Saudações palmeirenses aos leitores e às leitoras do blog. Hoje posto um poema de Ana Cristina César (1952-1983), poeta carioca de talento, que fez parte de um grupo de poetas alternativos que atuou na década de 70, do século passado. Esse grupo recebeu rótulos variados e engraçados (geração mimeógrafo, literatura udigrudi, marginal).
Publicou poemas e textos em prosa em coletâneas, revistas e jornais alternativos. Seus primeiros livros, Cenas de Abril e Correspondência Completa, foram lançados em edições independentes. Em 1982 lançou A teus pés, pela editora Brasiliense. Segundo alguns críticos, em sua produção há uma fina linha entre o ficcional e o autobiográfico.
Apesar do talento, Ana Cristina não conseguia lidar com as dificuldades emocionais de forma serena. Em 1983, praticou ato de suicídio, se jogando do apartamento dos pais.
Com respeito e carinho, publico o texto As flores do mais. O título é um trocadilho com o poema As flores do mal, do simbolista francês Baudelaire.
Aroldo José Marinho
Flores do mais
Ana Cristina César
devagar escreva
uma primeira letra
escrava
nas imediações construídas
pelos furacões;
devagar meça
a primeira pássara
bisonha que
riscaro pano de boca
aberto
sobre os vendavais;
devagar imponhao pulso
que melhorsouber sangrar
sobre a faca
das marés;
devagar imprima
o primeiro
olhar sobre o galope molhado
dos animais;
devagar
peça mais
e mais e
mais
7 comentários:
Aroldo,
o que mais gostava na vida de Clodovil realmente era sua lingua solta, rsssssss
Mas que bela poesia, é muito bom ler e aprender um pouco a cada dia com vc, confesso que nossa amizade vai durar muito e muito tempo,
beijinhos pra vc e muitos aprndizados mais teremos.....
tem poesia nova no blog
Paola
Paol!
Seu comentário me dá alegria e faz eu me sentir útil.
Obrigado!
Beijos e vida!!!!
Muito bom harold
Para mim muito lindo amei
Muito lindo parabéns
Realmente muito linda
Muito linda a cansão parabéns
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