Segue outro texto de Nahima Maciel referente à atuação dos maestros da cena brasiliense. A publicação original foi impressa na edição de hoje do jornal Correio Braziliense (http://impresso.correioweb.com.br/html/sessao_56/2011/07/23/interna_noticia,id_sessao=56&id_noticia=186352/interna_noticia.shtml).
Destaco no texto a participação de Joaquim França (o primeiro à esquerda na foto). Assim como eu, ele nasceu em Macapá, no Amapá. Também foi meu professor na escola de músia Walkyria Lima.
Destaco no texto a participação de Joaquim França (o primeiro à esquerda na foto). Assim como eu, ele nasceu em Macapá, no Amapá. Também foi meu professor na escola de músia Walkyria Lima.
Harold
Os caminhos da batuta
Levantar a batuta é gesto leve e delicado. Às vezes, pode ser enfático, outras vezes, beira a timidez e tudo isso diz muito sobre quem empunha o objeto. Mas uma coisa é comum a todos: quem sobe ao pequeno pódio em frente à orquestra tem dom natural para liderança e talvez seja essa a primeira qualidade necessária a um maestro eficiente. A segunda é saber que a trajetória é longa e o destino, incerto. Há aspirantes demais para orquestras de menos no planeta e esse obstáculo pode se tornar intransponível: sem músicos para reger, o maestro se torna uma figura inútil.
A maestrina Isabela Sekeff, regente do coro Cantus Firmus, gosta de dizer que seu instrumento é um conjunto de 40 vozes. Joaquim França cita Eleazar de Carvalho para lembrar ser a batuta a condutora de um código de sinais e Claudio Cohen, regente da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro (OSTNCS), enfatiza a postura de articulador político entre o leque de características de um maestro.
O pódio não acontece por acaso na vida de um músico. Nem naturalmente. Na maioria dos casos, é um destino traçado meticulosamente ao longo de anos de estudo e prática. “O músico que tem vontade de ser regente é um músico com posição de liderança que quer avançar nessa posição”, avalia Cohen. Ele mesmo passou pelos cargos de spalla e regente assistente antes de assumir a batuta da sinfônica. A formação passou longe da universidade. Foi no palco que Cohen aprendeu a reger. Primeiro, com Silvio Barbato, depois, com aulas particulares de maestros convidados a se apresentar com a orquestra em Brasília. “E com quatro duros anos de estudos com Emílio de César”, completa.
A maestrina Isabela Sekeff, regente do coro Cantus Firmus, gosta de dizer que seu instrumento é um conjunto de 40 vozes. Joaquim França cita Eleazar de Carvalho para lembrar ser a batuta a condutora de um código de sinais e Claudio Cohen, regente da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro (OSTNCS), enfatiza a postura de articulador político entre o leque de características de um maestro.
O pódio não acontece por acaso na vida de um músico. Nem naturalmente. Na maioria dos casos, é um destino traçado meticulosamente ao longo de anos de estudo e prática. “O músico que tem vontade de ser regente é um músico com posição de liderança que quer avançar nessa posição”, avalia Cohen. Ele mesmo passou pelos cargos de spalla e regente assistente antes de assumir a batuta da sinfônica. A formação passou longe da universidade. Foi no palco que Cohen aprendeu a reger. Primeiro, com Silvio Barbato, depois, com aulas particulares de maestros convidados a se apresentar com a orquestra em Brasília. “E com quatro duros anos de estudos com Emílio de César”, completa.
Cohen não estudou música na universidade — é formado em direito —, mas começou as aulas de violino aos cinco anos e nunca parou. “O que o regente precisa é ter a vivência, a experiência da orquestra. Sempre tive a prática, o tempo todo.” No Brasil, ele acrescenta a necessidade de o regente ser também uma figura política.
“Nas orquestras brasileiras, se o maestro não tem força política, não consegue resultados, não avança. As grandes estruturas internacionais têm papéis bem definidos e o maestro só rege. Eu não posso me dar ao luxo de só subir ao palco e reger.”
“Nas orquestras brasileiras, se o maestro não tem força política, não consegue resultados, não avança. As grandes estruturas internacionais têm papéis bem definidos e o maestro só rege. Eu não posso me dar ao luxo de só subir ao palco e reger.”
O que faz o maestro
Dá o andamento da música. Ele também indica as entradas para os instrumentistas da orquestra.
O que fazer para ser maestro
1 Estudar em curso superior de música na área de regência. O curso dura em média cinco anos
2 Dominar conhecimentos musicais teóricos (harmonia, solfejo, percepção harmônica, rítmica e melódica
3 Tocar algum instrumento ou exercitar algum tipo de canto
4 Exercer a liderança
5 Estudar relações humanas
6 Fazer concurso público para comandar uma sinfônica.
2 Dominar conhecimentos musicais teóricos (harmonia, solfejo, percepção harmônica, rítmica e melódica
3 Tocar algum instrumento ou exercitar algum tipo de canto
4 Exercer a liderança
5 Estudar relações humanas
6 Fazer concurso público para comandar uma sinfônica.