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27 dezembro 2007

Vem prá cá

Com algum atraso, saúdo vocês leitores e leitoras. Que a festa natalina tenha sido muito bela, digna da alegria de vocês. E mais, torço para que 2008 seja um ano de realizações. Que vocês tenham mais motivos para as comemorações. Também espero que as dificuldades nunca sejam maiores que a vontade de crescer e superar obstáculos.
Agradeço os comentários generosos e carinhosos deixados por vocês. Tenho consciência de que não sou merecedor das opiniões de vocês sobre meus textos. Sei que, ainda, tenho que melhorar. Porém o incentivo de vocês me comove.
Antes de lhes envio um texto que foi escrito em Macapá, em 1985, conto uma historinha. Eu estava caminhando por volta das 19:00, ia para uma reunião. De repente, uma garoa começou a cair. Apressei o passo. À medida que caminhava, um texto em veio na mente. Para não esquecer, comecei a repeti-lo até chegar ao local da tal reunião. Chegando lá, peguei uma folha de papel e escrevi o texto de uma vez só, sem alterar nada do que me veio à mente.
Depois mostrei apra algumas pessoas. Elas adoraram. Mostrei para outras, que adoraram também. Agora lhes mostro. Espero que gostem.
Obrigado! Beijos e abraços!
Aroldo José Marinho


Vem prá cá
Aroldo José

Vem prá cá!
Me contar uma história.
Vem prá cá!
Desvendar meu segredo.
Vem falar
Sobretudo o que eu fiz,
Não fiz.


Vem dizer:
Contigo eu não estou só.
Vem lembrar
Daqueles nossos avós.
Vem dizer
Que o que eu fiz ontem
Mudará amanhã.


Vem chamar!
Convida prá passear
Pelo teu jardim,
Pelo teu país;
Nos teus domínios,
De muitos fascínios.


Vem prá cá!
Me contar uma piada.
Vem contar
Aquela bem animada.
Vem falar
Que esse encanto
Nunca se quebrará.


Vem prá cá!
Me contar uma história.
Vem prá cá!
Ficar junto comigo,
Juntos no meu abrigo.
Vem prá cá!
Eu te peço:
Vem prá cá.

Macapá, 20/05/85

18 dezembro 2007

Vídeo-jockey

Bem... que graça tem um cara escrever textos poéticos e não dedicá-los, pelo menos uma vez na vida, à uma musa? Resposta: nenhum sentido. Então, posto este texto escrito em Belém. Era o ano de 1996. A MTV mostrava em seus programas rostos interessantes. Não interessava se suas apresentadoras, as Vídeo-Jockeys (VJs), sabiam alguma coisa de música. O negócio era mostrar beleza. E isso elas tinham de sobra para dar, emprestar e vender.

Uma delas mereceu atenção. Quem? Christine Niklas (a moça da foto ao lado), é lógico. Por quê? Bem... não interessa. Por que fazer perguntas se há um texto aí embaixo para ser lido como se fosse a homenagem mais singela da face da terra?

Boa leitura!
Aroldo José Marinho

Vídeo-jockey

Aroldo José

Mostra teu rosto,

Anuncia uma nova canção

E uma nova imagem.


Mostra tua beleza,

Estranha e comum.

Ao mesmo tempo

Inspirada e também banal.


Mostra tua novidade,

Teu talento para

Hipnotizar a cidade;

E não deixar

Ninguém procurar outra paisagem

Que não seja reflexo do teu olhar.

Belém, 09/06/96

Para Christine Nicklas


Irritação


Estava mexendo nos meus arquivos, procurando um texto para oferecer às pessoas que me honram com sua visitas ao meu blog. Confesso que não estava conseguindo encontrar um texto que estivesse à altura das visitas aqui recebidas.
Foi então que encontrei este aqui. Não sei se é muito ou pouco poético. Mas me lembrou, um pouco, a energia do trabalho de Tom Zé. Who's that Tom Zé? O baiano tropicalista, parceiro de Caetano e Gil, que alguns davam como morto artisticamente. Mas os gênios só adormecem. Esperam o momento de serem acordados para oferecerem suas preciosas pérolas os donos dos ouvidos massacrados por tanta idiotice. Haja música de corno e pagode idiota no país.
Bem... sem muito papo, vamos ao textos que mereceu o comentário feito acima.
Aroldo José Marinho

Irritação

Aroldo José

Vá cuidar da sua vida

E não me chateie mais.

O mundo por si só já é complicado,

Não venha destruir minha paz.

Faça tudo que é necessário,

Pague as contas e regue a flor.

Depois feche as cortinas,

E fique em casa curtindo a sua dor.


O que era causa de alegria,

Era e esqueceu o caminho.

Quem acreditou na falsa promessa,

Ganhou o passaporte rumo à melancolia.


Tipos estranhos estão por aí a girar,

São seus companheiros de limbo.

Corra ao encontro deles. Leve seus desatinos,

Não venha mais me perturbar.

Rosto de pedra, coração que parou

E que não sabe que já não existe mais.

Tenta esconder a tristeza,

Faz de conta que nunca chorou.

Brasília, 17/11/98


Desejo na madrugada


Há momentos na vida em que nada parece ter sentido. Apesar das coisas atraentes mostradas na televisão o dia inteiro, dos agitos anunciados como salvação da humanidade para nossa inesquecíveis noites, etc. Nada! Chega a madrugada e fazemos uma bela descoberta: nada não só parece não ter, como não tem mesmo nenhum sentido.

O que fazer para vencer a monotonia e melancolia que surgem nesses momentos? Tem gente que se desespera e aceita a primeira pregação religiosa que encontrar na esquina. Sai de uma chatice para entrar noutra. Eu proponho um caminho de sensatez para não aceitar a amolação destes pseudo-salvadores da raça humana.

Que tal ouvir música?

Good!!!!! Que música? Rock'n'roll, ora bolas.

É mole ou quer mais?
Aroldo José Marinho

Desejo na madrugada

Aroldo José

Já é madrugada e eu continuo aqui,

Escrevendo novos versos sobre um velho sentimento:

A dor de querer e não pode fazer

O mundo dançar no ritmo de um bom rock'n'roll.


Devo dormir mas não quero sonhar de novo

Aquele filme onde sou o mocinho ingênuo

Que foi condenado a assistir filmes de terror.

Quero ter olhos para contemplar seu sorriso,

Ouvidos para escutar sua boca dizendo

Que hoje faremos revolução.


Todo mundo escuta o bater do tambor

Mas minha cabeça insiste em não dançar

Na tribo do índio neo-capitalista


Enquanto houver folia de boi e de vaca.

Celebrarei a loucura de alguém assim

Que não se perder de si próprio

Nem deixar que a mídia envolva

A certeza de que, depois do novo dia,

Eu serei muito feliz, após descobrir,

Que meu estilo é de louco aprendiz.

Belém, 28/110/96


01 outubro 2007

Melhores e segundos






































Ontem eu assisti ao jogo final da copa do mundo de futebol feminino. Fiz uma torcida muito grande por nossas aguerridas meninas. Porém a coisa não saiu do jeito que eu desejei: o título foi de vice e a medalha, de prata. Porém lembrei do esforço que essas atletas fazem para praticar esporte num país onde o apoio dado é nota zero. Logo, me senti orgulhoso de nossa equipe. Também percebi algumas coincidências que quero dividir com vocês agora.

O jogo de ontem foi a versão feminina da decisão da copa do mundo de 2002. Assim como ontem, brasileiros e alemães decidiram a copa promovida na Àsia. Eles no Japão. Elas na China. Nos dois jogos o placar foi 2x0. Os gols saíram no segundo tempo tanto no Japão quanto na China. No masculino deu Brasil. Mas as moças da Alemanha deram o troco ontem. Curiosamente, a pessoa escolhida como melhor da competição estava na equipe derrotada. Oliver Kahn, goleiro alemão, foi eleito o melhor jogador (em que pese as contestações das pessoas que queriam premiar Rivaldo). Na disputa feminina, não houve dúvida: todos apostavam em Marta antes mesmo do início da competição.

Kahn e Marta foram eficientes durante as duas copas. Só erraram no momento da decisão. O goleiro falhou ao soltar uma bola nos pés de Ronaldo e que culminou com o primeiro gol brasileiro. Nossa camisa 10 desperdiçou o pênalti que poderia mudar a história do jogo. Vale lembrar que foi só na última partida que ele e ela falharam. De certa forma, ambos confirmaram a afirmação popular de que nem sempre o é o vencedor.

Dos dois jogos ficaram lembranças de um futebol vistoso, fascinante. Foi bom ter visto esses jogos. Espero que outros desse nível possam ocorrer.

Creio que escrevi demais por hoje. Tudo de bom para vocês sempre.
Aroldo José Marinho

04 setembro 2007

O sangue da flor









Uma saudação de de alegria eu dedico às pessoas que visitam este blog. É verdade que não o atualizo com freqüência. Faço mea-culpa. Procurarei ser eficiente neste item.

O texto que publico hoje já foi, anteriormente, postado. Foi escrito há dez anos para homenagear Diana Spencer, falecida em Paris, no dia 31 de agosto de 1997, num acidente automobilístico. Sua morte causou comoção mundial por causa das circunstâncias. Ela e o namorado Dodi Al Fayed tentavam fugir da curiosidade e das lentes dos fotógrafos paparazzi nas ruas de Paris. O acidente foi inevitável.
Este fato me indignou. Não tive a intenção de escrever sobre uma princesa. A homenageada era, na verdade, uma mulher lutando pelo direito de viver em paz. Mas nem sempre é fácil convencer as outras pessoas de que o direito à privacidade é algo sagrado. Boa leitura!
Aroldo José Marinho


O sangue da flor
Aroldo José
Já faz um certo tempo que um poeta brasileiro,
Sem dúvida, o maior e o melhor de todos,
Prestou homenagem ao homem do povo:
O genial Chaplin, o vagabundo.


E como disse, já faz um certo tempo.
E agora outro poeta esforçado,
Não tão iluminado quanto o grande Drummond,
Ergue sua voz em honra de outra personalidade britânica


Ao saber que veio a notícia
de que morreu uma princesa,
Uma mulher que procurava a felicidade.
Alguém que queria ser um simples alguém.



Mas eis que a tranqüildade é vã
E que surge alguém atrás da melhor pose.
Niguém quer saber sua opinião:
"-- Posso fotografá-la senhora?"
"Paparazzo", "paparazzi", papagaio!
"-- Lá vai ela!"
"-- Atrás dela!"
"-- A melhor pose é de quem chegar primeiro."


A bela só queria ser feliz,
Ter um amor verdadeiro.
Mas a vida é assim:
Por amor se morre,
Pela fofoca se mata.
Assim é a vida.


Então ela fugiu.
Mas para toda borboleta bonita
Que voar neste jardim,
Haverá um monte de caçadores,
Colecionadores da vaidade,
Jardineiros da flor da morte.


Oh mulher! E o seu sangue fica espalhado pela rua,
Sua face exprime sofrimento.
Alguns gritarão o seu nome incessantemente,
A flor ferida, a flor despedaçada.
Todavia os abutres pensarão sobre o quanto é belo
Registrar o sofrimento da flor.
Quanto sangue,
Quanto perfume,
Que pose bonita ela empresta ao sofrimento.


E sua beleza é contemplada pela insensatez.
Talvez este lamento seja invalidado
Por opiniões sobre ir e vir,
Entrar e sair das vidas alheias


Ela era apenas uma mulher.
Apesar de tudo,
Apenas uma mulher.
Porém ninguém quer saber da mulher,
O mito é maior.


Assim é o mundo do fim do século:
Registrar a vida é preciso.
É um serviço público,
Mesmo que isso atrapalhe o viver alheio.


Nossas vidas, pobres vidas.
Grandes espetáculos jornalísticos,
Propriedades públicas.
Pessoas viram imagens
E imagens não têm direito ao respeito,
Não têm dignidade.


Por fim, a morte!
A flor deixou de enfeitar o jardim,
Ninguém sabe o que aconteceu.
Tudo tão rápido,
velocidade ultra-máxima,
Destroços... sangue... morte...
A flor em pedaços...


Agora é hora de chorar,
Os espinhos machucaram a flor.
Porém o mais importante para os construtores da notícia,
É poder registrar a perda do sangue,
A perda do encanto,
A perda da vida.


Passou o tempo, a flor virou semente
E foi plantada no fundo dos eu quintal.
o mundo viu a flor-princesa descer ao solo.
A lágrima era real,
Outras flores cobriram a eterna morada da flor-mulher.


Para cada flor que fenece,
Nasce outra flor noutro jardim.
Tão bela quanto a anterior,
Talvez até mais bela.


Mas, mesmo com o desencanto,
O espanto,
O assombro,
A foto indiscreta não disfarçará
A dignidade humana,
O direito de felicidade de toda mulher


Belém, 19/09/97
Para Diana Spencer

04 julho 2007

Festa de mais um amigo


Faço uma saudação de alegria para os meus leitores e as minhas leitoras. Obrigado pelo carinho explicitado nos comentários. Hoje é mais um daqueles dias que este blog deixa de lado, temporariamente, sua função de divulgador de textos poéticos (meus e de outras pessoas) para fazer um registro de aniversário. Não é coluna social mas há pessoas que merecem eterna citação neste espaço. Aqui foram citados os aniversários de Julie e Daniel. O mesmo faço neste quatro de julho, data da independência norte-americana e, principalmente, de Celso Antonio Pereira.
Quem é o sujeito homenageado? Por que ele merece tal citação?
Celso é um carioca criado no Distrito Federal (DF). Um cara de muito caráter e consideração. Alguém a ser sempre respeitado e aplaudido. Eu o conheci em 2005, período em que conheci Rosemaria, ela é prima de meu pai e mora no DF desde os anos 70. Celso é esposo dela.
A história dos dois é impressionante e bonita. Rose foi afastada da família natural e depois de andar, um pouco, com a família adotiva pelo país, se instalou aqui no DF. Não foi uma coisa fácil. Muita chateação. Muita incompreensão. Sua história poderia ser letra de um blues. Mas diferente da poesia de Drummond, no meio do caminho de Rose apareceu um Celso e não uma pedra. Aí, o negócio virou alegria e mais uma história de amor aconteceu.
Quando soube que meu pai tinha uma prima morando na mesma cidade que eu, fui visitá-la. Aí conheci o Celso e fiz uma boa amizade com ele. Volta e meia, trocamos informações sobre muitos assuntos. De modo especial, música e poesia. Vale dizer que ele é um poeta que merece atenção. Provas disso podem ser encontradas no me blog.Ele me pediu ajuda para montar um blog fotográfico (www.celso-fotos.blogspot.com). Fui auxiliá-lo. Volta e meia, sou chamado pelo amigo para colaborar na postagem de novas fotos.
Sobre o Celso há muita coisa boa para dizer. O cara é da pesada. Tem dignidade. Todo mundo sabe disso. Falar bem dele é chover no molhado. Todavia não esqueço que vivo num país onde as notícias ruins tomam conta do cenário. Cada dia, um fato violento, um desrespeito vindo dos bandidinhos da classe média ou da classe política. Então, é importante citar as situações boas, as pessoas boas. Por isso, eu cito com respeito e orgulho Celso Antonio Pereira. Feliz aniversário grande amigo!
Aroldo José Marinho

18 junho 2007

Amor escondido




O amor é uma necessidade humana, um sentimento que nunca vai morrer mesmo que desapareçam todos os amantes da Terra. No último dia 12, houve comemoração do dia dos namorados. Gosto da data, não pelo seu significado. Mas porque nos faz pensar com maior atenção nas pessoas que amamos tanto e desejamos transfomá-la na outra parte nossa. Além disso, como a maioria das pessoas do mundo ocidental, para mim, o dia dos namorados, de verdade, é 14 de fevereiro. Neste dia, pedimos ao bom São Valentino para interceder para Deus nos fazer sempre capazes de perceber que o amor é construido diarimente, com esforço, diálogo e muito carinho.
Para finalizar o discurso, publico um poema que escrevi para homenagear as pessoas que amam nos momentos em que tudo nos convida a ignorar as manifestações do coração.
Por favor, leiam e me ofereçam seus comentários!
Aroldo José Marinho


Amor escondido
Aroldo José

Tem gente que ama na sombra,
Que nunca mostra sua paixão.
Mas para amar assim
É preciso amar demais,
Estar muito embriagado,
Cheio de amor.

É preciso ter muito amor
Para suportar a barra
E não demonstrar afeto
E não se deixar vencer
Nunca pela dor,
Pelas agruras da solidão
Nem esperar acontecer
Um milagre que sirva
Como redenção.

Nada pode ser mostrado:
O ciúme nunca é citado;
O sentimento sempre se cala
E faz o amor sofrer.

Tam gente que ama escondido,
Que não mostra para o mundo
Sua paixão
E administra os perigos
De ousar e ter que calar;
De não poder comunicar o bem
Que lhe faz o amor;
Que enxuga as lágrimas na cozinha
Para o mundo não saber
Que, por trás de uma face feliz,
Há uma pessoa que sabe o que é sofrer;
Que guarda da paixão a cicatriz.

Brasília, 24/01/07

23 maio 2007

Amar é para ser

Há pouco tempo, divulguei neste blog um texto de Paola Vannucci (a moça do sorriso bonito que aparece aí, na foto, de camiseta branca). Ela é uma moça paulistana exilada em Curitiba. De lá, a moça da alma poética espalha sua arte para este país e para as galáxias mais próximas. Como ela faz isto? Simples, através de um blog muito interessante: o http://pvannucci.blogspot.com
A divulgação de seu texto no meu espaço teve uma repercussão acima do normal. Diversos leitores escreveram suas impressões de alegria por causa do poema escrito por ela. Quem, ainda, não teve a chance de conhecer o trabalho dela, não pode deixar de passear por este lugar de tranquilidade que é o blog de Paola.
A reação dos leitores me fez querer publicar outro texto de Paola. Então eis aqui "Amar é para ser", que é, ao mesmo tempo, uma injeção de otimismo e um convite a nunca parar de acretidar no amor que é, de fato, um dom maior.
Eu li e gostei bastante. Claro que me emocionei! Agora é a vez de vocês. Leiam e não esqueçam de registrar suas opiniões sobre esta pequena peça da grande arte de Paola Vannucci.
Aroldo José Marinho


Amar é para ser

Paola Vannucci
Quando o amor está em causa,

Não quero ter

Apenas quero ser.

Ser é amar, é viver.

Ter é ter certeza de não mais amar.

Por isso eu não o tenho,

Apenas sou,

E me faço ser notada por simples jeito de ser.

Eu amo,

Assim dou espaço àquele que me ama...

Deixo de ter amor para

Ser amor.

Deixo de ter ardor para

Ser puro amor.

E,

Amar é para ser.

E,

Não para ter...

03 maio 2007

A Paixão

Hoje eu lhes apresento uma poeta genial que chegou há pouco tempo em minha vida. Ela é Paola Vannucci, uma paulistana que espalha seu talento pelas ruas frias e européias de Curitiba. Sua poesia é urgente e terna, cheia de sacações e propostas de encontro; uma mistura de ternura com música. Eu poderia continuar a escrever mais coisas sobre o trabalho de Paola. Mas seria tudo inútil. O que cada leitor deste blog precisa mesmo é dar um passeio pelo poético blog da moça.
Aqui vai um pouco deste grande talento. Leiam e depois me ofereçam comentários. Garanto que ela saberá suas opiniões.
Tudo de bom sempre!
Aroldo José Marinho

A Paixão
A paixão desenfreada que sinto é única e plena
sinto gana
sinto vontade
sinto prazer
não perco jamais por estar apaixonada
não perco brilho
Agarro
agarro o destino com unhas e dentes
a paixão que sinto não me sufoca
mas me liberta
sinto sua força
sou guerreira
sou sem brilho pra alguns
mas pra outros tantos
hummmmmmmmmmmm
me arrepia a alma
a paixão que sinto
é por você vida minha que me alenta
mas me derruba
também ao mesmo me ensina
me engrandece
me faz conhecer gente como tu
adoro esta vida
é uma paixão viver
depois de noite a chorar
ainda bem que sou mulher e choro
pra ter forçar a lutar
pobre dos homens

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
PAOLA VANNUCCI
02/03/2007

17 abril 2007

Alegria no céu



Geralmente, sempre que faço um comentário sobre alguma pessoa, apresento um texto poético. Hoje farei diferente, vou economizar as palavras. Minha intenção é apenas fazer uma homeangem-citação à grande atriz Nair Bello, que faleceu na tarde de hoje, em São Paulo, onde estava internada, desde novembro de 2006. Com 75 anos, Nair foi vítima de uma parada cardiorrespiratória. Como seu caráter, sua alegria, dignidade e talento já são por demais conhecidos do público que tanto a amava, abro mão de comentários adicionais e encerro aqui.
Viva Nair sempre!!!!
Aroldo José Marinho

07 março 2007

Uma singela homenagem



Saudações às pessoas que sempre visitam este humilde espaço!
Com base num importante fato ocorrido na tarde de domingo (04/03), na cidade de São Paulo, venho aqui fazer minha homenagem.
Desculpem o tom amoroso deste registro. Não deu para segurar.
Viva a diversidade VERDE deste país.
Aroldo José Marinho
Hino da Sociedade Esportiva PALMEIRAS


Letra Gennaro Rodrigues
Música Antonio Sergi

Quando surge o alvi-verde imponente
No gramado em que a luta o aguarda
Sabe bem o que vem pela frente
Que a dureza do prélio não tarda
E o Palmeiras no ardor da partida
Transformando a lealdade em padrão
Sabe sempre levar de vencida
E mostrar que de fato é campeão.

Defesa que ninguém passa
Linha atacante de raça
Torcida que canta e vibra (repete).

Por nosso alvi-verde inteiro
Que sabe ser brasileiro
Ostentando a sua fibra.

16 fevereiro 2007

A Cidade e Você




O texto que segue foi escrito em Belém, na década de 1990. Há nele alguma influência do rock inglês daquele período.
Leiam e depois façam seus comentários.
Harold





A Cidade e Você
Aroldo José
A chuva cai e eu caminho,
A cidade é intensa,
Minha vontade é imensa
E eu caminho pelas calçadas.
Queria tanto que ontem fosse feriado,
Para eu dormir o dia inteiro
E sonhar que lhe tenho
A todo momento,
Sobretudo quando bate em meu peito
A batida do sofrimento.

A cidade que não é a minha cidade
Tem mistérios.
Mas eu só quero descobrir
Qual é o caminho mais rápido
Para chegar em casa.
O time do povo quer o craque de volta,
O irresponsável moleque deseja voltar ao ninho
E , eu só quero você.
Seus olhos claros me olhando,
Dizendo que é bom viver,

Sua casa e nossa casa,
Sua dor e minha alegria,
Seu sangue e meu pouco caso,
Sua pontaria certeira
E minha cabeça levando pontos.

A chuva caiu, vai cair de novo.
Tempo frio e chocolate quente,
Prá gente beber perto da lareira.
Vamos aquecer nossos corpos
Ao som das suas mentiras
Que rimam com a minha insegurança.
Depois, o mundo me tratará como gênio
E lhe chamará de musa.
Seremos tão felizes
Que lhe darei de presente uma blusa
E você me chamará de paixão.

Vou fechar a janela
Prá chuva não molhar nossa casa,
Inundando nossa solidão
E nossa vontade de amar.
Belém, 26/10/96

31 janeiro 2007

Daniel e o dia. De quem?



O gorducho fenômeno jogará, de novo, na Itália. Os deputados se preparam para eleger seu presidente. Jack Bauer continua sua luta contra os terroristas. Etc. Diante de tantos assuntos palpitantes, saúdo com alegria Daniel Amanajás neste dia muito especial. Que dia? O Daniel's day é óbvio. O dia em que tal sujeito deu ao mundo o esplendor de sua chegada.
Mas quem é ele e por que merece tanto registro o seu nascimento? Bem, ele é cara aí da foto junto com Denille e Lilica. O valoroso primo é uma das pessoas mais dignas desta nação sedenta de coisas boas, de alguma coisa que chame mais atenção do que o carnaval-exportação e a babaquices dos big brothers da vida. Daniel é assim, um amapaense que ama o Amapá natal mas sabe admirar a coisa boa de qualquer lugar. Que sempre toma as decisões corretas. Que olha com tranqüilidade e igualdade para o juiz de direito, o faxineiro do prédio, os astros do pop rock e quem mais passar pelas adjacências.
Além disso, ele também é um incentivador da cultura e da integração latino-americana. Exemplo desse empenho é sua ação como tradutor da obra do genial poeta argentino Navi Leinad. Ele traduz e, a seguir, divulga na internet. Sei de pessoas que lêem os textos de Leinad e se emocionam. Claro que o talento do argentino cativa mas não se pode esquecer a ação do seu tradutor, que serve como ponte para que possamos compreender e amar tal obra. Este é Daniel. Ele é a ponte! Ele é o cara!
Legal também citar sua relação com Denille, a esposa. Me sinto a vontade para citar esta união. Fui no casamento deles. Ser padrinho não é fácil. Mas é legal! Ainda mais quando é de gente tão nobre e doce. Um belo par: ela traz o perfume, ele oferece a serenidade. Juntos representam uma força amorosa que nada pode destruir. Às vezes, formam um trio esperto com Lilica, a poodle candanga, lembrança da passagem deles por aqui. Que saudade!
Daniel é assim! Um cara bom: filho, irmão, primo, sobrinho, neto, esposo. Quer mais: bicolor, palmeirense, rubro-negro. Um grande especialista em descobrir talentosas bandas de rock. Quem o conhece pessoalmente pode endossar o que escrevo. Não há exagero! Feliz aniversário! Muitas bençãos na sua vida sempre!
Aroldo José Marinho

17 janeiro 2007

Entre os dois, nenhum!





A imprensa nacional vem noticiando, diariamente, sobre a eleição para a presidência da Câmara dos Deputados, que será realizada no 01 de fevereiro. Os candidatos ao cargos são os deputados Arlindo Chinaglia (PT) e Aldo Rebelo (PCdoB), ambos de São Paulo. Os dois fazem parte da base aliada do governo Lula no parlamento. Na prática, são farinhas do mesmo saco. Como não sou eleitor, esta disputa não deveria chamar minha atenção. Porém sou um brasileiro incoformado com os rumos da vida política nacional. Não posso me omitir.

Se eu fosse eleitor, certamante, não votaria no petista nem no comunista. Por que? Basta dar uma refrescada na memória e lembrar que, como membro da liderança do PT, Chinaglia fez a defesa veemente dos parlamentares envolvidos no escândalo do mensalão. Tentou convencer à opinião pública da inocência de José Dirceu e outros coleguinhas. Rebelo (que tenta a reeleição) não fica atrás. É verdade que não teve atuação tão desastrosa no caso do mensalão. Todavia não se pode esquecer da defesa feita por ele do aumento de 91% que os líderes partidários deram aos parlamentares. Detalhe: Chinaglia era um dos líderes defensores da medida. O vergonhoso aumento revoltou à sociedade, gerou os protestos mostrados em duas fotos da postagem e só foi superado por um ato da justiça federal.

Estes são os candidatos apoiados pelo presidente da república. Estranho que um governo que se pretende defensor das classes desfavorecidas tenha, entre seus colaboradores, políticos que parecem estar mais envolvidos na defesa de seus privilégios. Pior, quando se verifica quem são os apoiadores dos candidatos. Com Chinaglia estão o PMDB, o partido mais fisiológico do Brasil, e os partidos da base aliada do governo (PL, PTB, etc). Até Severino Cavalcanti, o nefasto, votou à ribalta para fazer campanha para o petista. Este, ao justificar o apoio a Chinaglia, disse que " deputado gosta de carinho". O carinho citado por ele é sinônimo de compensação financeira. Também não é possível esquecer que a maioria dos envolvidos no mensalão pertence à base governista. A candidatura de Rebelo tem como suporte os deputados do PFL. Que coisa irônica, um candidatura comunista ser alicerçada por um partido de direita.

Diante deste quadro pessimista, é importante que surja uma terceira candidatura que, de fato, represente, uma resposta a série de absurdos acontecidos na Câmara. Ontem (16/01), o grupo chamado de Terceira Via lançou a candidatura do deputado Gustavo Fruet (PSDB- PR). Segundo os analistas, a entrada de Fruet na eleição dá a certeza de que haverá segundo turno. Não sei ao certo. Tomara que sim. O pouco que conheço do deputado paranaense me faz ter certeza que sua entrada, trará um pouco de ética (artigo em falta na política nacional) à desgastada movimentação da Câmara.
Aroldo José Marinho

08 janeiro 2007

Eterno

Vim aqui fazer uma homenagem para Denille Moreira Amanajás. Mas quem é a figura homenageada? Por que merece este espaço? Para a primeira pergunta, a resposta é rápida: ela é esposa de meu primo Daniel Amanajás, tradutor para o português da obra do poeta argentino Navi Leinad. A segunda resposta é óbvia: para saudar seu aniversário que aconteceu no dia 07. Por isto, este texto chega atrasado. Deveria ter sido publicado ontem. Porém, não foi possível acessar a internet no Denille's Day. A citação ficou para hoje.
Tenho uma amizade especial com Daniel. Aprecio nele o caráter e a dignidade com que se coloca diante das situações que a vida lhe impõe. Então aprendi a valorizar as escolhas feitas por ele nos mais variados níveis. Aqui é que entra Denille, que conheci através de Daniel quando eles vieram morar no Distrito Federal (DF). Era um casal de namorados interessante. Deu para perceber que ela é legal. Além do mais, se faz dupla com Daniel, é porque é uma pessoa a ser sempre olhada com carinho e respeito.
Algumas vezes, deu para conversar com ela sobre espiritualidade, sonhos profissionais, música, etc. Pude perceber que Denille tem uma qualidade que considero importante: gostar das pessoas pelo que elas são e não pelo que têm. Depois o tempo foi passando e os namorados decidiram oficializar a união. Me chamaram para ser testemunha (na prática, padrinho) do lance. Fui lá com muita honra, também com um pouco de orgulho (rs).
Poderia escrever mais coisas em honra do Denille's Day. O problema é que faltam palavras. Então, simplifico tudo com duas citações. A primeira é "Como sou girassol você é meu sol." É de uma música do IRA!, grupo muito querido por Daniel. A outra citação é o poema "Eterno", publicado originalmente no www.navileinad.blogspot.com, que Daniel traduziu para o português. É necessário dizer que ele é o autor da foto que ilustra o texto?
Por hoje é tudo! Feliz aniversário Denille!
Beijos e saúde!
Harold




Eterno

Penso viver...
Você sobrevém
indicando sentido
em minha existência.

Procuro entender...
É substancioso
e enfraquece o que eu
sempre tento acreditar ser.

Não desisto...
Se perco a luta íntima
volto a existir
sem viver.

Então compreendo...
Só você me liberta
da tormenta interior.
Resgata em mim
apenas o que é puro
E torna eterno
um sentimento
que é uno.





02 janeiro 2007

Mudanças


Retomo o velho e saudável hábito de apresentar textos de poetas aos leitores do "blog". Hoje apresento "Mudanças", texto de Rêgo Júnior, poeta maranhense, radicado no DF. No trabalho dele, é possível perceber a influência (publicamente assumida) de Paulo Leminsky. Uma boa influência.
O texto foi publicado, anteriormente, no Recanto das Letras, na edição de 29/12/2006.
Leiam e depois façam comentários. O poeta saberá que emoção seu trabalho suscitou em vocês.
Aroldo José Marinho


MUDANÇAS
Rêgo Júnior
Tudo muda!
A lagarta vira borboleta,
voa, espalhando cores ,com sua asas Kandinskiana
Àgua muda : vira gelo, para esfriar a mente
Do mais terrivel serial killer,
ou alcoolizar o profundo depressivo
O tempo muda : de cor, clima, estação.
Até o ser, que antes era espermatogônia, hoje
É um humano, inadequado, insano .
tudo muda :
Até o mundo muda de rotação,
para transgredir com a lua
Muda o meu gostar,
se hoje lhe chamo de Cinderela,
amanhã,lhe deixo na contra-mao
para nao sofreres desilusão
Muda o sim, muda o não
Muda-se de sexo, gosto, religião
muda: planta,casa, direção.

Um bandido foi. O outro ficou!


O ano que findou nos deixou uma notícia meio boa e meio ruim. Qual notícia? Está aí na tela, na excelente ilustração de Angeli: a execução de Saddam Hussein, o tirano do Iraque, enforcado no dia 30 de dezembro. Notícia boa porque sua punição foi decidida num julgamento. Ruim porque põe em evidência que no século 21, ainda, se usam métodos medievais (como o enforcamento) para castigar bandidos. Por uma questão de princípios, sou contra qualquer tipo de assassinato. Porém reconheço que a morte de Saddam não me inspirou pena nem vontade de fazer um movimento contra sua execução. Primeiro lembrei de milhares de pessoas assassinadas pelo seu regime. É verdade que George Bush não é, nunca foi nem será um santo, um exemplo a ser imitado pelas pessoas de bem do mundo. Vai ver até que Hugo Chavez estava coberto de razão quando o chamou de "demônio". Mas a conduta imperialista de Bush não pode ser usada como justificativa para tentar invalidar o castigo do bandido iraquiano. Os dois são farinhas do mesmo saco. Um já recebeu punição. Quando virá a destinada ao patético norte-americano?

Uma curiosidade: da mesma forma que Hussein encontrou a morte num período de comemoração que diz muito à humanidade, fato precedente aconteceu na Europa, no natal de 1989. No dia 25, foi fuzilado Nicolau Ceausescu, o ditador que governou com mão de ferro a Romênia. Lembro que alguns cidadãos comentaram: "No dia em que nasceu Jesus, nós nos livramos de um anti-cristo."

Adeus ano velho! Feliz ano novo

Aroldo José Marinho