava que isso era comum em todos os estados, que o baiano tinha orgulho de ser baiano, que o paulista tinha orgulho de ser paulista e assim por diante. As pessoas falam como se esse "orgulho gaúcho" fosse algo inusitado, de outro mundo, e eu não vejo assim. Qual o problema? Segundo depoimento do antropólogo Hermano Vianna, a atriz Regina Casé achou curioso que, sempre que um gaúcho lhe pedia um autógrafo, fazia questão de dizer: "Eu sou gaúcho!" Nós temos mesmo essa identificação forte com o nosso Estado e não vejo por que isso deva ser considerado estranho.


A: O que você no passado e que hoje, por conta do amadurecimento, faria diferente?

E: Outra boa pergunta. Não sei exatamente o que eu fiz que possa ser considerado "errado". Para certas coisas, não existe a opção "certa". Você ganha de um lado e perde do outro conforme a escolha. Em inglês tem uma expressão que define bem situações assim: "trade-off". Viajando de ônibus, você economiza dinheiro para gastar quando chegar, mas leva mais tempo e tem menos conforto. Indo de avião você chega em questão de horas, mas fica com menos dinheiro. O que vale mais a pena? Ir de avião ou de ônibus? Não existe a resposta certa. Depende de suas prioridades no momento. Já houve uma época em que eu achava que, se pudesse voltar no tempo, me dedicaria integralmente ao jornalismo. Hoje já não penso assim. Pode ser um mecanismo de defesa, mas fico feliz de conseguir conciliar minhas atividades e ainda pagar minhas contas (aí se incluindo o tratamento de um filho com necessidades especiais). Para não dizer que não existe nada que eu faria diferente, quando eu tinha 21 anos, entrei em forma e comecei a correr. Foi uma boa fase. Mas só durou alguns anos. Logo eu perdi a forma e a resistência. Ainda insisti mais um tempo, mas corri pela última vez com 35 anos. Hoje estou com 48. Então, se eu pudesse voltar no tempo, talvez procurasse manter a forma, mesmo que para isso tivesse que correr mais devagar, sem tanta preocupação com desempenho. É que tem uma fase em que a gente quer "comer bem para correr melhor". Até que começam as lesões e outros problemas. De vez em quando alguém ainda me pergunta se eu não me entusiasmaria em tentar emagrecer e voltar a correr. Tentar emagrecer, até seria recomendável. Voltar a correr é mais difícil, pois a idade não diminui junto com o peso. Mesmo que eu entrasse em forma, não teria mais a resistência dos 20 e poucos anos. Se eu tiver tempo para dar umas caminhadas, já está de bom tamanho.


A: Dá para fazer paralelo entre a atual cena musical gaúcha, de onde são egressos Cachorro Grande, com aquela dos anos 70, em que pontuava o grupo Almôndegas?

E: Os Almôndegas lançaram seu primeiro LP em 1975. Naquele tempo, não existia nem mesmo disco independente ou os chamados selos independentes, muito menos Internet, mp3, CD-R e outras facilidades que temos hoje. Pra divulgar música, tinha que tocar no rádio. Pra tocar no rádio, tinha que ter disco. Pra ter disco, tinha que ser contratado por uma gravadora do centro do país, as chamadas majors. Nesse sentido, aconteceu um movimento bonito que foi o da saudosa Rádio Continental, a 1120 (AM). Furando o esquema que eu citei acima, a Continental começou a tocar gravações feitas no próprio estúdio da emissora, com músicos locais. A gente ouvia aquelas músicas todas com entusiasmo, mas também com uma pontinha de frustração, pois nem todas se podiam comprar em disco. Então tinha que ouvir a rádio, tinha que ir nos shows... Mas o movimento foi muito forte. Cada músico contratado por uma gravadora era motivo de comemoração. Os Almôndegas fizeram sucesso regional numa época em que isso era raro na música urbana. Os gaúchos que fizeram sucesso antes deles foram todos em nível nacional, como Lupicínio Rodrigues e Elis Regina. Além dos Almôndegas, entre 75 e 76 também lançaram disco Hermes Aquino, Inconsciente Coletivo, Pentagrama e Bixo da Seda. Depois vieram Fernando Ribeiro e Berê. Posso estar esquecendo alguém, mas não eram muitos os que lançavam disco, não. Dava pra contar nos dedos. Hoje qualquer um junta dinheiro e lança mil cópias de um CD independente. Sem falar em sites como o MySpace, onde é possível fazer uma divulgação de forma simples e eficaz. A cena musical gaúcha hoje está bem mais aberta para o rock, mas isso vem desde os anos 80, a partir da divulgação feita pela Ipanema FM e os LPs "Rock Garagem" e "Rock Grande do Sul". Não conheço todas as novas bandas gaúchas, mas descobri por acaso o trabalho da Poliéster, de São Leopoldo, na Grande Porto Alegre, e gostei bastante.