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13 abril 2010

Texto de Carlos Vereza




  Um dos atores mais expressivos do Brasil é Carlos Vereza (foto). Há nele um pouco de tudo: artista talentoso, cidadão participativo, sujeito conscientemente religioso e pessoa de caráter. Poderíamos dedicar muitos parágrafos para enfatizar Vereza nas suas diversas facetas. Porém este não é o caso para esta quarta-feira.


Por hoje a intenção é postar um texto que ele escreveu sobre cultura. O texto pode ser lido na edição de ontem (06/04) do jornal O Globo. Vale a pena ler e depois fazer reflexão pessoal e com pessoas que, de fato, tem interesse em trabalhar pelo movimento cultural




Cultura?


Por que os ditadores e governantes com tendências autoritárias odeiam a cultura e os significados que ela expressa? De acordo com o senso comum, "cultura seria tudo o que é produzido pelo homem, o que o difere dos animais".

Poderíamos ampliar a definição e sugerir que cultura abrange desde o pensamento filosófico mais sofisticado até as manifestações mais populares, como literatura de cordel, procissões religiosas, carnaval, internet, todos os meios de comunicação etc.

Acredito que cultura define o rosto de um país e só pode manifestar-se em toda plenitude em regimes democráticos.

Diria também que cultura é um processo que denota um padrão de significados incorporados aos símbolos de um país e historicamente transmitidos.

Especificamente no Brasil, todas as manifestações culturais — exceto o carnaval e o futebol — encontram-se relegadas a um solene desprezo da parte dos órgãos governamentais.

Motivados por um equívoco ideológico ultrapassado, não se investe em pesquisa de ponta, laboratórios são depredados pelo MST subsidiado pelo governo, o sistema educacional está completamente ultrapassado, e um viés arbitrário insinua-se, como o retorno da censura aos meios de comunicação.

Os Goebbels tupiniquins há muito já sacaram suas armas, em ataques verbais sistemáticos à imprensa — como sempre, a vilã da História.

Conseqüentemente, como não existe um projeto de construção de uma nação, com a cidadania resgatada como valor maior, o que nos resta é a eterna frustração de um país condenado a um futuro eternamente adiado.

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