O texto que publico agora foi escrito por Ricardo Kotscho. Esse jornalista edita o Balaio do Kotscho (www.colunistas.ig.com.br/ricardokotscho/). Para ilustrar o texto, segue foto que Juca Kfouri postou no seu blog (www.blogdojuca.uol.com.br), que faz referência aos técnicos iniciantes e derrotados na Copa do Mundo.
Aroldo José Marinho
Quem gosta de futebol torcerá pela Alemanha
Para quem torcer agora? Alguém poderá dizer que, depois do jogo desta manhã de sábado, fica fácil falar. Mas eu escrevi isso antes, aqui mesmo, no domingo passado, logo após a vitória contra a Inglaterra: “Alemanha lembra o Brasil de antigamente”. Até pedi ao Dunga para ter a coragem de se inspirar no bom exemplo da molecada alemã, mas acho que ele não me ouviu.
Para quem gosta de futebol, independentemente da camisa do time ou do país, a seleção alemã foi a que mais se aproximou do melhor futebol brasileiro, que brilhava e encantava até quando perdia, como aconteceu na Copa da Espanha, em 1982. A Alemanha está fazendo isso na África do Sul, desde o primeiro jogo, só que ganhando, com todas as chances de chegar a mais um título, com o melhor time que já montou.
Os implacáveis 4 a 0 que a Alemanha meteu na Argentina de Maradona provaram mais uma vez que é possível jogar bonito e ganhar, jogar com alegria, jogar sem medo de atacar o tempo todo, como se fosse uma pelada na praia ou num terreno baldio, assim como era o futebol brasileiro, antes do futebol triste dos guerreiros burocráticos da era dos professores Zagalo-Parreira-Dunga, sob o alto comando de Ricardo Teixeira, que não sai nunca.
Eles ganharam títulos, eu sei, mas apequenaram o nosso futebol. Futebol, para mim, e sei que para muita gente, não é uma guerra para se ganhar dinheiro e canecos a qualquer preço. Antes de mais nada, é uma diversão, e eu me diverti muito vendo aqueles meninos alemães deixando o Maradona perplexo e o mundo maravilhado com seus toques rápidos, brincando de jogar bola, na reta final de uma Copa do Mundo.
No post de ontem, após a derrota da seleção de Dunga, falei do choro sentido da minha neta mais velha, a Laura, de sete anos. Ela não se conformava de nunca ter visto o Brasil ser campeão. Mais tarde, em sua estréia na área de comentários do Balaio, Laura me escreveu, avisando que tinha parado de chorar e iria torcer pela Alemanha, terra da família de minha mãe.
Eu também decidi torcer pela Alemanha, mas não é só por razões familiares. É apenas porque sempre gostei de jogar e ver futebol, e acho que quem joga mais bonito merece levar a taças. Sei que nem sempre isso acontece, como aconteceu com o Brasil de Telê, em 1982.
Mas seria muito bom que isso acontecesse agora, para o bem do futebol. E para que, em 2014, a nossa seleção volte a jogar como só o Brasil sabe, eternamente o melhor e mais bonito futebol do mundo. É só deixar. Chamar os melhores, dar liberdade, jogar as camisas para cima e correr para o abraço. Como está fazendo a Alemanha.
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